Fertilizantes minerais à base de cálcio e enxofre são excelentes bio-ativadores para as raízes atingirem camadas mais profundas do solo.
Os efeitos da severa estiagem que castigaram as lavouras no Rio Grande do Sul em dezembro e janeiro evidenciaram, mais uma vez, a necessidade de o produtor buscar soluções para enfrentar esse fenômeno climático que atinge o estado de forma sistemática.
Uma das soluções mais baratas e
simples, recomendada por especialistas, está no próprio solo e nas raízes das
plantas. Conforme explica o engenheiro agrônomo e especialista em solo, Eduardo
Silva e Silva, tudo começa por um bom enraizamento da planta.
“O cuidado com o solo é fundamental
para ativar o enraizamento das plantas. A raiz é a boca da planta e quanto
maior a boca, maior a porta de entrada de água e nutrientes”, afirma.
O especialista destaca que o uso de
fertilizantes minerais, à base de cálcio e enxofre, são excelentes bio-ativadores
para o crescimento das raízes centrais e finas, atingindo camadas mais
profundas do solo e aumentando o potencial de aproveitamento nutricional da
planta.
“Seria como transformar a coifa das
raízes em uma broca responsável por perfurar o solo e alcançar grandes
profundidades. O cálcio é responsável por deixar essa broca sempre afiada. Já
as raízes finas produzidas agregam ao solo, oferecem maior aeração, ajudam na
retenção da água e descompactação química”, destaca.
Fonte de cálcio e enxofre solúveis, o
fertilizante Sulfacal tem sido aplicado com grande sucesso nas lavouras gaúchas
de milho, soja e pastagens, entre outras. A tecnologia, desenvolvida pela
empresa catarinense SulGesso, é elaborada a partir de reservas de fosfogesso
situadas no município de Imbituba, litoral catarinense. O SulfaCal (sulfato de
cálcio granulado) conquistou a confiança dos produtores por melhorar o
enraizamento das plantas, reduzir o alumínio tóxico e auxiliar na
descompactação do solo, além de aumentar a resistência à seca.
Em Bossoroca, município situado na
região das Missões, o produtor de milho e soja Marco Aurélio Hentz, aprovou a
solução encontrada no próprio solo. “Investi no sulfato de cálcio granulado na
soja e tive um resultado excelente, com 8 sacas a mais por hectare, então
decidi repetir o investimento no milho. Aí, além de não enfrentar problemas com
a estiagem, ainda colhemos a melhor safra de milho dos últimos anos”, afirma
Marco Aurélio, que revela ter colhido uma média de 150 sacas/hectare.
Para finalizar, o especialista em
solo reforça a importância da matéria orgânica no solo. Segundo Silva, quanto
mais raízes uma planta produzir, maior será o benefício ao componente biológico
do solo. “A utilização de fertilizantes minerais com alta concentração de cálcio
e enxofre favorecem a criação de um ambiente favorável ao crescimento
dos microrganismos benéficos à planta, criando-se uma espécie de
escudo protetor contra microrganismos oportunistas”, conclui.
Fonte: Portal AgroUrbano
0 comentários
Agradecemos seu comentário! Volte sempre :)