Doenças impedem crescimento da produção de camarões no Brasil
sexta-feira, setembro 21, 2018
Pesquisadora da Embrapa abordou formas de manejo indicadas na prevenção de doenças infecciosas
Doenças altamente letais e contagiosas têm prejudicado fortemente a expansão da produção de camarões (carcinicultura) no Brasil. Mas com o manejo adequado é possível manter a lucratividade do negócio. Para abordar essas técnicas, a pesquisadora da Embrapa Meio Norte Alitiene Moura Lemos Pereira apresentou o tema “Convivendo com as Enfermidades da Carcinicultura no Brasil”, na última quarta-feira (19), durante o AquaCiência 2018, em Natal (RN). O congresso, que reúne alguns dos maiores especialistas em aquicultura do país, permanece no Centro de Convenções até o próximo dia 21 de setembro.
São cinco tipos de vírus presentes no país, sobretudo no Nordeste, nos principais polos produtores. Um dos mais letais é o WSSV, que provoca a mancha branca no camarão. Detectado pela primeira vez na Ásia em 1993, dois anos depois já atingia os Estados Unidos e logo chegou à América do Sul. A doença aniquilou a produção do crustáceo no Ceará em 2017. Em seis meses, 30 mil toneladas de camarão foram perdidas; o equivalente a 60% da produção do período. Além do Ceará, ela tem afetado criações de camarão no Rio Grande do Norte, em Sergipe, no Piauí, na Paraíba, em Pernambuco e na Bahia. Nem Santa Catarina escapou do terrível vírus, que atinge a fase inicial de desenvolvimento dos camarões, causando sua calcificação. Como consequência, os crustáceos morrem e contaminam todo viveiro, o que gera sérios prejuízos ao produtor.
Segundo Alitiene, as doenças têm sido consideradas como um forte fator de restrição ao crescimento, expansão e intensificação da aquicultura no Brasil. “O conhecimento dos problemas sanitários e seus riscos associados fornece subsídios para minimizar seus efeitos e continuar com a atividade de forma sustentável e lucrativa”, destaca ela, lembrando que em ambientes endêmicos com patógenos altamente contagiosos e mortais é necessário mais investimentos financeiros, conhecimento técnico, uso de aditivos e a execução de boas práticas.
Por meio da aplicação de normas e procedimentos adequados, é possível atuar na prevenção de doenças infecciosas do crustáceo. “É quando o produtor deve fazer um ambiente isolado, onde a doença não entra”, diz ela. Solo coberto com lona, cobertura dos tanques e água esterilizada são alguns dos recursos utilizados. “Assim você consegue evitar a entrada de doenças mesmo se a propriedade estiver em local contaminado”, ressalta ela.
Alitiene faz parte do grupo de pesquisadores do BRS Aqua, o maior projeto de pesquisa em aquicultura já desenvolvido no país. Nos próximos dois anos, ela pretende identificar quais são os fatores de risco para o desenvolvimento da mancha branca no camarão.
O BRS Aqua envolve 22 centros de pesquisa, 50 parceiros públicos e 11 empresas privadas – números que ainda devem aumentar ao longo de sua duração. Os investimentos chegam a R$ 57 milhões para quatro anos de trabalho. A maior parte – R$ 45 milhões – será aportada pelo BNDES Funtec – linha de crédito não reembolsável destinada a projetos de pesquisa aplicada, desenvolvimento tecnológico e inovação.
Fonte: Embrapa Pesca e Aquicultura
Pesquisadora da Embrapa abordou formas de manejo indicadas na prevenção de doenças infecciosas
Doenças altamente letais e contagiosas têm prejudicado fortemente a expansão da produção de camarões (carcinicultura) no Brasil. Mas com o manejo adequado é possível manter a lucratividade do negócio. Para abordar essas técnicas, a pesquisadora da Embrapa Meio Norte Alitiene Moura Lemos Pereira apresentou o tema “Convivendo com as Enfermidades da Carcinicultura no Brasil”, na última quarta-feira (19), durante o AquaCiência 2018, em Natal (RN). O congresso, que reúne alguns dos maiores especialistas em aquicultura do país, permanece no Centro de Convenções até o próximo dia 21 de setembro.
São cinco tipos de vírus presentes no país, sobretudo no Nordeste, nos principais polos produtores. Um dos mais letais é o WSSV, que provoca a mancha branca no camarão. Detectado pela primeira vez na Ásia em 1993, dois anos depois já atingia os Estados Unidos e logo chegou à América do Sul. A doença aniquilou a produção do crustáceo no Ceará em 2017. Em seis meses, 30 mil toneladas de camarão foram perdidas; o equivalente a 60% da produção do período. Além do Ceará, ela tem afetado criações de camarão no Rio Grande do Norte, em Sergipe, no Piauí, na Paraíba, em Pernambuco e na Bahia. Nem Santa Catarina escapou do terrível vírus, que atinge a fase inicial de desenvolvimento dos camarões, causando sua calcificação. Como consequência, os crustáceos morrem e contaminam todo viveiro, o que gera sérios prejuízos ao produtor.
Segundo Alitiene, as doenças têm sido consideradas como um forte fator de restrição ao crescimento, expansão e intensificação da aquicultura no Brasil. “O conhecimento dos problemas sanitários e seus riscos associados fornece subsídios para minimizar seus efeitos e continuar com a atividade de forma sustentável e lucrativa”, destaca ela, lembrando que em ambientes endêmicos com patógenos altamente contagiosos e mortais é necessário mais investimentos financeiros, conhecimento técnico, uso de aditivos e a execução de boas práticas.
Por meio da aplicação de normas e procedimentos adequados, é possível atuar na prevenção de doenças infecciosas do crustáceo. “É quando o produtor deve fazer um ambiente isolado, onde a doença não entra”, diz ela. Solo coberto com lona, cobertura dos tanques e água esterilizada são alguns dos recursos utilizados. “Assim você consegue evitar a entrada de doenças mesmo se a propriedade estiver em local contaminado”, ressalta ela.
Alitiene faz parte do grupo de pesquisadores do BRS Aqua, o maior projeto de pesquisa em aquicultura já desenvolvido no país. Nos próximos dois anos, ela pretende identificar quais são os fatores de risco para o desenvolvimento da mancha branca no camarão.
O BRS Aqua envolve 22 centros de pesquisa, 50 parceiros públicos e 11 empresas privadas – números que ainda devem aumentar ao longo de sua duração. Os investimentos chegam a R$ 57 milhões para quatro anos de trabalho. A maior parte – R$ 45 milhões – será aportada pelo BNDES Funtec – linha de crédito não reembolsável destinada a projetos de pesquisa aplicada, desenvolvimento tecnológico e inovação.
Fonte: Embrapa Pesca e Aquicultura
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