Para conter aquecimento, precisamos parar de desmatar e plantar 1,2 trilhão de novas árvores
segunda-feira, julho 08, 2019
O aquecimento global é uma realidade que só pode ser revertida com a plantação de 1,2 trilhão de novas mudas de plantas. Número quatro vezes maior do que o total de árvores abrigadas na floresta Amazônica.
A saída é apontada por estudo realizado pelo cientista britânico e ecólogo Thomas Crowther e publicado pela BBC Brasil. O trabalho do professor do departamento de Ciências do Meio Ambiente do Instituto Federal de Tecnologia de Zurique, na Suíça, será publicado na próxima edição da revista Science.
“Seguramente podemos afirmar que o reflorestamento é a solução mais poderosa se quisermos alcançar o limite de 1,5 grau [de aquecimento global]”, declarou à BBC.
A Terra possui 3 trilhões de árvores – muitas ameaçadas pelo desmatamento e urbanização crescentes. O britânico defende uma campanha global – com participação efetiva dos governos e pessoas físicas – para o plantio.
“São regiões degradadas em todo o mundo, onde humanos removeram as florestas e hoje são áreas que não estão sendo usadas para outros fins. No entanto, não sabemos sobre a propriedade da terra de todas essas regiões. Identificar como incentivar as pessoas a restaurar esses ecossistemas é a chave para o reflorestamento global”.
Tá calor!
O Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC, em inglês) lançou relatório que pretende limitar o aumento do aquecimento global em 1,5 grau Celsius até 2050. O órgão das Nações Unidas quer ainda baixar para zero a taxa de emissão de gases do efeito estufa.
Julho foi o mês mais quente da história. Uma onda de calor extremo castigou a Europa. A França, por exemplo, registrou temperatura recorde de 44,3 graus Celsius. Os termômetros subiram o,1ºC em relação ao antigo recorde de 2016.
Friederike Otto afirma que o aquecimento global amplificou em mais de cinco vezes o calor europeu, sobretudo na França. “Os modelos são muito bons em representar mudanças sazonais em larga escala nas temperaturas. Em escalas localizadas, os modelos climáticos tendem a subestimar o aumento da temperatura”, declarou a diretora interina do Instituto de Mudança Ambiental da Universidade de Oxford.
Poderosos duvidam e culpam Marx
Apesar da efervescente realidade, políticos como Jair Bolsonaro e Donald Trump insistem em duvidar da elevação das temperaturas. O ministro das Relações Exteriores chegou a dizer que o aquecimento global é uma trama marxista.
Os dados são do sistema DETER, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), que também mostrou perda de 762,3 km² de mata nativa. Trocando em miúdos, o Brasil atingiu o pior registro desde 2016. Nunca se desmatou tanto, entre janeiro e junho de 2018, 735,8 km² de floresta destruída.
À BBC Brasil Paulo Artaxo, doutor em física atmosférica pela Universidade de São Paulo (USP), salientou que destruição da Amazônia pode se tornar irreversível em quatro ou oito anos.
Fonte: Hypeness
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