A companhia aérea
British Airways vai construir a primeira fábrica europeia destinada a
transformar lixo em combustível para aviação. Cerca de meio milhão de
toneladas de resíduos serão utilizados anualmente para gerar 72,8 mil
metros cúbicos de combustível.
Segundo a rede britânica BBC, a nova planta vai produzir aproximadamente o dobro do combustível necessário para todos os voos que saem do City Airport, o menor dos aeroportos londrinos. Graças a esse programa de Reciclagem, será possível reduzir o volume produzido de metano - gás de efeito estufa que chega a ser mais potente que o dióxido de carbono.
A planta será construída pela companhia americana Solena Group, e a British se comprometeu a comprar todo o combustível que for produzido. Segundo o anúncio, a fábrica deve começar a funcionar em aproximadamente quatro anos.
As fontes ideais de matéria orgânica para esse programa são resíduos com alto teor de carbono. Eles serão introduzidos em um gaseificador de alta temperatura. O resultado desse processo será posteriormente submetido a um procedimento químico para gerar biocombustível.
O combustível produzido na nova fábrica já pode ser utilizado em outros países, mas seu uso ainda não está autorizado no próprio Reino Unido. No entanto, a British Airways acredita que vai conseguir as permissões necessárias até que comece a produção.
TESTES BRASILEIROS
No Brasil, o estudo de combustíveis alternativos para a aviação também já começou. Em 2012, a companhia aérea Azul e a Embraer devem realizar o primeiro voo experimental - sem passageiros - com o uso de um querosene obtido da cana-de-açúcar. A Azul aceitou testar, em um dos seus jatos Embraer, o bioquerosene, que está sendo desenvolvido pela multinacional de biotecnologia Amyris.
Embora o processo de certificação do novo combustível seja longo, o querosene de origem renovável poderá começar a ser produzido em escala industrial em 2013 como uma alternativa ao de origem fóssil, responsável pela alta carga de Emissões de CO2 na aviação. As Emissões do tráfego aéreo são responsáveis por 2% de todos os gases de efeito estufa liberados na atmosfera. Em 2050, esse porcentual deve chegar a 3%.
Em novembro, a Gol
também anunciou sua entrada em um projeto de pesquisa de biocombustível
para aviões - o Sustainable Aviation Fuel Users Group - em português,
grupo de usuários de combustível de aviação sustentável. O programa
reúne empresas aéreas e provedores de tecnologia, com o objetivo de
acelerar o desenvolvimento de novas fontes sustentáveis de combustível
para aviação, alcançando uso comercial.
O grupo trabalha em dois projetos preliminares de pesquisa. O primeiro estuda a sustentabilidade do cultivo do pinhão manso como alternativa para geração de combustível sustentável. E outra frente de estudos é relacionada ao uso de algas, com o objetivo de certificar que sua utilização atende aos critérios de sustentabilidade. Um tipo de biocombustível feito com babaçu também já foi testado.
Fonte: O Estado de São Paulo
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