Integração lavoura-pecuária-floresta já ocupa 11,5 milhões de hectares no Brasil
sexta-feira, janeiro 10, 2020
O Brasil tem
aproximadamente 11,5 milhões de hectares com a Integração
Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF), de acordo com os levantamentos de 2016
da Embrapa. Os estados que se destacam nesta modalidade são: Mato Grosso do
Sul, Mato Grosso, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Minas Gerais. “A
integração lavoura-pecuária prevalece, representando 83%;
lavoura-pecuária-floresta são 9%; pecuária-floresta 7%; e lavoura-floresta 1%”,
detalha o pesquisador da Embrapa Agrossilvipastoril Maurel Behling.
O grande
desafio atualmente envolve a consolidação do “componente F” da siga, ou seja, a
produção florestal. Behling afirma que os principais entraves para o
crescimento dizem respeito a aspectos culturais. “A silvicultura representa
menos de 1% das áreas cultivadas no país e até pouco tempo as atividades do
agricultor e pecuarista estavam ligadas ao corte das florestas para se obter
áreas para o cultivo e criação, por isso, o investimento nelas é também uma
quebra de paradigma”, diz o pesquisador. A falta de mão de obra especializada,
o mercado consumidor e o preço da madeira também interferem na ampliação das
florestas na integração.
Mas por que
plantar árvores?
Toda fazenda
tem sua área de plantio ou de criação e, também, as Área de Preservação
Permanente e Reserva Legal, estas não estão interligadas. “O componente
floresta surge como uma ‘ponte’ entre o ambiente antropizado [alterado pela
ação do homem] e a área de biodiversidade existente, tendo assim uma
biodiversidade associada. Quando a floresta é inserida, há maior conservação do
solo e da água, diminuição do escorrimento de água superficial, aumento da
fertilidade do solo e bem-estar animal, entre outros fatores”, detalha Behling.
Qual a melhor
espécie para ser plantada?
O investimento
que será necessário para realizar a integração deve ser levado em consideração
no momento da implantação. Envolve o preparo da área, controle da
mato-competição, a operação de plantio, a condução da floresta, desbastes e
posterior colheita da madeira e transporte. Além disso tudo, também há a
escolha da espécie a ser cultivada.
“Para se tomar
a decisão da implantação é necessário analisar o mercado, identificar o uso
múltiplo da matéria-prima, selecionar o clone mais adequado e adquirir conhecimento
dos tratos silviculturais necessários”, orienta o pesquisador da Embrapa
Agrossilvipastoril.
No que se
refere ao uso futuro da madeira, é necessário avaliar se será destinada para
serraria, produção de energia ou para ambos. Nesses casos, é essencial
considerar se há mão de obra suficiente, os custos para implantação e qual o
tamanho do mercado existente para assim se definir o volume de madeira que será
produzido.
O produtor
também deve se atentar ao ciclo produtivo das florestas. Diferentemente de
outros tipos de plantio, as florestas têm ciclo longo. “O eucalipto demora de 5
a 6 anos para produzir madeira para biomassa. O pinus e a teca, no mínimo 15
anos para serem colhidas. Por isso, pode-se dizer que as florestas são
poupanças verdes ou ativos florestais”, destaca Maurel Behling.
Além disso, a
implantação das florestas, por meio de protocolos específicos, possibilita o
processo de certificações como a da Carne Carbono Neutro (CCN), garantindo que
os bovinos que deram origem ao produto tiveram as emissões de metano entérico
compensadas durante o processo de produção pelo crescimento de árvores no
sistema.
Para ter mais informações técnicas sobre a implantação da ILPF clique
aqui e acesse o material produzido pela Embrapa
Agrossilvipastoril.
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