A energia verde e o setor de data centers vão estar no topo da agenda para 2020
quinta-feira, dezembro 26, 2019
A empresa de gestão de energia Eaton efetuou um levantamento de
tópicos que irão marcar o ano 2020. Ciaran Forde, responsável de marketing para
os mercados da Europa e que supervisiona também o centro de dados e a divisão
de IT da Eaton, reuniu alguns pontos cruciais que pautarão o setor energético.
A energia verde estará novamente no topo da agenda, bem como o
setor de data centers.
Novas variáveis para os operadores
No tocante à
energia, Ciaran Forde chama a atenção para o fato da adoção de mais energia
renovável trazer também uma instabilidade potencial e novas variáveis para os
operadores do sistema de transmissão da gestão de rede.
Forde salienta duas
questões que se colocam:
1. A adoção de
energia renovável pelo operador da rede tornará a rede menos estável e,
portanto, aumentará a possibilidade de interrupções?
2. A energia armazenada de um grande data center pode ser usada para fornecer
esses serviços auxiliares, proporcionando assim um novo fluxo de receita e
diminuindo o risco da energia primária?
Para a Eaton é
claro: “A transição de energia exigirá que o operador de dados repense e
potencialmente transforme a sua infraestrutura elétrica da rede de energia com
novas funcionalidades”.
Proliferação de mini/micro centros de dados
Para esta empresa de
gestão de redes de energia, 2020 será pautado pela proliferação de mini/micro
centros de dados discretos na nuvem em cidades ou bairros. “Existem países
inteiros, sem falar nas cidades, sem a presença de centros de dados em nuvem em
superescala e eles não são menos sofisticados nas suas necessidades de TI do
que outros. O motivo é o uso bem colocado de centros de dados, redes de banda
larga fixa e móvel”, diz Ciaran Forde, para o qual, “com base no 5G, a
indústria de telecomunicações está idealmente posicionada para produzir e
oferecer suporte ao ‘edge computing’ na estrutura das suas redes –
independentemente ou com parceiros de nuvem”.
Este responsável de TI
da Eaton sublinha que em 2020, o crescimento dos centros de dados em nuvem em
superescala nos crescerá a par dos o eixo dos centros de dados com vários
inquilinos, “à medida que mais empresas apliquem estratégias ‘fora do local’ e
mais novos modelos e processos de negócios explorarem a eficiência da nuvem”,
reforça este técnico que projeta um terceiro eixo dos centros de dados, o do
operador nacional de centros de dados multi-tenant: “Estes são mais locais em
termos de natureza e dos seus modelos de negócios. Eles fornecem aos clientes
locais os benefícios de estratégias externas, mas ao mesmo tempo fornecem amplo
e facilitado acesso aos profissionais de TI da empresa para realizar trabalho,
atualizações e operações no centro de dados”.
Segundo Forde,
algumas empresas desejam o benefício oferecido pelos centros de dados em nuvem
e comerciais, mas não querem perder o controle de ativos e dos dados. “Talvez
não na escala dos grandes operadores internacionais de centros de dados, mas
esses centros de dados nacionais são numerosos, fornecem um serviço essencial e
formam uma parte significativa de nosso cenário digital. A transformação
digital não tem fronteiras e beneficia organizações de todos os tamanhos, tanto
quanto aumenta a necessidade pela capacidade internacional e nacional de
centros de dados”.
5G em pleno andamento
Na visão de Ciaran
Forde, as implantações 5G estarão em pleno andamento no próximo ano (10 a 100
vezes mais rápido que 4G). “O próximo ano será um momento emocionante para os
consumidores que querem velocidades mais rápidas e conteúdo em HD. Mas também
será um momento interessante para as empresas que desejam dar o próximo passo
na transformação digital”, antevê este especialista.
Para este
responsável da Eaton, em 2020, os líderes dos setores energético e de
telecomunicações delinearão uma nova estratégia de rede de energia para a ampla
adoção do 5G: “Quando o 5G for totalmente implementado, terá um grande impacto
no tecido de energia para os operadores e para o próprio país. Mas equilibrar
dados e consumo de energia não é apenas um problema para o operador, é um
problema crescente para o consumidor. Os consumidores de hoje querem uma pegada
digital maior, mas, ao mesmo tempo, querem uma pegada de carbono inferior. O
cenário ideal é que os centros de dados e as operadoras de telecomunicações
usem a sua infraestrutura elétrica para ajudar as operadoras de rede a adquirir
mais energia verde. Felizmente, existe essa tecnologia com consciência
energética, precisamos apenas ver a vontade de adotá-la em larga escala. No
final, se priorizarmos as energias renováveis e descarbonizarmos a eletricidade,
os consumidores não precisarão sentir culpa digital”, conclui.
Geração de energia local
Também em 2020, mais
centros de dados serão projetados com geração de energia local é a antevisão da
Eaton. “O processo de seleção de locais para um centro de dados é uma tarefa
complexa. Um parâmetro importante é a disponibilidade de energia suficiente na
rede. Um local pode ser ideal em todas as áreas, mas pode ficar aquém porque a
energia pode não estar nele disponível. No futuro, os operadores podem procurar
a geração primária de energia primária, pois a formação de suas próprias
micro-redes pode oferecer muitos benefícios. Além de atender às suas próprias
necessidades de energia, o operador pode até decidir exportar energia e usar a
instalação para outros serviços de rede auxiliares”, refere Ciaran Forde.
Essas soluções no
local podem variar de painéis fotovoltaicos gratuitos a turbinas a gás ou
Diesel em larga escala. “Mas considerações sérias devem ser feitas para
equilibrar essa necessidade prática com os objetivos da energia verde”, adverte
Ciaran Forde.
O problema do arrefecimento dos centros de dados
Em 2020 veremos uma mudança visivel pelo número de
maneiras criativas de resfriar os centros de dados, principalmente pelo
resfriamento direto por líquidos, considera Ciaran Forde. Isto porque à medida
que o poder de processamento da computação aumenta, o calor gerado também
aumenta: “Para cada kW de energia elétrica consumida num centro de dados, há
outro kW necessário para resfriar o equipamento e mantê-lo numa faixa de
temperatura operacional”.
Nesse sentido, Forde sugere que em vez de resfriar
todo o espaço com resfriamento por ar livre ou mecânico a uma determinada
densidade de potência, uma abordagem de resfriamento mais direta ou direcionada
pode ser implantada. “Isso pode ser feito por resfriamento por imersão, onde
servidores inteiros são submersos em tanques de líquido termicamente condutor,
mas não eletricamente condutor, ou por resfriamento líquido direto, pelo qual
os sistemas eletrônicos e o dissipador de calor na placa-mãe podem ser
encapsulados num coletor e com o fluxo de líquido pelo qual é removido o
calor”, aponta.
Fonte: MOTOR 24
0 comentários
Agradecemos seu comentário! Volte sempre :)