Iniciativa devolve o verde às florestas da Mata Atlântica
terça-feira, janeiro 29, 2019
Imagem Ilustrativa |
Trabalho voluntário garante plantação de mudas de árvores nativas nos parques federais do Rio de Janeiro
Replantar para enriquecer. É com este lema que voluntários se mobilizam, pelo menos seis vezes ao ano, na plantação de mudas de árvores nativas da Mata Atlântica em parques federais do Rio. O trabalho de formiguinha, na quinta-feira, por exemplo, rendeu 200 novas plantações de diferentes espécies no Parque Nacional da Tijuca. A expectativa, com esses trabalhos, além de conscientizar a população sobre a necessidade de conservação das florestas, é restaurar áreas degradadas, garantindo o equilíbrio da fauna e flora.
A Floresta do Parque Nacional da Tijuca é uma das maiores florestas urbanas do mundo. É uma vegetação secundária, fruto do reflorestamento de uma área que foi devastada pela plantação de cafezais, cana, pela caça e colonização do Rio. Ao longo dos anos, a grande área verde passou por um processo de defaunação que a transformou numa 'floresta vazia'.
Com os mutirões de plantio, organizados pelo Instituto Conhecer para Conservar, do Grupo Cataratas, mais de 2 mil mudas nativas da Mata Atlântica, com mais de dez espécies, foram plantadas no Parque da Tijuca desde 2016. Em março, há previsão de mais de um evento voluntário no local. Da Paineira Rosa ao Ipê Verde, o que já se observa, segundo o instituto, é o enriquecimento da biodiversidade no parque. "Esse aspecto favorece o equilíbrio biológico do local e reflete diretamente na fauna e flora do entorno", explicou Fernando Sousa, diretor Institucional e de Sustentabilidade do Grupo Cataratas.
Voluntário há 1 ano e meio, o estudante de Jornalismo Lucas dos Reis, de 20 anos, acredita que a participação das pessoas na reconstrução florestal precisa ir além do replantio. "Quem faz trilhas, passeia ou faze piqueniques em parques deveria ter mais consciência em não deixar lixo nessas áreas. A natureza precisa de espaço e tempo para se reconstruir, e nós podemos ajudar quando não estamos atrapalhando".
A bióloga Nadja de Alcântara Oliveira, 30, que tem no currículo a plantação de mais de 200 mudas de diferentes espécies, destaca a necessidade de engajamento da população. "O Meio ambiente clama por ajuda. Estamos vivendo uma fase de consumo desenfreado, sem pensar no futuro e a natureza já está nos cobrando. Precisamos conscientizar a sociedade do seu dever perante ao meio em que vivemos".
Saiba como participar
Para se candidatar a uma vaga de voluntário do Instituto Conhecer para Conservar e participar de ações como o plantio de mudas nos parques, basta fazer a inscrição no site www.conhecerparaconservar.org.br. A instituição divulga os eventos pelas redes sociais.
Além do trabalho de replantio nas florestas, o Instituto apoia o projeto Refauna, da UFRJ, UFRRJ e IFRJ, em parceria também com o Paineiras Corcovado e Riozoo, que reintroduz diversas espécies de animais na Floresta da Tijuca, restaurando a Mata Atlântica, sua fauna e interações ecológicas.
A Arara Canindé e o Jabuti serão as próximas espécies reintroduzidas na floresta. Após a colocação desses animais no habitat, pesquisadores vão monitorar através de radiotransmissores, marcação individual e armadilhas fotográficas para serem reconhecidos quando avistados na área de soltura. Bugio, Cutia e anta foram colocados recentemente no Parque Nacional da Tijuca.
Fonte: O Dia
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