As respostas incluem diversos pontos que precisam ser modificados no País
O Brasil é um dos maiores produtores mundiais da uma grande quantidade de produtos básicos de consumo e alimentação, tendo avançado ainda como grande exportador das principais commodities da agroindústria. No entanto, uma dúvida intriga todos os envolvidos no tema de segurança alimentar: Por que o Brasil não é autossuficiente em trigo? As respostas incluem diversos pontos que precisam ser modificados no País, e nesta série de reportagens, apresentaremos algumas delas.
De acordo com o analista Luiz Fernando Pacheco, da T&F Consultoria Agroeconômica, há atitudes e decisões que dependem do poder público, mas outras não. Segundo o especialista, o principal motivo de a cadeia do trigo no Brasil estar com preços baixos e desacreditada está na origem de todo o processo: “a miscelânea de sementes utilizadas indiscriminadamente numa mesma região”.
“Ao contrário das boas práticas utilizadas nos principais países produtores, não temos exigências firmes de se plantar sementes assemelhadas, de acordo com a vocação do solo ou da região. Cada agricultor planta a semente que quer e faz o manejo que quer e isto impede uma boa qualidade da produção e segregação no momento da colheita”, explica.
Para Pacheco, uma honrosa exceção é o estado de Minas Gerais, onde os moinhos impedem a entrada e o plantio de sementes fora do seu padrão de qualidade: “Assim deveria ser em cada região do país: verificar-se a vocação do seu terroir e todos deveriam plantar sementes da mesma qualidade, para se chegar a um produto com denominação de origem, como acontece com a uva, a oliva e vários outros produtos”.
“Esta iniciativa poderia estar a cargo das cooperativas (conhecemos pelo menos duas que já fazem isto, com excelentes resultados) e cerealistas, fornecendo as sementes apropriadas para seus associados e só recebendo em seus armazéns o trigo originário destas sementes. Desta forma, quando os compradores quiserem trigo com determinadas características, para fazerem determinadas farinhas, saberão onde encontrá-las e com volume adequado”, conclui.
Fonte: AgroLink
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