Adição de enzimas na nutrição animal será tema de debate em evento da Embrapa
Como
a biotecnologia pode ajudar animais a aproveitarem cada vez mais
nutrientes dos alimentos que consomem? Essa pergunta estará no foco das
discussões de uma das mesas-redondas do IV Encontro de Pesquisa e
Inovação da Embrapa Agroenergia (EnPI 2017), que acontece de 25 a 27 de
setembro, em Brasília-DF.
A
adição de enzimas às rações é uma das respostas da biotecnologia para a
demanda por eficiência na nutrição animal. Nas granjas de suínos,
galinhas poedeiras e frangos, por exemplo, a adição aos alimentos de
enzimas do tipo fitase começou há mais de 20 anos. “As fitases foram as
primeiras enzimas utilizadas comercialmente. Quando na condição ideal de
temperatura e pH, normalmente encontradas nos estômagos dos animais,
elas atuam na quebra do fitato e liberam uma série de moléculas de
fósforo e, em menores quantidades, cálcio, manganês, magnésio, zinco,
cobre e alguns aminoácidos”, lembra o pesquisador da Embrapa Suínos e
Aves Everton Krabbe.
Na
mesa-redonda sobre nutrição animal do EnPI 2017, Krabbe falará sobre
ganhos de desempenho com o uso de enzimas em suínos e aves e os temas em
que a pesquisa está investindo nessa área. Ele adianta que os
cientistas estão buscando novas enzimas para resolver dificuldades de
absorção de nutrientes que, até pouco tempo, eram problemas pequenos.
Contudo, atualmente, níveis de eficiência alimentar extremamente
elevados foram alcançados, com soluções
como o aproveitamento do fosforo fítico. Com isso, outros compostos
passaram a ser considerados para aumentar o rendimento dos rebanhos.
Exemplos são o melhor aproveitamento de fontes proteicas, assim como a
degradação de compostos anti-nutricionais presentes nas dietas animais e
que “podem perfeitamente ser solucionados por meio de recursos oriundo
da biotecnologia”.
O
aprimoramento das enzimas já disponíveis no mercado é outro campo de
atuação da pesquisa, especialmente para adequação a processos de
produção de rações sob altas temperaturas, como a peletização e a
extrusão. “Estão surgindo novas gerações das mesmas enzimas, que são
mais eficientes, capazes de liberar uma quantidade maior de nutrientes”,
conta Krabbe.
A
aplicação da biotecnologia na nutrição animal não só aumentou o
rendimento e melhorou a saúde dos animais, como reduziu o impacto
ambiental dos excrementos eliminados, que agora contêm menor volume de
compostos poluentes. Na mesa-redonda sobre esse tema, no EnPI 2017, os
palestrantes mostrarão também novidades nas rações de bovinos e pets.
Além de Krabbe, participarão representantes das empresas DSM e
Biorigin/Zilor e da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da
USP.
Para
o pesquisador da Embrapa Agroenergia Félix Siqueira, que vai moderar o
debate, o tema é fundamental para a produção animal, uma vez que a
alimentação responde por cerca de 70% do custo. “Ao utilizar as enzimas,
o metabolismo do animal é acelerado, pois a digestão é facilitada. Isso
diminui a necessidade de uma suplementação alimentar, diminuindo os
custos” avalia. Siqueira credita que encontro será uma oportunidade para
observar um panorama do que está em desenvolvimento, além de apontar o
surgimento de novos mercados. Rações e enzimas para múltiplas
finalidades são produtos importantes na chamada bioeconomia, que é mote
dos trabalhos da Embrapa Agroenergia. Por isso, a carteira de projetos e
a vitrine de tecnologias da instituição apresentam ações não só para a
produção de biocombustíveis, mas também para a cadeia de nutrição
animal, agroquímicos, produtos químicos de origem renovável e
biomateriais.
Biotecnologia
industrial é o tema central do EnPI 2017. Além da mesa-redonda sobre
nutrição animal, haverá um segundo painel que vai debater a
biotecnologia aplicada a cosméticos. Também no evento, os participantes
poderão conhecer as pesquisas em andamento na Embrapa Agroenergia, por
meio de trabalhos expostos em pôsteres e de uma palestra que será
ministrada pelo chefe de Pesquisa e Desenvolvimento, Bruno Brasil.
Haverá, ainda, uma sessão de abertura, que será feita pelo chefe-geral
da Unidade, Guy de Capdeville, e contará com uma apresentação do
presidente da Associação Brasileira de Biotecnologia Industrial,
Bernardo Silva.
Mais informações sobre o EnPI 2017 estão no site www.embrapa.br/enpi2017. No
mesmo endereço, é possível fazer inscrição até 18/09. As taxas para
participação variam de R$20 a R$50, de acordo com a categoria.
Serviço
IV Encontro de Pesquisa e Inovação da Embrapa Agroenergia (EnPI)
25 a 27 de setembro de 2017
Local: Embrapa Agroenergia/Embrapa Sede
Contatos: (61) 3448-1592 ou 3448-1598
E-mail: cnpae.enpi@embrapa.br
Fonte: Embrapa
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