Para o produtor agrícola, um solo fértil é uma das maiores garantias de uma colheita segura e de qualidade.
Sabemos, no entanto, que o terreno brasileiro é pobre em nutrientes e ácidos necessários à boa nutrição das culturas vegetais.
Para tentar alcançar a máxima produtividade, mesmo sob estas circunstâncias foi estabelecido um conjunto de conceitos e práticas de plantio.
Dentre estes, as leis da fertilidade do solo, que se subdividem em: Lei do Mínimo (conhecida também como Lei de Liebig) e Lei dos Incrementos Decrescentes.
Neste artigo vamos tratar do primeiro item, permitindo que você entenda a partir desta regra como manipular melhor a terra.
Porque conhecendo as particularidades da relação entre solo e plantas, a lavoura poderá ser manejada para uma produção de qualidade.
Vamos antes de qualquer coisa esclarecer melhor o que determina a fertilidade do solo. Em seguida, este artigo vai se debruçar sobre a lei do mínimo. Comece lendo abaixo sobre o que é um solo fértil.
Do que falamos quando mencionamos fertilidade do solo?
Para cada tipo de solo e cultura há uma forma correta de se lidar com a terra. Apesar disso, existem alguns fatores químicos que vão ser determinantes na caracterização de um solo fértil.
Sabemos, por exemplo, que as plantas necessitam de 17 nutrientes dentre os quais 14 serão fornecidos exclusivamente pelo solo.
Em conjunto com a fertilidade, a água é outro fator que pode limitar a produção agrícola.
Assim, um solo fértil deve apresentar um equilíbrio destes fatores para favorecer o desenvolvimento pleno da lavoura.
A fim de descobrir o manejo mais adequado para cada tipo de solo foram desenvolvidas as regras de fertilidade. Dentre estas a lei do mínimo, como já havíamos mencionado.
Origem do conceito
A lei do mínimo tem quase dois séculos de idade. Foi proposta pela primeira vez em um livro do químico e inventor alemão Justus von Liebig – razão pela qual também é conhecida como Lei de Liebig.
Já em 1840 havia uma preocupação em promover estudos científicos que envolvessem a agricultura. Razão esta que levou à criação do conceito.
O que não surpreende, já que os países europeus tinham uma grande força agrícola no período anterior à revolução industrial.
Em alguns casos, a transição para uma economia predominantemente urbana foi lenta, ultrapassando este advento do século XIX. Na França em 1931, pelo menos 31% da força trabalhadora era composta por agricultores.
Ainda há hoje países, como o Brasil, que mesmo em uma economia moderna dependem do agronegócio em grande medida.
Leia também este artigo sobre a importância do agronegócio.
O exemplo do Barril de Liebig
Afinal, do que se trata a Lei do Mínimo e qual a sua relação com a agricultura?
Uma forma muito simples de explicar o conceito é visualizando um barril. Este recipiente – que também recebe o nome de barril de Liebig – possui ripas de tamanho desigual. Portanto, algumas são maiores e outras menores.
Se enchermos o barril com água, ou outro líquido, concluímos que a capacidade de armazenamento será limitada pela ripa mais curta.
Nisso está a essência da nossa teoria. Pois quando a analogia passa para a prática do plantio, também encontramos o nosso fator de limitação.
Em outras palavras: o crescimento das plantas será determinado pelo nutriente em menor quantidade no solo.
Resumindo a Lei do Mínimo na agricultura
Observamos com a lei do mínimo que o pleno desenvolvimento da colheita depende de garantir uma nutrição completa das plantas.
Isso significa que todos os 14 elementos devem estar presentes e nas quantidades adequadas.
Pois, como concluiu Liebig, um organismo não será mais forte que o ponto mais fraco na sua cadeia de necessidades.
E foi especificamente no estudo da agricultura que o químico alemão percebeu a importância do equilíbrio nutritivo do solo.
Ele notou que em muitos casos as culturas não vingavam, mesmo apresentando nutrientes importantes como água e dióxido de carbono.
Ironicamente, acontecia das plantas sentirem falta justamente de substâncias que precisam em pouca quantidade. Como, por exemplo, o zinco.
O nome de Lei do Mínimo veio de uma afirmação de Liebig. Precisamente esta:
O crescimento de uma planta é dependente da quantidade de alimento que se lhe apresente em quantidade mínima.
Atualmente as tecnologias, como a agricultura de precisão, vêm tentando dar conta de medir e manejar estes fatores de fertilidade (leia aqui: A Grande Contribuição das Novas Tecnologias para a Agricultura).
Considerações finais
A aplicação do conceito aqui descrito à realidade das plantações demanda antes de tudo uma análise precisa do solo.
Para as culturas perenes, a recomendação é que o processo se repita pelo menos a cada 2 anos.
É preciso garantir os nutrientes de nível macro e micro para que não seja limitado o desenvolvimento da sua produção.
O terreno de plantio equilibrado deve apresentar todos estes elementos:
- Nitrogênio (N)
- Fósforo (P)
- Potássio (K)
- Magnésio (Mg)
- Cálcio (Ca)
- Enxofre (S)
- Manganês (Mn)
- Zinco (Zn)
- Ferro (Fe)
- Cobre (Cu)
- Boro (B)
- Níquel (Ni)
A estes se somam ainda a água e o dióxido de carbono.
Fazendo uma medição frequente, você mantém o controle do momento correto para repor os nutrientes. Assim como saberá quando é necessário fazer uma adubação de cobertura e em qual intervalo de tempo.
A Lei do Mínimo é uma ferramenta que ajuda a equilibrar o terreno para que este se torne um solo fértil.
E você tem algo a acrescentar sobre o assunto? Deixe aqui embaixo nos comentários.
Fonte: AgroComunica
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