Rupturas na oferta de petróleo e redução da demanda criaram novo paradigma, diz Parente
quinta-feira, agosto 03, 2017
Rupturas na oferta de petróleo e redução da demanda criaram novo paradigma, diz Parente
O presidente da Petrobras, Pedro Parente, disse nesta terça-feira (1) que o mercado de petróleo no mundo vive um novo paradigma. Segundo ele, as previsões dos analistas apontam que em duas décadas haverá queda significativa de combustíveis fósseis.
“Esse mercado está sofrendo ataque dos dois lados: do lado da oferta,
representado pela indústria que não é nada tradicional, e do lado da
demanda, representado pelo crescente interesse em se reduzir o consumo
de combustíveis fósseis”, disse.
Segundo o executivo, as projeções do mercado petroleiro apontam que
haverá um pico de consumo dos derivados de petróleo entre 2030 e 2040,
que será seguido por uma queda brusca da demanda. “Há um declínio da
participação do petróleo no consumo de energia no longo prazo”, apontou.
Parente palestrou na sede da Fundação Getúlio Vargas (FGV), em
Botafogo, na Zona Sul do Rio. Com auditório lotado, ele falou sobre o
mercado de petróleo e sobre o Plano de Negócios e Gestão da Petrobras.
Ao destacar o novo paradigma do setor, o executivo não apontou quais
são as estratégias da Petrobras para enfrentá-lo. No entanto, ressalvou
que “o ambiente regulatório tem avançado bastante recentemente, mas
ainda tem espaço para melhorar” e, assim, favorecer a ampliação dos
negócios do setor no país.
Às vésperas da divulgação dos resultados financeiros do segundo
trimestre deste ano, a Petrobras passa pelo chamado período de silêncio,
em que é vedada a divulgação de dados referentes ao desempenho atual da
companhia bem como das estratégias de atuações futuras.
O presidente da estatal enfatizou, no entanto, a melhora da saúde
financeira da Petrobras desde 2014 até o fechamento do primeiro
trimestre deste ano, quando registrou lucro de R$ 4,45 bilhões,
revertendo o prejuízo de R$ 1,25 bilhão registrado no mesmo período do
ano anterior.
Parente enfatizou, sobretudo, a redução da dívida da Petrobras desde
que assumiu a presidência da companhia. “O legado de tudo que aconteceu
na Petrobras até 2014 se traduz em uma dívida que chegou a mais de US$
100 bilhões em termos líquidos. Esse valor correspondia a 70% da dívida
de todos os estados brasileiros”, apontou.
Produção de petróleo
Em sua palestra, Pedro Parente apontou para o dado divulgado nesta segunda-feira (31) pela Agência Nacional do Petróleo, Gás e Biocombustíveis (ANP) de que pela primeira vez a produção de petróleo no pré-sal ultrapassou o volume extraído de campos do pós-sal no país.
“Se na área de exploração e produção temos uma competição já bastante
relevante. O mesmo já não acontece na área de importação”, disse.
Segundo o executivo, a Petrobras é responsável pelo refino de 99% do
petróleo extraído no país. Já em termos de importação a estatal responde
por 49%. “Ou seja, os terceiros já respondem por 51% das importações”.
Parente ponderou que nos últimos dois anos se observa um crescimento
muito rápido no nível de importações. “Essa questão do marketing share
[participação no mercado] para a Petrobras tem se transformado
frequentemente em tema das nossas considerações quando estamos
discutindo a nossa política de preços”, disse.
Fonte: G1
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