Autor: Sebastián Giraldo Montoya
Resumo: A Macaúba (Acrocomia aculeata) é uma é uma palmeira nativa das regiões neotropicais e comumente habita áreas abertas e com alta incidência solar. Apesar de ser encontrada em regiões com solos arenosos e baixo índice hídrico, desenvolve-se melhor em locais onde há solos férteis. Acrocomia aculeata e considerada uma planta rustica e promissora na extração e produção de óleo combustível. Os cachos estão constituídos de frutos globosos, do tipo drupa, constituídos por cerca de 20 % de epicarpo (casca), 40 % de mesocarpo (polpa), 33 % de endocarpo (tegumento) e 7 % de semente (amêndoa). Os teores de óleo são ligeiramente maiores na polpa (60 %), em relação à amêndoa (55 %). A frutificação da Macaúba é supra anual (acima de 12 meses), o amadurecimento dos frutos é lento e indetectável visualmente. O epicarpo é duro e muda de coloração aproximadamente às 14 semanas após antese (SAA) tornando difícil determinar o desenvolvimento e maturidade do fruto, o é possível em outros frutos carnosos.
A comercialização de produtos vegetais como os frutos, precisa de informações detalhadas que permitam estimar o grão de desenvolvimento do órgão, diferenciação dos tecidos, acumulo de reservas e principalmente o ponto de colheita, o qual determinará a perecibilidade e período de armazenagem do produto. Em geral, todos os frutos carnosos apresentam um padrão de crescimento similar. Esse padrão de crescimento é descrito por um comportamento sigmoide simples, duplo e em alguns casos, triplo. A descrição desse padrão de crescimento, influência diretamente em algumas práticas agronómicas como, irrigação, aplicação de reguladores de crescimento, controle fitossanitário e período crítico de colheita. Este estudo teve como objetivo caracterizar o padrão de crescimento das partes constituintes do fruto e o acúmulo de reservas como amido, açúcares solúveis totais (AST), açúcares redutores (AR), açúcares não redutores (ANR) e óleo do mesocarpo de frutos de macaúba. O experimento foi realizado com plantas adultas de população nativa do município de Acaiaca, região Sudeste de Minas Gerais - Brasil, catalogado como clima subtropical úmido segundo a classificação climática de Koppen-Geiger: Cwa. Coletou-se um fruto por cacho uma semana após abertura da espata (SAAP) até a queda natural dos frutos às 62 SAA. Determinou-se a abertura da espata com base em um padrão visual da antese da flor masculina, intervalo compreendido entre 12-24h horas após abertura da espata (HAAP).
Para as análises estatísticas foram usados os valores médios das variáveis analisadas. O delineamento experimental foi em blocos casualizados e para cada avaliação foi estimada a equação de regressão. O teor de água dos frutos atingiu um pico máximo de 87 % às 8 SAA, posteriormente sofreu queda gradual com valor mínimo de 23 % de teor de água às 58 SAA. Os padrões de crescimento do epicarpo, do endocarpo e da amêndoa foram descritos por um comportamento sigmoide simples (uma fase de acúmulo de matéria seca), e do mesocarpo por um comportamento sigmoide duplo (duas fases de acúmulo de matéria seca). Às 6 SAA foi possível separar fisicamente o epicarpo, o endocarpo e o mesocarpo o qual, neste estádio, estava constituído por: 25 % de amido, 10,5 % de AST, 9% de AR e 1,5 % de ANR. O acumulo de óleo no mesocarpo teve um comportamento linear com 10 % de teor de óleo às 34 SAA e atingindo 55 % às 62 SAA. O acúmulo de óleo no mesocarpo esteve diretamente relacionado com a queda no teor de amido. O epicarpo e o endocarpo atingiram o maior acúmulo de massa seca às 13 SAA e 24 SAA, respectivamente. O fruto de macaúba alcançaram o diâmetro externo transversal (DET) máximo (45 mm) às 13 SAA mantendo esse valor constante até a última avalição.
Observou-se que os primeiros dois tecidos desenvolvidos foram o epicarpo e o endocarpo, consideradas estruturas de proteção do fruto e da semente, respectivamente. Após 13 SAA, iniciou-se o processo de amadurecimento do fruto, o qual foi separado em duas fases, física e química.
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Fonte: Locus UFV
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