Pesquisadores desenvolvem células de energia solar com pigmentos vegetais
terça-feira, janeiro 21, 2020
Com apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam), pesquisadores desenvolvem estudo para produzir energia elétrica utilizando células solares que empregam pigmentos vegetais extraídos de plantas amazônicas, como bujuju, açaí, urucum, jenipapo, murtinha e crajiru.
A pesquisa consiste no desenvolvimento de células solares fotossensibilizadas por corantes vegetais, baseadas no modelo concebido por Michael Grätzel, que substituem os custosos corantes sintéticos à base de metais pesados. Trata-se de uma solução alternativa de baixo custo para a geração de eletricidade com aplicabilidade de materiais orgânicos como fontes renováveis de energia.
O projeto foi desenvolvido no Laboratório de Bioeletrônica e Eletroanálises (Label) da Central Analítica (CA) da Universidade Federal do Amazonas (Ufam) e é amparado pelo Programa Universal Amazonas, da Fapeam, conforme o Edital nº 030/2013.
Para o coordenador do projeto, Walter Ricardo Brito, o aproveitamento da energia solar é uma das alternativas mais promissoras diante de outras fontes como, por exemplo, a hidrelétrica. “Também será possível a prospecção e seleção de materiais e pigmentos vegetais do Amazonas para aplicar em sistemas sustentáveis de geração de energia”, disse.
A pesquisa também pretende mostrar o potencial do capital técnico-científico que a região possui, possibilitando o desenvolvimento de estudos na área de produção de energia a partir de tecnologias de última geração.
Segundo Brito, a limitação dos recursos energéticos na natureza, o aumento do consumo de energia e o aumento da conscientização para a conservação do meio ambiente favorecem a pesquisa e o desenvolvimento em sistemas de células solares, especialmente em regiões como a Amazônia.
Benefícios
As novas células solares sensibilizadas por corantes podem ser utilizadas por meio de diferentes tecnologias, principalmente o sistema fotovoltaico, ou seja, painéis solares que captam a luz do sol e a transformam em energia elétrica.
De acordo com os pesquisadores, a nova geração de painéis solares será uma das opções tecnológicas que permitirão a inclusão da população de comunidades isoladas, sem acesso à eletricidade, representando também um incremento na bioeconomia por meio de uma exploração sustentável dos recursos naturais que a floresta amazônica oferece.
Universal Amazonas
O objetivo do Programa Universal Amazonas é apoiar atividades de pesquisa científica, tecnológica e de inovação, ou de transferência tecnológica, em todas as áreas do conhecimento, que representem contribuição significativa para o desenvolvimento socioeconômico e ambiental do Amazonas. O programa tem como foco instituições de pesquisa ou ensino superior ou centro de pesquisa, públicos ou privados, sem fins lucrativos, com sede ou unidade permanente no estado do Amazonas.
Fonte: Portal Em Tempo
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