Conselheiro do CeiseBr prevê queda no preço do etanol com Renovabio em vigor no país
sexta-feira, dezembro 27, 2019
Produção de biocombustível deve dobrar até 2030,
aumentando oferta nas bombas. Política nacional estimula produção de energia
limpa em troca de créditos de descarbonização.
Renovabio
Renovabio
A
Política Nacional de Biocombustíveis, o RenovaBio, que entrou em vigor em todo o país, deve contribuir para a
queda do preço do etanol nas bombas. Pelo menos é o que estima Antônio Eduardo
Tonielo Filho, ex-presidente e atual conselheiro diretor do Centro Nacional das
Indústrias do Setor Sucroenergético e Biocombustíveis (CeiseBr).
Diretor de usina em
Sertãozinho (SP), Tonielo Filho explica que a produção de etanol deve dobrar
até 2030, já que o Renovabio prevê o aumento da participação do biocombustível
na matriz energética, reduzindo a emissão de gases de efeito estufa na
atmosfera e, consequentemente, os danos ambientais.
“Vai
refletir [no preço da bomba] porque hoje não temos estabilidade na produção,
temos previsibilidade. não conseguimos só produzir etanol, precisamos produzir
açúcar, porque a usina é flexível. Com essa previsão de produção, vamos
conseguir produzir mais etanol e ter uma produção mais estável”,
afirma.
Regulamentado
pelo ex-presidente Michel Temer, em março do ano passado, o Renovabio prevê o uso
de créditos de descarbonização (Cbios) concedidos a produtoras de
biocombustível, com base na energia limpa produzida. Esses créditos podem ser
vendidos para quem precise de contrapartida pela emissão de carbono de
produção.
“Tendo
eficiência e créditos CBios, vamos ter um produto mais barato para o
consumidor. Isso é o que importa para a gente. Se produzirmos mais etanol, o
preço não estaria tão alto na bomba, porque quem controla o preço é o mercado.
A falta do produto faz o preço subir. A oscilação de preços no mercado acaba”,
diz o usineiro.
O RenovaBio
Criado
por lei aprovada no final de 2017, o Renovabio teve a
regulamentação concluída já sob o governo Jair Bolsonaro e entrou em vigor
nesta terça-feira (24). O programa implementa mecanismos para incentivar
empresas do setor de biocombustível a cumprir rigorosas regras contra danos
ambientais, como o desmatamento.
“Melhoramos
a nossa eficiência, a nossa produtividade, em até 30%. Com isso, conseguimos
produzir etanol com a mesma produtividade, sem aumentar área. Isso também é
importante, porque ele limita a gente. Não podemos plantar cana em bioma, na
Amazônia, no Pantanal, em área desmatada”, diz Tonielo Filho.
Consultor em
agronegócio, o economista José Carlos de Lima Junior diz que o Renovabio também
deve elevar o percentual de biodiesel no diesel comum. A emissão de poluentes
deve ser reduzida a partir do incentivo do consumo de biocombustível, em vez de
combustível fóssil, como a gasolina.
“Atualmente,
estamos com uma mistura de B7 para B10, ou seja, 7% para 10% de biodiesel no
diesel. Agora, vamos ter uma mistura maior. A grande vantagem com o RenovaBio é
que vai ter menos emissão de poluentes. Teremos uma vantagem com os carros de
passeio, que poderão utilizar muito mais etanol do que gasolina”,
afirma.
Fonte: G1
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