Aviões agrícolas são grandes aliados no combate aos incêndios florestais
segunda-feira, agosto 27, 2018
Desde 2013, São Paulo é o Estado que melhor está sabendo empregar uma prerrogativa valiosa e cada vez mais conhecida da aviação agrícola na segurança do meio ambiente e das pessoas: o combate a incêndios florestais. Prova disso foram os treinamentos ocorridos nesta terça-feira, dia 14, em São José do Rio Preto e Rio Claro, envolvendo cerca de 200 bombeiros e duas empresas aeroagrícolas. Em ambos os casos, as empresas foram contratadas pela Defesa Civil e Corpo de Bombeiros a fim de manterem aeronaves e pilotos de prontidão para apoiar equipes de solo em combate a incêndios em regiões específicas.
São Paulo possui a terceira maior frota aeroagrícola do país, com mais de 300 aeronaves, segundo o Registro Aeronáutico Brasileiro (RAB) da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac). No ano passado foram mais de cinco mil focos de calor registrados no Estado e o combate ao fogo com aviões foi ampliado para as regiões de Bauru, Campinas, Jundiaí, Piracicaba, Presidente Prudente e Sorocaba. Mantendo a estratégia com aeronaves que já existia para as áreas de Araçatuba, Ribeirão Preto e São José do Rio Preto.
Em São José do Rio Preto, o treinamento foi na sede da Imagem Aviação Agrícola, que opera contra incêndios na região desde julho de 2017. O exercício foi promovido pelo 13º Grupamento de Bombeiros, envolvendo 115 profissionais também das áreas de Araçatuba, Ribeirão Preto e Presidente Prudente. Os bombeiros treinaram aproximação segura da aeronave em funcionamento, abastecimento e inclusive o resgate do piloto em caso de acidente. O trabalho abrangeu ainda os procedimentos de chamado de apoio aéreo e a mecânica da operação na área do incêndio.
Em Rio Claro, onde esse tipo de serviço é novidade, o treinamento começou na segunda-feira, envolvendo 80 oficiais bombeiros do 16º CB e pessoal da Pachu Aviação Agrícola, de Catanduva – que venceu o pregão realizado em julho pela Casa Militar do Estado. Ali o primeiro dia foi para o pessoal da empresa aeroagrícola se familiarizar com os equipamentos e procedimentos dos bombeiros. Já a terça foi de treinamento para os bombeiros aprenderem as rotinas de uma operação com avião.
No Brasil, há quase 50 anos esse tipo de operação é oficialmente uma das funções da aviação agrícola, conforme o Decreto-Lei nº 917, de 7 de outubro de 1969 – que diz: § 2º As atividades da Aviação Agrícola compreendem: e) combate a incêndios em campos ou florestas.
Desde o início dos anos 2000 órgãos governamentais começaram a contratar com certa frequência empresas aeroagrícolas para serviços de combate a incêndios em áreas de reserva natural. Isso ocorre principalmente com o Instituto Chico Mendes (ICM Bio), que é federal; o Instituto Estadual de Florestas (IEF) de Minas Gerais, a Secretaria de Meio Ambiente da Bahia e o governo paulista. No entanto, conforme o Sindicato nacional das Empresas de Aviação Agrícola (Sindag), apenas cerca de 15 aviões agrícolas de empresas do setor participam todos os anos de operações de combate a incêndios pelo Brasil.
A principal vantagem é, sem dúvida a segurança, tanto para os bombeiros quanto para a população direta ou indiretamente envolvida com o incêndio. Além da capacidade de chegar rápido nos pontos de incêndio e fazer lançamentos repetidos de grandes quantidades de água em campos e matas, o ganho do uso da aviação também para as cidades tem sido mensurado principalmente em São Paulo.
Em um incêndio em área de floresta, sempre que o bombeiro se desloca da cidade, são levados equipamentos, veículos (inclusive ambulâncias) e pessoal que normalmente fica na cidade, para proteger a população urbana. O mesmo incêndio que uma equipe sem apoio aéreo levaria sete dias para extinguir, pode ser resolvido em um dia com apoio de aviões. Ou seja, além de menor desgaste do pessoal (e de sua segurança), o avião garante bombeiros menos tempo ausentes de suas bases.
Já a vantagem econômica vem principalmente da economia na logística. Isso porque os órgãos governamentais não precisam comprar aeronaves que seriam usadas apenas para aquele fim, tento todo o gasto de manutenção e pessoal para um aparelho que ficaria parado boa parte do ano. Para as empresas de aviação agrícola, é uma função a mais para um equipamento que já está em seus quadros e que, por sua vez, tem utilização reduzida nas lavouras durante as estiagens – justamente quando ocorrem os incêndios.
Fonte: Blog Aviação Agrícola
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