O comandante da maior petroleira de capital aberto da Europa trocará um carro a diesel por um Mercedes-Benz S500e plug-in em setembro
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27 jul 2017, 14h53
A Royal Dutch Shell reagiu à pior queda do preço do petróleo em uma geração com a aquisição da BG Group por US$ 54 bilhões, apostando que a demanda por gás natural aumentará à medida que o mundo passar a optar por combustíveis menos poluentes.
Agora, o CEO Ben Van Beurden afirma que sua próxima compra será um carro que não depende de petróleo nem de gás para se locomover.
Van Beurden trocará um carro a diesel por um Mercedes-Benz S500e plug-in em setembro, segundo um porta-voz da empresa. A diretora financeira da petroleira, Jessica Uhl, já dirige um carro elétrico BMW i3.
“O movimento geral de eletrificação da economia, de eletrificação da mobilidade em lugares como o noroeste da Europa, os EUA e até a China, é positivo”, disse Van Beurden, em entrevista à Bloomberg TV, na terça-feira.
“Precisamos de um grau muito maior de penetração dos veículos elétricos — ou dos veículos a hidrogênio ou dos veículos a gás — se quisermos nos manter dentro da meta dos 2 graus Celsius.”
O Reino Unido informou na segunda-feira que proibirá as vendas de carros movidos a diesel e a gasolina a partir de 2040, duas semanas depois de a França anunciar um plano semelhante para reduzir a poluição do ar e cumprir as metas para manter o aquecimento global abaixo de 2 graus Celsius. A fabricante de veículos Volvo afirmou neste mês que produzirá apenas veículos elétricos ou híbridos a partir de 2019.
Pico de demanda
A Shell divulgou na terça-feira resultados que superaram as expectativas após cortes de custos para se adaptar a um mundo com o barril de petróleo a US$ 50. A empresa adotou “o que chamamos de mentalidade do petróleo eternamente barato”, disse Van Beurden, em teleconferência de resultados.As mudanças na tecnologia automotiva, a batalha contra as mudanças climáticas e a desaceleração do crescimento econômico na China estão reduzindo o apetite mundial por petróleo, antes ilimitado.
A especulação no setor de energia mudou do chamado pico do petróleo — a ideia de que o consumo continuará crescendo até a oferta de combustíveis fósseis secar — para o pico da demanda, que é quando as reservas atualmente consideradas ativos valiosos acabam deixando de ser exploradas.
“Se as políticas e a inovação realmente funcionarem bem, posso prever que os líquidos atingirão um pico de demanda no início da década de 2030. Talvez o petróleo alcance o pico um pouco antes se houver também muitos biocombustíveis entrando na mistura”, disse Van Beurden.
Os carros elétricos ultrapassarão os veículos movidos a combustíveis fósseis em vendas dentro de duas décadas, quando os preços das baterias caírem, segundo a Bloomberg New Energy Finance. Os carros plug-in responderão por um terço da frota global de automóveis em 2040 e eliminarão cerca de 8 milhões de barris por dia de produção de petróleo — mais que os 7 milhões de barris exportados atualmente pela Arábia Saudita, informou a empresa de pesquisas com sede em Londres.
Fonte: Exame
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