Economistas veem inflação abaixo do piso da meta em 2017 pela 1ª vez, mostra Focus
terça-feira, setembro 26, 2017
SÃO
PAULO (Reuters) - A expectativa de economistas para a inflação neste
ano foi pela primeira vez abaixo do piso da meta na pesquisa Focus, que
trouxe ainda melhora nas projeções para a economia tanto em 2017 quanto
em 2018.
O levantamento divulgado nesta
segunda-feira mostrou que a projeção de alta do IPCA neste ano agora é
de 2,97 por cento, ante 3,08 por cento antes. Assim, a inflação
terminaria o ano abaixo do piso da meta, de 3 por cento. A meta está
fixada em 4,5 por cento, com margem de tolerância de 1,5 ponto
percentual.
Em seu relatório de inflação
divulgado na semana passada, o BC estimou alta do IPCA de 3,2 por cento
em 2017 e de 4,3 por cento em 2018 pelo cenário de mercado, abaixo dos
patamares de 3,3 e 4,4 por cento vistos anteriormente.
No
mesmo dia, o IBGE divulgou que nos 12 meses até setembro o IPCA-15,
considerado prévia da inflação oficial, ficou em 2,56 por cento,
ampliando as chances de a inflação terminar este ano abaixo do piso da
meta pela primeira vez.
Se isso de fato
acontecer, será a primeira vez que o BC terá que justificar porque a
inflação ficou abaixo do objetivo --o BC descumpriu a meta três vezes
nas últimas duas décadas, mas em todos esses casos entregou a inflação
acima do alvo.
Para o ano que vem, o ajuste nas
contas para a inflação no Focus também foi para baixo, de 0,04 ponto
percentual, chegando a 4,08 por cento.
O BC vem
mantendo a postura de que adotará um encerramento gradual da
flexiblização monetária depois de cortar a taxa básica de juros em 1
ponto percentual, para 8,25 por cento, e seus novos cálculos para a
inflação pavimentarem o caminho para que continue cortando os juros e
eventualmente leve a Selic a um nível inferior a 7 por cento.
Os
economistas consultados no Focus mantiveram a projeção de desaceleração
do ritmo de corte a 0,75 ponto percentual no encontro de outubro de
política monetária, com a Selic terminando o ano a 7 por cento, patamar
que eles veem se mantendo até o final de 2018.
Para
o grupo que mais acerta as previsões, o Top-5, a taxa básica de juros
fica em 7 por cento no fim deste ano, mas termina 2018 a 7,25 por cento,
contas que não foram alteradas em relação ao levantamento anterior.
Para
a economia, a perspectiva de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB)
melhorou para ambos os anos. Em 2017, a expansão foi calculada em 0,68
por cento, de 0,60 por cento, enquanto que para 2018 a expectativa
chegou a 2,30 por cento, de 2,20 por cento.Fonte: Reuters
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