O FMI avisa Pequim que o disparo do crédito é o risco de médio prazo e que é urgente inverter o modelo baseado na dívida
O
disparo do crédito à economia chinesa está “numa trajetória perigosa
com riscos crescentes de um ajustamento disruptivo e/ou um abrandamento
sério do crescimento”, avisou esta semana o Fundo Monetário
Internacional (FMI) no seu relatório de análise do país, ao abrigo do
artigo IV. O crédito ao sector privado subiu de 134,6% do PIB em 2012
para 172,3% em 2016 e deverá chegar a mais de 200% daqui a cinco anos,
segundo as projeções apresentadas na terça-feira.
O Fundo considera esta dinâmica de endividamento “o risco de médio prazo” e recomenda, por isso, a Pequim que acelere as reformas de política necessárias para evoluir para um modelo de crescimento “menos intensivo em crédito”. Segundo as projeções dos técnicos de Washington, a dívida das famílias, das empresas e do Estado deverá atingir os 300% do PIB daqui a cinco anos, correspondendo a um disparo de 60 pontos percentuais em relação a 2016. Mesmo assim, o peso deste endividamento no PIB daqui a cinco anos será ainda inferior aos 387,6% que Portugal registava no final do ano passado.
A diferença substancial com Portugal é que a dívida pública chinesa é relativamente baixa, situando-se, no ano passado, em 36,6% do PIB, e as projeções apontam para uma subida para 42,2% em 2022. O problema grave reside, por isso, na situação de endividamento das famílias e das empresas da segunda maior economia do mundo.
O momento é ideal para uma correção de rota, diz o relatório. Com uma taxa de crescimento ainda acima de 6% até 2021, o FMI considera que Pequim deve aproveitar esta dinâmica para dar prioridade a “um crescimento mais baseado na qualidade e na sustentabilidade e menos em metas quantitativas”. Por isso, a organização chefiada por Christine Lagarde incentiva Pequim a intensificar as medidas que facilitem “a desalavancagem do sector privado”.
A boa notícia já havia sido dada em julho, quando o Fundo realizou a sua atualização intercalar de projeções do World Economic Outlook para a economia mundial e as principais economias. A taxa de crescimento do PIB da China foi revista em alta uma décima para 2017 e duas décimas para o ano seguinte. Dado o peso da segunda economia do mundo no aumento anual da taxa de crescimento mundial e no impulso ao comércio internacional, a boa notícia dada a Pequim é uma boa notícia para o mundo, garantindo que a retoma global está sólida.
No entanto, a China tem de proceder a mais três ajustamentos fundamentais, recomenda o relatório, além da redução da dinâmica de endividamento das famílias e das empresas. Mais consumismo, mais gastos sociais da parte do Estado em educação, pensões de reforma e saúde, e mais produtividade — resumem os técnicos de Washington. Uma das recomendações em destaque é que a política económica de Pequim impulsione ainda mais o consumo da população chinesa, reduzindo o elevado nível de poupança, que está em 46% do PIB — 21 pontos percentuais acima da média mundial. As economias asiáticas do Pacífico têm níveis de consumo entre 60 e 90% do PIB.
Fonte: Expresso
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O Fundo considera esta dinâmica de endividamento “o risco de médio prazo” e recomenda, por isso, a Pequim que acelere as reformas de política necessárias para evoluir para um modelo de crescimento “menos intensivo em crédito”. Segundo as projeções dos técnicos de Washington, a dívida das famílias, das empresas e do Estado deverá atingir os 300% do PIB daqui a cinco anos, correspondendo a um disparo de 60 pontos percentuais em relação a 2016. Mesmo assim, o peso deste endividamento no PIB daqui a cinco anos será ainda inferior aos 387,6% que Portugal registava no final do ano passado.
A diferença substancial com Portugal é que a dívida pública chinesa é relativamente baixa, situando-se, no ano passado, em 36,6% do PIB, e as projeções apontam para uma subida para 42,2% em 2022. O problema grave reside, por isso, na situação de endividamento das famílias e das empresas da segunda maior economia do mundo.
O momento é ideal para uma correção de rota, diz o relatório. Com uma taxa de crescimento ainda acima de 6% até 2021, o FMI considera que Pequim deve aproveitar esta dinâmica para dar prioridade a “um crescimento mais baseado na qualidade e na sustentabilidade e menos em metas quantitativas”. Por isso, a organização chefiada por Christine Lagarde incentiva Pequim a intensificar as medidas que facilitem “a desalavancagem do sector privado”.
A boa notícia para o mundo
A outra face — benigna — desta dinâmica ‘quente’ no crédito à economia é que o crescimento será superior ao que se previa em avaliações anteriores. As projeções agora publicadas reviram em alta a taxa de crescimento neste quinquénio. De 2017 a 2021, prevê-se que o crescimento seja em média de 6,4%, quatro décimas mais do que se projetava anteriormente.A boa notícia já havia sido dada em julho, quando o Fundo realizou a sua atualização intercalar de projeções do World Economic Outlook para a economia mundial e as principais economias. A taxa de crescimento do PIB da China foi revista em alta uma décima para 2017 e duas décimas para o ano seguinte. Dado o peso da segunda economia do mundo no aumento anual da taxa de crescimento mundial e no impulso ao comércio internacional, a boa notícia dada a Pequim é uma boa notícia para o mundo, garantindo que a retoma global está sólida.
No entanto, a China tem de proceder a mais três ajustamentos fundamentais, recomenda o relatório, além da redução da dinâmica de endividamento das famílias e das empresas. Mais consumismo, mais gastos sociais da parte do Estado em educação, pensões de reforma e saúde, e mais produtividade — resumem os técnicos de Washington. Uma das recomendações em destaque é que a política económica de Pequim impulsione ainda mais o consumo da população chinesa, reduzindo o elevado nível de poupança, que está em 46% do PIB — 21 pontos percentuais acima da média mundial. As economias asiáticas do Pacífico têm níveis de consumo entre 60 e 90% do PIB.
Fonte: Expresso
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