Agricultores do norte de MG criam cooperativa e vendem óleo de macaúba até para a Petrobras
sexta-feira, janeiro 05, 2018
A Cooperativa de Agricultores Familiares e Agroextrativista Ambiental do Vale do Riachão (Cooper Riachão), localizada no Norte de Minas Gerais, deu um grande passo rumo à consolidação do desenvolvimento agrícola nos municípios de Montes Claros, Mirabela, Coração de Jesus e Brasília de Minas ao habilitar a venda de óleo de macaúba para a Petrobras. A empresa tem uma unidade de biodiesel em Montes Claros, principal cidade da região.
A parceria foi possível depois que a Cooper Riachão, a 80 km de Montes Claros, obteve a documentação necessária junto à Secretaria Especial de Agricultura Familiar e Desenvolvimento Agrário (Sead). Após reunir todos os agricultores que contavam com Declaração de Aptidão ao Pronaf (DAP), a cooperativa solicitou a emissão da DAP Jurídica, fundamental para o fornecimento de matéria-prima para unidades produtoras de biodiesel.
Anselmo Santos, consultor da Coordenação-Geral de Agroecologia e Energia Renovável da Sead, acompanhou de perto todo o processo e explica que as vantagens do contrato com a Petrobras vão além do financeiro. Segundo ele, por ser detentora do Selo Combustível Social, a Petrobras precisa se comprometer a celebrar previamente contratos de compra e venda de matérias-primas com os agricultores familiares ou suas cooperativas, além de assegurar capacitação e assistência técnica.
“O mais legal de tudo é que nesse caso especifico o óleo que é vendido no biodiesel é um subproduto, não é o produto principal do negócio, ele é bem mais amplo. Foi um acréscimo na renda deles. Você vê a evolução que a cooperativa vem tendo do ponto de vista social, ambiental, econômico, industrial. Uma coisa importante é o sentimento de posse que eles têm e isso tá ficando cada vez mais claro”, destaca Anselmo.
“O mais legal de tudo é que nesse caso especifico o óleo que é vendido no biodiesel é um subproduto, não é o produto principal do negócio, ele é bem mais amplo. Foi um acréscimo na renda deles. Você vê a evolução que a cooperativa vem tendo do ponto de vista social, ambiental, econômico, industrial. Uma coisa importante é o sentimento de posse que eles têm e isso tá ficando cada vez mais claro”, destaca Anselmo.
Para João Elias, diretor administrativo da Cooper Riachão, a habilitação da Sead fez toda diferença na hora de concretizar a parceria com a Petrobras e, consequentemente, para impedir o êxodo rural e garantir o desenvolvimento dos agricultores familiares da região. "Toda cooperativa tem seus problemas, principalmente financeiros, e esse contrato com a Petrobrás trouxe para nós um ganho maior. Hoje podemos dizer que nós saímos do vermelho e entramos no azul", comemora.
Cooperativa impediu êxodo rural
As águas do Riachão já não conseguiam mais atender a demanda de todos os produtores da região. Alguns abandonaram o campo e buscaram novas oportunidades na cidade, enquanto outros permaneceram no Riachão, firmes no propósito de produzir alimentos. Entretanto, como contornar o problema da falta de água? Foi nesse momento que veio o apoio do Centro de Agricultura Alternativa do Norte de Minas (CAA/NM).
Um estudo feito pelo CAA/NM, na época, mostrou que a região do Riachão era rica em macaúba, com mais de oito milhões de pés nativos. Pesquisas de órgãos como a Embrapa apontam que a macaúba tem potencial para produzir até oito toneladas de óleo por hectare, além de gerar tortas alimentícias para animais e biomassa para carvão vegetal. No caso do Riachão, o primeiro passo era organizar os produtores, como lembra o presidente da Cooper Riachão, Agnaldo Fonseca.
“Minha mãe, hoje falecida, falou para a gente criar uma associação diferente das outras, que segurasse o pessoal aqui, que desse serviço ao povo. Com o objetivo de oferecer emprego, comercializar e lucrar, nós fundamos a cooperativa no ano de 2009. No início éramos 25 sócios. Hoje somos 46 e trabalhamos com cerca de 350 famílias extrativistas da macaúba”, ressalta Agnaldo.
José Vilton da Fonseca é um dos cooperados e fornecedores de macaúba. Ele está na cooperativa há cinco anos e afirma que o espírito de solidariedade não fica apenas dentro da cooperativa. “A gente colhe o coco, traz para cá, trabalha e adquire os produtos. É mais renda, mais sustentabilidade, além do emprego. Se a gente vê que os vizinhos em volta têm macaúba, a gente conversa e eles acabam cedendo pra gente. É uma ajuda a mais”, conta o agricultor.
A prioridade da cooperativa é adquirir macaúba dos agricultores da região, mas há municípios do centro-oeste de Minas e até de outros estados, como o Ceará, interessados na parceria com a Cooper Riachão. A macaúba é uma palmeira com grande potencial de uso, sendo empregada para fins alimentares, cosméticos e energéticos. No caso da cooperativa, a produção envolve a fabricação de sabão em pó e em barra, óleo para cabelo e pele, ração, entre outros produtos.
José Vilton da Fonseca é um dos cooperados e fornecedores de macaúba. Ele está na cooperativa há cinco anos e afirma que o espírito de solidariedade não fica apenas dentro da cooperativa. “A gente colhe o coco, traz para cá, trabalha e adquire os produtos. É mais renda, mais sustentabilidade, além do emprego. Se a gente vê que os vizinhos em volta têm macaúba, a gente conversa e eles acabam cedendo pra gente. É uma ajuda a mais”, conta o agricultor.
A prioridade da cooperativa é adquirir macaúba dos agricultores da região, mas há municípios do centro-oeste de Minas e até de outros estados, como o Ceará, interessados na parceria com a Cooper Riachão. A macaúba é uma palmeira com grande potencial de uso, sendo empregada para fins alimentares, cosméticos e energéticos. No caso da cooperativa, a produção envolve a fabricação de sabão em pó e em barra, óleo para cabelo e pele, ração, entre outros produtos.
Texto de:
Juliana Andrade
Secretaria Especial de Agricultura Familiar e do Desenvolvimento Agrário
Assessoria de Comunicação
Contato: (61) 2020-0128 / 0127
Secretaria Especial de Agricultura Familiar e do Desenvolvimento Agrário
Assessoria de Comunicação
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