Eficiência energética é a chave para avanços econômicos
sexta-feira, janeiro 31, 2020
Entre os maiores consumidores globais
de energia, o País ainda tem muito a avançar nas estratégias de eficiência
energética, mas já existem bons exemplos a serem seguidos.
Em junho
do ano passado, o American Council for an Energy-Efficient Economy (ACEEE) lançou
um relatório bianual que avaliou as políticas em eficiência energética e
desempenho entre os 25 países que mais consomem energia globalmente. O Brasil
ficou na 22ª posição. O desempenho não foi dos melhores, mas isso não significa
que o País não tem importantes iniciativas em curso. Elas estão aí, mas
precisam ganhar mais tração.
É
importante reforçar que se entende por eficiência energética, todo trabalho
realizado nos processos produtivos com o objetivo de torná-los mais eficientes,
reduzindo a fuga de energia. Para o gerente comercial de soluções energéticas
da CPFL Soluções, José Roberto de Fabre, trata-se de saber
utilizar a energia de forma mais eficiente, eliminando desperdícios e gastos
desnecessários. “A partir do momento em que isso acontece, a consequência é
redução na conta, mais sustentabilidade e redução nas emissões de carbono”,
afirma. E, para que a energia seja utilizada desta forma, o mercado conta hoje
com uma série de tecnologias, programas e treinamentos com esse fim. “No final,
o usuário terá sempre a percepção da redução do consumo, além de ajudar a
sociedade e o meio ambiente”, explica.
Do lado
do governo, esse tipo de ação é fomentado pelo Programa de Eficiência
Energética (PEE), criado pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) a
partir da regulação do setor elétrico na década de 90. O programa estabelece a
obrigatoriedade de aplicação mínima de 0,5% da receita operacional líquida das
concessionárias e permissionárias de serviços públicos de distribuição de
energia elétrica em programas de eficiência energética.
Hoje, o
Brasil tem 1.704 projetos registrados no programa, que devem gerar uma economia
de 4.628.68 GWh e uma redução de 1.403.40 MW na demanda. “Com isso, é possível
desafogar o sistema. Por exemplo, se a distribuidora fornece energia para dez
empresas e metade delas começa a produzir sua própria energia, torna-se
possível atender mais cinco ou dez empresas, sem que seja necessário ampliar ou
comprometer o sistema”, compara.
Consultoria e soluções
Para que
este resultado seja alcançado, há uma série de ações que podem ser tomadas
pelos usuários corporativos, que são os que apresentam maiores possibilidades
de redução. O gerente de aplicação em eficiência energética e geração
distribuída da CPFL Soluções, Eberson Muniz, explica que isso pode ser feito
nas frentes de redução de consumo, com a troca de lâmpadas tradicionais por
lâmpadas de LED ou a troca de motores elétricos por outros mais novos e
eficientes; e produção própria, como a conversão de energia térmica em energia
elétrica.
“Medidas
como essas podem trazer economia expressiva, em patamares de até 80%”, diz. O
segredo, revela, está na identificação do maior vilão, que pode variar caso a
caso. “Por exemplo, em shopping centers, mais de 50% do consumo de energia vem
do ar condicionado. Já nas indústrias, o consumo maior vem de motores elétricos
obsoletos. ” Justamente por isso, as empresas interessadas em programas de
eficiência energética devem fazer uma avaliação detalhada de seu ambiente, para
depois planejar suas iniciativas. “Não existe um produto de prateleira para
isso, daí a necessidade de se realizar estudos caso a caso”, explica.
Como este
não é o negócio principal das usuárias de energia, há hoje diversas empresas no
mercado que oferecem serviços de análise e implementação de políticas de
eficiência energética. A CPFL Soluções, por exemplo, fecha contratos de longa
duração – de 10 a 15 anos – e faz todos os investimentos necessários na
estrutura do cliente. Fabre, gerente comercial da companhia, explica que
“permitimos que nossos clientes se capitalizem. Neste modelo, o Capital que
serias investido em projetos de Eficiência Energética, pode ser direcionado
para seu “Core Business” / Processos Produtivos, Ampliações de Plantas, etc.
Também é importante considerar que além do Capital que deixa de ser Investido
(CAPEX) o cliente passa a ter economia em sua conta de Energia.
Na
prática, a companhia fornece toda a assessoria e investimento, oferecendo de
30% a 40% de economia com a implementação de projetos integrados. Estes
projetos podem ser realizados nas áreas de climatização, força motriz,
autoprodução e cogeração. “Com isso ajudamos empresas que têm a ideia, mas não
tem capital e movimentamos o mercado em diferentes frentes: o cliente consome
menos e a distribuidora consegue atender mais usuários com a mesma estrutura”,
compara Fabre.
Fonte: Estadão
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