Energia e transporte verdes representariam economia de US$ 621 bi para América Latina
segunda-feira, janeiro 06, 2020
A região
da América Latina e Caribe poderia ter uma economia anual de 621 bilhões de
dólares até 2050 se os setores de energia e transporte alcançarem emissões
líquidas zero. A informação foi apresentada em dezembro (12) pelo Programa das
Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA) em Madri, durante a Conferência
sobre Mudança Climática da ONU, a COP25.
Essas
economias incluem 300 bilhões de dólares em despesas evitadas no transporte
terrestre de passageiros e reduções de 222 bilhões de dólares nos custos de
eletricidade. O efeito da mobilidade elétrica na qualidade do ar urbano
economizaria 30 bilhões de dólares em custos com saúde.
A região
da América Latina e Caribe poderia ter uma economia anual de 621 bilhões de
dólares até 2050 se os setores de energia e transporte alcançarem emissões
líquidas zero. A informação foi apresentada em dezembro (12) pelo
Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA) em Madri, durante a
Conferência sobre Mudança Climática da ONU, a COP25.
As
conclusões fazem parte de um resumo executivo antecipado do “Relatório Carbono
Zero para a América Latina e o Caribe 2019”, que destaca oportunidades, custos
e benefícios da descarbonização conjunta de transporte e de geração de energia.
Ambos
os setores respondem por dois terços das emissões fósseis de CO2 da região e
cerca de 25% de suas emissões de gases de efeito estufa. Tais emissões devem
dobrar até meados do século, caso as políticas atuais continuem inalteradas.
Sob
as políticas e condições atuais, espera-se que as emissões do setor de energia
aumentem 140% (até 1,2 bilhão de toneladas), considerando que a demanda
regional de eletricidade quase triplicará até 2050. Atender a esses novos
requisitos com a matriz atual afastaria a região do caminho de alcançar a meta
do Acordo de Paris de limitar o aumento da temperatura em até 2°C, segundo o
relatório.
A
conversão para um sistema totalmente renovável seria o caminho de menor custo
para eletrificar a região e atingir os objetivos do Acordo de Paris. Uma matriz
renovável exigirá investimentos cumulativos de 800 bilhões de dólares até 2050,
menos que o 1 trilhão de dólares necessários para atender à demanda de energia
projetada no cenário comercial atual, de acordo com o estudo.
O
relatório mostra que, ao descarbonizar a matriz energética e fornecer
eletricidade a um sistema completo de transporte com emissões líquidas zero
(incluindo o transporte marítimo e o terrestre), em 2050 a região poderia
reduzir 1,1 bilhão de toneladas de CO2 equivalente e economizar 621 bilhões de
dólares por ano.
Essas
economias incluem 300 bilhões de dólares em despesas evitadas no transporte
terrestre de passageiros e reduções de 222 bilhões de dólares nos custos de
eletricidade. O efeito da mobilidade elétrica na qualidade do ar urbano
economizaria 30 bilhões de dólares em custos com saúde.
As
economias totais previstas pelos autores consideram os custos da eliminação
gradual das usinas de combustível fóssil instaladas antes de sua depreciação
total. O valor dos ativos ociosos foi estimado em 80 bilhões de dólares (2018)
até meados do século.
A
transição para a descarbonização total nesses setores específicos trará
benefícios adicionais, como 7,7 milhões de novos empregos permanentes e 28
milhões de postos de trabalho temporário em tarefas relacionadas a tecnologias
verdes, implantação de infraestrutura ou eletrificação de transportes.
“Os
setores de energia e transporte apresentam oportunidades para ações rápidas e
de longo alcance, ambientalmente saudáveis e financeiramente atraentes. Uma
transição conjunta não visa apenas atingir zero emissões até 2050, mas
contribuir para o crescimento econômico e a melhoria da saúde pública”, disse
Leo Heileman, Diretor Regional do PNUMA na América Latina e no Caribe.
“Essa
transição representa uma oportunidade importante para elevar o nível de ambição
das Contribuições Nacionalmente Determinadas (CNDs) e as estratégias de longo
prazo, com diversas opções que atendem aos compromissos internacionais do clima
estabelecidos sob o Acordo de Paris e apoiar a consecução dos Objetivos de
Desenvolvimento Sustentável”, disse Carlos Manuel Rodriguez Echandí, Ministro
do Meio Ambiente e Energia da Costa Rica.
Desde
2012, a capacidade para energias renováveis não convencionais dobrou sua
participação na matriz regional, representando, juntamente com a energia
hidrelétrica, quase 54% em 2018. Além disso, os esforços de vários países para
fornecer um ambiente propício para a transição energética garantiram mais de 35
bilhões de dólares em investimentos em energias renováveis não convencionais
durante os últimos cinco anos (44% do investimento direto estrangeiro global).
Apesar
desse progresso, os autores pedem uma agenda política mais ousada para acelerar
as mudanças necessárias para cumprir a descarbonização até meados do século.
O
Relatório Carbono Zero América Latina e Caribe 2019: as oportunidades, os
custos e os benefícios da descarbonização conjunta do setor de energia e
transporte na América Latina e no Caribe, baseia-se no primeiro Relatório Zero Carbono (2016), que apelou à região para se
concentrar na descarbonização total de quatro áreas que produzem 90% das
emissões de gases de efeito estufa: geração de energia, transporte, uso da
terra e indústria.
A
nova edição foi produzida com o apoio do EUROCLIMA+, um programa financiado
pela União Europeia e pela Agência Espanhola de Cooperação Internacional para o
Desenvolvimento (AECID).
0 comentários
Agradecemos seu comentário! Volte sempre :)