Merkel garante que maioria do G20 apoia Acordo de Paris sobre alterações climáticas
segunda-feira, julho 10, 2017
A
chanceler alemã, Angela Merkel, garantiu hoje que a maioria dos países
que integram o grupo das 20 maiores economias do mundo (G20), reunidos
até sábado em Hamburgo, apoia o Acordo de Paris sobre as alterações
climáticas.
Em declarações
em Hamburgo, no norte da Alemanha, Merkel disse: "Será muito
interessante ver como formulamos o comunicado de amanhã [sábado] e
mostrar claramente, é claro, que existem opiniões diferentes nesta área
porque os Estados Unidos da América lamentavelmente querem sair do
Acordo de Paris".
O Presidente
norte-americano, Donald Trump, anunciou em junho passado que os Estados
Unidos iam abandonar o Acordo de Paris, justificando então a decisão
com a desvantagem que o acordo climático representa para o país.
Alvo de fortes críticas, a administração de Trump ficou isolada na cena internacional depois do anúncio da saída.
De
acordo com o esboço do comunicado final da cimeira do G20, a que a
agência noticiosa France Presse teve acesso, a maioria das grandes e
emergentes economias mundiais vão reconhecer o isolamento
norte-americano, sublinhando que todos os Estados que integram este
fórum vão aplicar o Acordo de Paris.
"Tomamos
nota da decisão dos Estados Unidos de sair do Acordo de Paris", indica o
texto, acrescentando que os líderes dos outros países consideram o
acordo internacional sobre o combate às alterações climáticas como
"irreversível".
Uma das
incertezas que marcaram a preparação desta cimeira era se os restantes
19 países do G20 iam estabelecer efetivamente uma posição unida sobre a
questão das alterações climáticas.
Por
exemplo, a posição da Arábia Saudita, um aliado de Washington e um dos
maiores produtores de petróleo, levantou algumas dúvidas.
Se
os líderes internacionais assinarem este documento final, isso irá
transmitir uma mensagem clara a Trump: não vai existir um retrocesso ou
uma renegociação total do Acordo de Paris.
Mesmo
que a porta permaneça aberta para os Estados Unidos, Washington terá de
reconsiderar a sua posição em relação ao acordo climático.
Esta opção foi hoje levantada, por exemplo, pela ministra britânica, Theresa May, à margem da cimeira.
"O
Acordo de Paris não será renegociado. Mas espero que os Estados Unidos
encontrem um caminho para regressar", declarou a política, em
declarações à estação britânica pública BBC.
"A
nossa mensagem coletiva que será entregue ao Presidente Trump (...) vai
insistir na importância de um regresso dos Estados Unidos aos Acordos
de Paris e espero que possamos trabalhar nesse sentido", acrescentou
May.
De acordo com uma fonte
próxima das negociações, uma passagem do esboço da declaração final da
cimeira do G20, bastante favorável aos combustíveis fósseis, está a ser
ainda debatida energicamente pelas várias partes.
Concluído
em 12 de dezembro de 2015 na capital francesa, assinado por 195 países e
já ratificado por 147, o acordo entrou formalmente em vigor em 04 de
novembro de 2016, e visa limitar a subida da temperatura mundial
reduzindo as emissões de gases com efeito de estufa.
O acordo histórico teve como "arquitetos" centrais os Estados Unidos, então sob a presidência de Barack Obama, e a China.
Fonte: DN
Curta nossa página no Facebook!
0 comentários
Agradecemos seu comentário! Volte sempre :)