Observações feitas em campo, recentemente, na região Norte do Espirito Santo, mostram que cafeeiros conillon, quando atacados por bicho mineiro, mantem as folhas, com quase nenhuma desfolha, ao contrário de cafeeiros arábica, os quais sofrem severa desfolha
O ataque de bicho mineiro em cafeeiros da espécie Coffea canephora, como os da variedade conillon, no geral não tem sido problemático. Pesquisa mais antiga, feita por técnicos do ex-IBC, mostram que a reprodução da praga em cafeeiros conillon é muito reduzida. A proporção de insetos adultos, que emergem a partir das minas/crisalidas é pequena, parecendo que alguma substancia, contida nas folhas de cafeeiros robusta (mais tanino), reduz a taxa reprodutiva.
Assim, normalmente a praga evolui pouco em cafezais conillon. Nos últimos anos, entretanto, tem aparecido ataques um pouco mais severos em lavouras de conillon, com causas ainda desconhecidas, podendo ser uma raça/espécie do inseto mais adaptada ou uma maior susceptibilidade de certos clones. Em Kenia é citada a presença de outra espécie da praga, o que ainda não se conhece em nossas condições.
O bicho mineiro, através das minas nas folhas, reduz a área fotossintética das plantas. A produção de etileno, pela morte do tecido nas minas, provoca, em seguida, a queda das folhas, causando desfolhas prejudiciais. A queda, maior ou menor, de folhas deve refletir a sua sensibilidade ao efeito do etileno. Em observação feita em Pinheiros, Norte do ES, em área onde havia cafeeiros conillon e ao lado cafeeiros arábica, verificou-se que, apesar de percentual elevado de infestação, em níveis acima de 70-80% de folhas minadas, apenas as plantas de arábica apresentavam desfolha.
Cafeeiros arabica, híbridos, como o Acauâ e alguns Catimores, que tem origem em cruzamentos com robustas, também tem apresentado a característica de desfolha mais lenta, porem não mantendo os altos níveis de enfolhamento agora observados em cafeeiros conillon.
Fonte: ProCafé
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