Revista Natureza, 2018 |
É preciso “levar em conta as implicações das políticas de uso da terra ainda mais seriamente do que as pessoas vêm fazendo".
Pesquisadores de Princeton relataram em um artigo, publicado na revista Nature, que o uso ineficiente de terras para a agricultura e até mesmo a produção de combustíveis alternativos aumenta significativamente as emissões de gases do efeito estufa. De acordo com eles, governos e cientistas subestimaram o efeito que as mudanças no manejo da terra e na nutrição humana teriam na limitação dessas emissões.
O estudo forneceu um "índice de benefício de carbono" para calcular se os esforços para combater as mudanças climáticas são afetados ou prejudicados pela mudança da produção agrícola de milho para feijão, soja e frutas tropicais, ou de terras cultiváveis para pastagens ou bioenergia. De acordo com Tim Searchinger, pesquisador da Escola Woodrow Wilson de Assuntos Públicos e Internacionais é preciso “levar em conta as implicações das políticas de uso da terra ainda mais seriamente do que as pessoas vêm fazendo".
Ele afirmou que o uso de qualquer hectare para um propósito tem o custo de não ser usado por outro, e esses custos de oportunidade não foram realmente considerados. "Como a necessidade de armazenamento de alimentos e carbono deve aumentar significativamente nos próximos 50 anos, os pesquisadores queriam examinar as mudanças no uso da terra ou consumo que ajudaria a mitigar a mudança climática, atingindo ambos os fins de forma eficiente”, comenta.
Ao mesmo tempo, o clima pode se beneficiar de mudanças na forma como os alimentos são produzidos. Os pesquisadores descobriram que um manejo mais cuidadoso do pastoreio em um hectare de terra no Brasil, de baixa a média qualidade, aumentaria a capacidade global de armazenar carbono na mesma medida que o plantio de um hectare de floresta na Europa ou nos Estados Unidos.
Fonte: Agrolink
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