Possibilidade de política econômica ser mantida tranquiliza mercado
quarta-feira, julho 12, 2017
JN ouviu economistas e empresários sobre consequências da crise.
Especialistas dizem que agenda de reformas tem que continuar.
Nesta segunda-feira (10) de sessão decisiva na Comissão de Constituição
e Justiça da Câmara, em Brasília, o Jornal Nacional foi ouvir a opinião
de representantes do setor produtivo e do mercado financeiro sobre as
consequências da crise política sobre a economia.Apesar do burburinho, o pessoal da corretora está calmo. Mesmo numa semana decisiva para o governo Temer. Os números mostram isso.
Quando Michel Temer assumiu o cargo, em maio de 2016, o dólar estava a quase R$ 3,50. Teve uma trajetória descendente; subiu forte com a gravação de Joesley Batista com o presidente, em maio, mas segue estável. Nesta segunda-feira (10) fechou em queda. A moeda americana está no menor nível em mais de um mês.
A Bolsa de Valores teve comportamento semelhante em sentido contrário: trajetória ascendente, uma queda histórica com a gravação e, depois, estabilidade. Nesta segunda fechou em alta.
O que tranquiliza o mercado são os sinais de que, mesmo que o presidente da República mude, a política econômica possa ser mantida.
“Aí o mercado, os investidores começaram a descolar o econômico do político. Isso por quê? Porque a equipe econômica, pelo menos é um desejo tanto dos investidores e a princípio também da equipe econômica permanecer. Agora a maior preocupação do mercado é: a equipe econômica permanecerá ou não? Ou seja, dará continuidade a esse processo econômico ou não?”, afirma Celson Plácido, esteategista-econômico da XP Investimentos.
A situação do mercado que interessa para a maioria dos brasileiros é a do supermercado. O consumidor quer saber se os preços vão subir, e se ele terá emprego e salário para fazer suas compras. Nesse mercado da economia real, se as coisas ainda não melhoraram como todos desejam, ao menos a crise política não está fazendo a situação piorar.
“A consequência disso é que quando você olha o emprego; na prática, o emprego faz seis meses que não piora. Na margem até melhorou um pouco. É que o desemprego é uma razão entre emprego e pessoas que estão no mercado de trabalho. Mas no final das contas, faz mais de seis meses que está estável e até melhorou um pouco recentemente. Então, o que acontece com todos nós é o seguinte: ‘Opa, eu não estou sentindo que as pessoas estão perdendo o emprego mais. O preço das coisas que eu compro no supermercado não está subindo mais como subia. A empresa que eu trabalho está pagando melhor. Então, a minha vida talvez não esteja melhorando, mas eu tô me sentindo mais seguro’”, explica Luiz Fernando Figueiredo, sócio da Mauá Investimentos.
O empresário Rubens Menin, dono de uma das maiores construtoras do país, diz que a crise política atrapalha os investimentos e a retomada do crescimento. Mas ele afirma: aconteça o que acontecer, o rumo da economia deve ser mantido:
“Eu acho que a diretriz econômica que vem sendo adotada é boa, ela deve ser mantida. Depois, a agenda de reformas, ela é importante. Nós não podemos abrir mão das reformas, elas são difíceis, a trabalhista, a da Previdência, outras mais. Então nós precisamos manter o ritmo das mudanças, das reformas”, disse Rubens Menin, presidente do conselho de administração da MRV.
“Esse é um processo que tem que continuar independentemente de quem estiver à frente do governo”, concorda Luiz Fernando Figueiredo.
Fonte: Jornal Nacional
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