Com um bom planejamento é possível, reduzir o tempo de abate do animal e ter um giro de capital mais rápido.
O pecuarista nem sempre pensa em fazer planejamento para a estação das chuvas. Geralmente, ele prepara-se para enfrentar o período de estiagem, quando o crescimento do pasto é mais lento e a qualidade menor. No entanto, planejar-se para a época das águas pode melhorar o desempenho da propriedade e maximizar lucros. Com um bom planejamento é possível, por exemplo, reduzir o tempo de abate do animal e ter um giro de capital mais rápido.
Assim como para a estação seca, o produtor precisa fazer uma estimativa do rebanho no decorrer desse período, estimar a capacidade de produção e demanda de forragem e projetar ganho de peso esperado dos animais em cada categoria.
Segundo o engenheiro agrônomo Adilson Malagutti, da Embrapa Pecuária Sudeste (São Carlos – SP), o pecuarista deve começar o planejamento ainda durante a época seca. “É preciso ter ideia do que vai acontecer com o rebanho desde o início das chuvas até o final. É em função da lotação da fazenda que será planejada a produção de alimentos”, explica. A necessidade de alimento, em quantidade e qualidade, tem que ser proporcional ao rebanho e ao ganho de peso desejado.
A estratégia técnica de uma fazenda será determinada em função das metas produtivas e financeiras. “Dependendo de quando o pecuarista pretenda abater o animal, deverá planejar o quanto de ganho de peso terá de obter a cada dia, semana ou mês, se vai ou não usar suplementação, se vai ou não confinar etc., com um olho na técnica e outro no fluxo de caixa”, diz Malagutti.
Em cada uma dessas etapas, o produtor precisa de planejamento. Apesar das várias alternativas para se chegar a um determinado fim, há uma solução mais adequada para a realidade de cada fazenda.
Programa da Embrapa estimula planejamento
O programa Bifequali de Transferência de Tecnologia capacita técnicos para levar tecnologias aos pecuaristas de corte, tornando a atividade mais lucrativa e sustentável. Durante o programa, esses profissionais são incentivados a fazer o planejamento da propriedade em curto e longo prazo. “A necessidade de planejamento é o primeiro ponto do programa. O técnico deve sentar com o produtor e planejar quais as metas e melhorias possíveis no decorrer do próprio ano e nos anos seguintes em função do caixa disponível, da infraestrutura, mão de obra, etc.”, conta Malagutti, que é coordenador do Bifequali TT.
Ele destaca que é preciso ter em mente que o planejamento também envolve o fluxo de caixa. Deve-se vincular o planejamento técnico aos recursos disponíveis para que a propriedade continue com caixa positivo em todos os meses do ano. “A evolução técnica deve estar casada com fluxo de caixa”, ressalta.
O planejamento em longo prazo (de 3 a 5 anos) é mais estratégico. Ali devem estar presentes as grandes metas da fazenda, aonde ela quer chegar. Já o de curto prazo é um planejamento mais detalhado, mais operacional, dentro do ano.
O auxílio de um técnico na propriedade também faz diferença na hora de tomar decisões. “Muitas vezes, o dono ou o responsável pela fazenda está muito preocupado com questões operacionais e problemas do dia a dia para resolver, o que pode dificultar a captação de melhores oportunidades. O técnico conhece outras realidades, faz planejamento em outras fazendas e pode trazer essa complementação junto com o produtor para melhorar a produtividade”, destaca.
Fonte: Embrapa Pecuária
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