Óleo da polpa de macaúba (Acrocomia aculeata (Jacq) Lood. ex Mart.) com alta qualidade: processo de refino e termoestabilidade
segunda-feira, julho 01, 2019
Autor: Nunes, A. A.
Resumo: O óleo da polpa dos frutos de macaúba (Acrocomia aculeata (Jacq) Lood. ex Mart.), palmeira com potencial para alta produção de óleos em diversos biomas da América Tropical, caracteriza-se por elevada concentração de ácido oleico e carotenoides. Para atender requisitos legais e mercadológicos para óleos vegetais comestíveis e contribuir para o estabelecimento de padrões legais, este trabalho objetiva obter óleo de polpa de macaúba refinado em escala de laboratório e avaliar a estabilidade durante processo de aquecimento. Frutos secos de macaúba a ±80 °C por 7 h foram despolpados mecanicamente e o óleo bruto obtido por prensagem em prensa expeller foi submetido sequencialmente às etapas de refino: degomagem, neutralização, branqueamento e desodorização. Em cada passo do refino o óleo foi avaliado quanto a índice de acidez, índice de peróxidos, absortividade molar a 232 e 270 nm, umidade, índice de refração, índice de saponificação, matéria insaponificável e análise de cor. A estabilidade frente ao aquecimento foi avaliada submetendo-se o óleo bruto e refinado a 180 ºC por 4,5 h com amostragens em intervalos de 30 min.
A qualidade do óleo aquecido foi avaliada por parâmetros químicos (acidez, peróxidos, absortividade molar a 232 e 270 nm, compostos polares totais, perfil de ácidos graxos e estabilidade oxidativa) e físicos (propriedades térmicas por Termogravimetria e Calorimetria Exploratória Diferencial). A qualidade inicial do óleo de polpa apresentou- se muito boa com acidez de 1,06% e ausência de peróxidos, indicando que as operações aplicadas desde a colheita até a extração do óleo foram adequadas. O processo de refino empregado para o óleo bruto da polpa de macaúba foi eficiente, gerando produto final com características de identidade e qualidade exigidas pela legislação brasileira para óleos refinados, com exceção da acidez. As frações majoritárias de ácidos graxos do óleo bruto e refinado foram oleico com 59,7% e 61,1% e o palmítico com 22,0 e 20,5% respectivamente.
O conteúdo de gordura sólida foi determinado no óleo bruto e refinado nas temperaturas de 10, 20, 25, 30, 35 e 40 ºC. Ocorreu processo oxidativo no aquecimento do óleo indicado pelo aumento das absortividades molares a 232 e 270 nm, índice de peróxidos e compostos polares. No entanto, os limites legais vigentes não foram ultrapassados no intervalo de tempo avaliado. A acidez do óleo bruto e refinado permaneceu abaixo do limite máximo estabelecido para óleos de fritura durante o tempo investigado. O teor de carotenoides totais no óleo da polpa de macaúba bruto, originalmente de 378,09 μg/g, decresceu drasticamente nos primeiros 30 min de aquecimento, não sendo mais detectado após uma 1,0 h. No óleo refinado a concentração inicial de carotenoides era de apenas 9,36 μg/g, desaparecendo completamente após 30 min.
As análises térmicas indicaram alta estabilidade oxidativa para o óleo bruto e refinado da polpa de macaúba, mostrando-se similar ao azeite de oliva e superior ao óleo de soja e girassol. Esta propriedade permite sua aplicação em processos de frituras, além de garantir maior estabilidade durante o processo de armazenamento. O óleo da polpa de macaúba atende a demanda de óleos com características nutricionais e industriais desejáveis.
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Fonte: Embrapa
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