Pesquisadores utilizam planta para agregar mais ômega 3 ao tambaqui
quinta-feira, julho 27, 2017
Espécie naturalmente conta com pouca quantidade
deste nutriente. O ômega 3 é relacionado ao combate de doenças cardíacas
e está naturalmente presente em maiores quantidades em algumas espécies
de peixes de águas frias. No tambaqui, que é nativo da Bacia Amazônica,
o nutriente é encontrado em pouca quantidade. Para ajudar a
potencializar esta presença, pesquisadores …
Espécie naturalmente conta com pouca quantidade deste nutriente.
O ômega 3 é relacionado ao combate de doenças cardíacas e está
naturalmente presente em maiores quantidades em algumas espécies de
peixes de águas frias. No tambaqui, que é nativo da Bacia Amazônica, o
nutriente é encontrado em pouca quantidade.Para ajudar a potencializar esta presença, pesquisadores da Embrapa Amazônia Ocidental (AM) realizaram testes para aumentar a quantidade do ácido graxo nesta espécie. Experimentos com rações enriquecidas com a planta amazônica Sacha Inchi (Plukenetia volubilis), rica em ácido linolênico (ômega 3), foram fornecidas aos animais na fase juvenil que absorveram o nutriente. Os resultados foram promissores.
A pesquisa foi intitulada “Sacha Inchi na nutrição de juvenis de tambaqui” e financiada pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), coordenada pelo pesquisador da Embrapa, Jony Dairiki.
Uso da planta na alimentação do tambaqui auxilia na absorção de ômega 3 (Foto: divulgação)
A Sacha Inchi é uma planta nativa da Amazônia, cultivada
comercialmente na Amazônia Peruana com potencial de produção no Brasil. O
óleo dela possui vitaminas A e E, além de ser rico em ácidos graxos
poli-insaturados, como os ômegas 3, 6 e 9. Esses ácidos graxos são
relacionados à prevenção de doenças cardiovasculares, entre outros
benefícios para a saúde humana.De acordo com Dariki, houve um bom desempenho zootécnico dos juvenis de tambaqui alimentados com as rações experimentais elaboradas com os três ingredientes da Sacha Inchi (sementes, folhas e torta de extração do óleo) e também foram registradas uma alta taxa de sobrevivência e uma boa aceitação das rações experimentais.
A principal proposta da pesquisa foi aproveitar partes residuais da planta que pudessem ser incluídas na ração e agregar valor nutricional ao peixe. Grupos de peixes foram alimentados por 60 dias contínuos com as rações experimentais em duas refeições diárias até a saciedade aparente. Os parâmetros de qualidade da água foram monitorados e se mantiveram adequados durante todo o período experimental.
No desempenho zootécnico, foram avaliados o ganho de massa, o consumo de ração, a taxa de conversão alimentar, a taxa de crescimento específico e a sobrevivência dos animais. Ao término dos experimentos, foram determinados os níveis ótimos de inclusão dos produtos avaliados.
Jony Dairiki coordenou pesquisa “Sacha Inchi na nutrição de juvenis de tambaqui” (Foto: divulgação)
Destaque da pesquisa.
Das três formas de inclusão, a ração com sementes foi a que proporcionou o maior acréscimo de ácidos graxos poli-insaturados, especialmente com o ácido graxo ômega 3, e desta forma foi comprovada a agregação do valor nutricional no peixe.
A ração é o item mais oneroso no sistema de produção do tambaqui. “Para diminuir o custo, as fábricas de ração costumam utilizar fontes lipídicas de baixa qualidade e o peixe reflete essa condição em sua musculatura. Isso motivou a pesquisa a agregar valor nutricional à composição corporal do peixe com ingredientes ricos em ácidos graxos poli-insaturados”, explica o pesquisador Jony Dariki.
O ômega 3.
A médica Evelyn de Paula, com pós-graduação em nutrologia, explica que o ômega 3 trabalha no organismo humano na prevenção das doenças do risco cardiovascular e na prevenção de algumas enfermidades neurodegenerativas como, por exemplo, a doença de Parkinson e o mal de Alzheimer e outras demências em geral.
A nutróloga esclarece que o ômega 3 é um ácido graxo essencial e, assim como os aminoácidos essenciais, nosso corpo não produz essa substância, mas absorve de fontes externas por meio da alimentação ou da suplementação.
O ômega 3 é mais encontrado em alguns peixes, principalmente os de águas geladas e profundas. Sardinha, salmão e arenque são exemplos que mais se destacam com a substância. Porém, pesquisas com peixes amazônicos têm indicado também a presença de ômega 3, em menor quantidade.
Alguns vegetais contêm a substância, ainda em menor quantidade que nos peixes. A linhaça é uma das fontes vegetais de ômega 3, além da Sacha Inchi.
Fonte: Embrapa
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