Caracterização do amadurecimento e uso de inibidores do etileno na conservação pós-colheita de macaúba
quarta-feira, junho 26, 2019
Autor: Osdnéia Pereira Lopes
Resumo: Diversas matérias primas podem ser utilizadas para produção de biocombustíveis. O desafio é compatibilizar a produção de maneira sustentável na esfera econômica, social e ambiental. Neste sentido, a palmeira macaúba (Acrocomia aculeata (Jacq.) Lodd. ex Mart.), apresenta-se como matéria prima promissora, devido a elevada produtividade de óleo por hectare e ampla adaptabilidade. Entretanto, até recentemente, a exploração econômica da macaúba se restringia ao extrativismo e pouco se conhece sobre o ponto de colheita de seus frutos, a fisiologia pós-colheita e a possibilidade de uso de inibidores de etileno visando à manutenção da qualidade do óleo em pós-colheita. Estas informações são imprescindíveis para viabilizar a produção e a exploração econômica desta matéria prima em larga escala.
Assim, objetivou-se caracterizar o amadurecimento e determinar a melhor época de colheita para os frutos da macaúba (CAPÍTULO 1) e avaliar o uso de inibidores do etileno na conservação pós-colheita desses frutos (CAPÍTULO 2 Experimento1, 2, 3). No CAPÍTULO 1 foi estudado o processo de maturação natural dos frutos. Para isto, os frutos foram colhidos no cacho e avaliados dos 315 aos 415 dias após a antese. Como resultados, observou-se que o processo de maturação dos frutos da macaúba ocorre linearmente dos 315 aos 415 dias após a antese. Neste período ocorrem incrementos constantes nos teores de óleo, de açúcares e sólidos solúveis totais concomitantemente ao declínio nos teores de amido e na firmeza da polpa. Os frutos atingiram a maturidade fisiológica aos 400 dias após a antese, o que coincide com a queda natural dos frutos. Um método indireto de fácil mensuração ao nível de campo seria a firmeza da polpa, visto que esta variável está altamente correlaciona ao teor de óleo, isto é, quanto menor a firmeza da polpa (próximo de 30 N), mais avançado será o estádio de maturação do fruto e consequentemente maior será o teor de óleo.
No CAPÍTULO 2 foi estudado o efeito de inibidores de etileno visando à conservação pós-colheita dos frutos. No experimento 1 foram estudadas doses e tempo de aplicação do 1-MCP na pós-colheita de frutos. Como resultados, observou-se que o 1-MCP retardou o processo de amadurecimento e senescência dos frutos da macaúba. O tempo de aplicação não influenciou nos resultados. A concentração de 3000 nL.L^,1־ proporcionou maior controle do amadurecimento acelerado dos frutos. O 1-MCP reduz o acúmulo natural do óleo nos frutos. No Experimento 2 foi estudada a frequência de aplicação do 1-MCP em pós-colheita. Como resultados, verificou-se que o 1-MCP retardou o amadurecimento dos frutos da macaúba. O tratamento com 2 aplicações do 1- MCP proporcionou menores teores de oBrix, de óleo do mesocarpo e de acidez do óleo, indicando que a maturação do fruto foi retardada. No experimento 3 foi estudado o uso do AVG na pós colheita. Foi avaliado o teor de sólidos solúveis totais, firmeza do mesocarpo, teor de óleo e acidez do óleo.
Como resultados, observou-se que o AVG retardou o amadurecimento dos frutos da macaúba. A maior concentração utilizada 4g/L foi mais eficiente mantendo o teor de óleo e os sólidos solúveis com menores índices. Os frutos não tratados com o AVG apresentaram maior produção de etileno. Conclui-se que os frutos da macaúba encontram-se maduros aos 400 dias após a antese e que os inibidores de etileno (1MCP e AVG) foram eficazes em retardar o processo de amadurecimento dos frutos da macaúba.
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Fonte: Locus UFV
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