Agricultura produtiva, rentável e com baixo impacto ambiental depende diretamente de um solo com alta qualidade. Qualidade do solo indica a sua capacidade de funcionar dentro dos limites de um ecossistema natural ou manejado, a fim de sustentar a produtividade de plantas e animais, manter ou aumentar a qualidade do ar e da água e promover a saúde das plantas, dos animais e dos homens (Doran, 1997).
Há vários atributos que podem caracterizar a qualidade do solo, como o teor de matéria orgânica e a estrutura do solo, que é a forma como as partículas minerais – areia, silte e argila – e orgânicas do solo estão organizadas no espaço. O teor de matéria orgânica e a estrutura do solo influenciam diversos atributos químicos, físicos e biológicos do mesmo, como taxa de infiltração e retenção de água, oxigenação, capacidade de retenção de nutrientes e atividade de organismos vivos.
Há trabalhos científicos mostrando que mais de 2/3 do carbono estável do solo em áreas cultivadas, acumulado ao longo dos anos, provém das raízes das plantas e não da parte aérea (folhas e caules). Ou seja, para termos um solo com alto teor de matéria orgânica é preciso alta produção de raízes, sobretudo em regiões tropicais, onde a decomposição do material orgânico é rápida. Paralelamente, as raízes formam uma espécie de rede no solo, contribuindo para a sua estruturação, principalmente em solos com baixo teor de argila. A estrutura do solo pode ser avaliada visualmente, seguindo algumas metodologias, como o Diagnóstico Rápido da Estrutura do Solo (DRES).
O cultivo continuado de áreas agrícolas, seja com espécies para obter renda ou para cobertura do solo é fundamental para que haja crescimento e morte permanente de raízes. Isso é desejável. Nesse sentido, o solo deve ser cultivado constantemente, sem pousio (ausência de cultivo). Solo sem plantas corresponde à inexistência de raízes, que é sinônimo de degradação ao longo do tempo.
Há vários sistemas de produção que podem ser utilizados visando o uso do solo ao longo do ano. Como exemplo, cita-se a integração entre lavouras para produção de grãos no verão e pastagens no inverno ou o cultivo de soja e milho segunda safra consorciado com braquiária. Adicionalmente, pesquisas têm apontado que o aporte de nutrientes necessários ao pleno crescimento das plantas é prática importante para se ter alto crescimento de raízes e melhoria do solo ao longo do ano. O adequado manejo do solo permite o ideal crescimento e desenvolvimento das raízes, melhorando ainda mais a sua qualidade. Esse ciclo virtuoso contribui para uma agricultura verdadeiramente sustentável.
Fonte: Blog da Embrapa Soja
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