Encadeamento Produtivo é exemplo para o agronegócio no Brasil
quarta-feira, novembro 21, 2018
Parceria entre Sebrae, Aurora Alimentos e cooperativas filiadas estimula crescimento de cadeias produtivas em Santa Catarina
O agronegócio no Brasil enfrenta um cenário desafiador, mas de superação. Nos últimos quatro trimestres avaliados pelo IBGE, o setor apresentou alta de 2% no período, ante 1.4% do PIB nacional.
Para continuar crescendo, o agronegócio precisa de mais eficiência, qualidade e sustentabilidade. O projeto Encadeamento Produtivo, uma parceria entre Sebrae, Aurora Alimentos e uma série de entidades e cooperativas parceiras, torna-se então um modelo de solução cada vez mais necessário para grandes empresas e pequenos produtores.
O “Encadeamento Produtivo – Cooperativa Aurora Alimentos – suínos, aves e leite” é considerado o maior projeto voltado ao agronegócio no país. A iniciativa que completa 20 anos em 2018 levou para o âmbito nacional o sucesso verificado em Santa Catarina.
– Mais de 2.000 famílias estão participando deste convênio atual e já são mais de 35.000 propriedades atendidas com os programas do Sebrae. Essa é uma parceria de longa data que está trazendo resultados muito satisfatórios para toda a cadeia produtiva, tanto para a Aurora quanto para os seus clientes e para os produtores rurais – ressalta Dreikes Fiorini Belatto, gestor do projeto.
Desenvolvendo o agronegócio no Brasil, produtor a produtor
Santa Catarina ocupa um lugar de destaque no agronegócio no Brasil, ainda mais quando o assunto é produção leiteira. Mesmo sendo apenas a 19ª unidade federativa em tamanho, o estado é o quinto maior produtor de leite industrializado no país.
Segundo o IBGE, em 20 anos houve alta de quase 950% na produção em território catarinense. Com seus 2.76 bilhões de litros produzidos em 2017, Santa Catarina está logo atrás de São Paulo e Paraná, com Rio Grande do Sul e Minas Gerais mais à frente em quantidade de leite industrializado.
Parte considerável desse crescimento está atrelada ao desenvolvimento dos pequenos produtores rurais beneficiados pelo projeto. São casos como o de Paulo Pinto, do sítio Santa Lúcia.
A área de 23 hectares em Campos Novos foi herdada em 2013, em péssimas condições financeiras. Paulo e sua esposa buscaram na produção de leite uma alternativa de negócio aos grãos e ao fumo que plantavam até então. Apesar dos investimentos, a produção ainda era baixa e o retorno financeiro não cobria as despesas.
Os resultados positivos só vieram após a associação da família à Copérdia, uma das 13 cooperativas parceiras do Encadeamento Produtivo. Por meio dela, Paulo teve acesso aos programas do Sebrae/SC que fazem parte do projeto:
●No Campo Fase I – De Olho na Qualidade;
●No Campo Fase II – Gestão da Qualidade, Times da Excelência, Sustentabilidade Aplicada a Empresas Rurais e consultorias tecnológicas.
– No começo do trabalho com o pequeno negócio, a cooperativa oferece o programa De Olho na Qualidade, sem custo para o produtor. Antes de se fazer uma gestão, você precisa melhorar a propriedade conforme critérios de descarte, organização, limpeza, higiene e ordem mantida – esclarece Dreikes.
A partir dessa certificação, o produtor passa para a Qualidade Total Rural, que aborda diretamente a gestão. Em seguida, vem a questão da sustentabilidade. Esses treinamentos contam com aulas presenciais e consultorias técnicas na propriedade, tudo feito pelo Sebrae.
– Há também o resgate do aprendizado das propriedades que participaram do programa há 20 anos, para manter-se a qualidade dos produtos.
Com os conhecimentos adquiridos no Encadeamento Produtivo, Paulo e sua esposa colocaram as finanças do sítio em dia e aumentaram a produção. A produtividade anual passou de aproximadamente 80 mil litros para 116 mil litros após o programa, enquanto a receita bruta aumentou 43% e o lucro subiu 78%.
– A participação no curso e as consultorias foram muito boas, pois nos ajudaram a buscar saídas para a crise financeira. Também foi possível abrir nossa visão e auxiliar na mudança de nosso jeito de trabalhar – afirma o produtor.
Ciência presente no DNA do projeto
Outro fator tem sido importante para aumentar a competitividade da pequena propriedade rural e melhorar o desempenho dela em relação às grandes empresas – o uso da ciência genômica. Esta tecnologia mapeia as informações genéticas no DNA e como elas se desenvolvem em cada organismo.
No Sistema Aurora Alimentos, além do modelo de gestão, há também um padrão genético do rebanho a ser utilizado na produção. A primeira etapa para se chegar ao Modelo Genético Aurora foi a genotipagem do gado leiteiro. Para tanto, uma amostragem do DNA de 2.500 vacas de produtores cooperados foi enviada a um laboratório especializado nos Estados Unidos para levantamento genético, o que permitiu a realização de um comparativo com os Bancos de Dados Genômicos do Departamento de Agricultura dos EUA e a identificação de pontos fortes e fracos dos animais.
Através de consultorias Sebraetec, a Aurora estabeleceu um padrão ideal de animais para a produção de leite. Os criadores foram instruídos sobre quais touros usar na procriação do gado leiteiro para corrigir nas gerações futuras as deficiências encontradas e melhorar continuamente o produto.
Encadeamento Produtivo: benefícios para todos
A Aurora e suas cooperadas incentivam o produtor a participar do Encadeamento Produtivo porque todos ganham com isso.
– Com os treinamentos da qualidade e uma reorganização do manejo, ele consegue entregar os produtos em maior quantidade e com maior qualidade – salienta o gestor do projeto.
Esses resultados que os pequenos e microempresários rurais obtêm nos cursos do Sebrae/SC repercutem-se positivamente na cadeia produtiva. Tanto eles quanto as cooperativas aumentam sua competitividade e fortalecem uma relação benéfica com a Aurora, que cresce no mercado com produtos de qualidade e premia os produtores por essa entrega. Para o consumidor, é mais uma garantia de ter alimentos de excelência.
O “Encadeamento Produtivo Aurora Alimentos – Sebrae/SC: suínos, aves e leite” conta com as parcerias de Senar/SC, Sescoop/SC, Sicoob, Fundação Aury Luiz Bodanese, Cooperalfa, Itaipu, Auriverde, Coolacer, Copérdia, Caslo, Cooper A1, Coopervil e Coopercampos, Camisc, Cocari, Cotrel, Coasgo e Sicredi/RS.
Confira mais iniciativas para o desenvolvimento de Santa Catarina no site do Sebrae/SC.
Fonte: Empreendedorismo que Transforma - G1
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