Da natureza, nada se cria e nada se perde, tudo se transforma”. A famosa frase de Lavoisier foi o que norteou os estudos de Gilmar Souza Santos, pesquisador da Embrapa Agroenergia, sobre ecologia industrial. A ideia é aproveitar as sinergias potenciais entre os diferentes processos produtivos. As atividades desenvolvidas na indústria passam a ser encaradas como parte de um ecossistema e todo novo ciclo resulta em benefício ambiental e econômico. Nessa lógica, os resíduos de uma produção servem de matéria-prima para outra.
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Ainda em 2014, o pesquisador publicou o comunicado técnico intitulado “A ecologia industrial e a sua aplicação na agroenergia”. O trabalho foi fruto de discussões internas da Embrapa na época e perdura ainda hoje.
O conceito de ecologia industrial é bem abrangente. Ele é formado por uma série de ferramentas, como a avaliação de ciclo de vida e o design. A aplicação no estudo foi baseada em duas cadeias produtivas tradicionais: biodiesel e etanol. A produção industrial transforma a matéria-prima em um produto em um ciclo linear. Já a palavra ecologia refere-se à interação entre os organismos da natureza por meio de um ciclo fechado. Assim, a ecologia industrial é um conceito macro, que pretende fechar os ciclos tradicionalmente lineares.
“A cana-de-açúcar gera uma série de produtos. Um dos resíduos da fermentação de etanol é o CO2, matéria-prima básica para criação de algas”, explica Gilmar. Algumas usinas vendem o CO2 para empresas de gás industrial. No cultivo da cana, por exemplo, a vinhaça era jogada fora e tinha impacto ambiental alto. Hoje é utilizada para irrigação no plantio da cana ou mesmo produção de biogás. A glicerina, subproduto da produção do biodiesel, era outro passivo ambiental. Atualmente boa parte da glicerina brasileira é vendida para o exterior.
Esses são exemplos de simbiose, que faz referência a saída de um processo e a entrada de um outro processo. Da mesma forma, o resíduo da produção de biodiesel é utilizado na usina de etanol. O objetivo da ecologia industrial é justamente minimizar os efeitos ambientais de um processo usando os conceitos da natureza, na qual há as figuras do produtor, consumidor e decompositor.
Funcionamento
Num processo industrial, utiliza-se a matéria-prima para ser transformada em produto, o que resulta também em resíduos. É então que entra a ecologia industrial “Para esse resíduo, tenta-se dar um segundo uso. O impacto dele pode ser grande, dependendo de onde você descarta”, aponta Gilmar.
A ecologia industrial estuda o ciclo de energia e transformação de determinado produto, isso com o auxílio de algumas ferramentas. Gilmar explica que, “quando se faz um estudo de analise, observando a entrada de materiais, energia, água e insumos, verifica-se que tudo isso tem impacto e há emissões durante todo o processo. Contabilizando tudo, no final chega-se aos indicadores de impacto ambiental”.
Após essa análise, a elaboração de ciclo de vida é utilizada para comparar produtos de mesma função, como etanol e gasolina. Assim, verificam-se quais adaptações podem ser feitas no processo. É nesse momento, também, que se estuda a ecoeficiência, fazendo-se o comparativo não só ambiental como econômico.
Fonte: Canal-Jornal da Bioenergia - retirado de Ubrabio
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Ainda em 2014, o pesquisador publicou o comunicado técnico intitulado “A ecologia industrial e a sua aplicação na agroenergia”. O trabalho foi fruto de discussões internas da Embrapa na época e perdura ainda hoje.
O conceito de ecologia industrial é bem abrangente. Ele é formado por uma série de ferramentas, como a avaliação de ciclo de vida e o design. A aplicação no estudo foi baseada em duas cadeias produtivas tradicionais: biodiesel e etanol. A produção industrial transforma a matéria-prima em um produto em um ciclo linear. Já a palavra ecologia refere-se à interação entre os organismos da natureza por meio de um ciclo fechado. Assim, a ecologia industrial é um conceito macro, que pretende fechar os ciclos tradicionalmente lineares.
“A cana-de-açúcar gera uma série de produtos. Um dos resíduos da fermentação de etanol é o CO2, matéria-prima básica para criação de algas”, explica Gilmar. Algumas usinas vendem o CO2 para empresas de gás industrial. No cultivo da cana, por exemplo, a vinhaça era jogada fora e tinha impacto ambiental alto. Hoje é utilizada para irrigação no plantio da cana ou mesmo produção de biogás. A glicerina, subproduto da produção do biodiesel, era outro passivo ambiental. Atualmente boa parte da glicerina brasileira é vendida para o exterior.
Esses são exemplos de simbiose, que faz referência a saída de um processo e a entrada de um outro processo. Da mesma forma, o resíduo da produção de biodiesel é utilizado na usina de etanol. O objetivo da ecologia industrial é justamente minimizar os efeitos ambientais de um processo usando os conceitos da natureza, na qual há as figuras do produtor, consumidor e decompositor.
Funcionamento
Num processo industrial, utiliza-se a matéria-prima para ser transformada em produto, o que resulta também em resíduos. É então que entra a ecologia industrial “Para esse resíduo, tenta-se dar um segundo uso. O impacto dele pode ser grande, dependendo de onde você descarta”, aponta Gilmar.
A ecologia industrial estuda o ciclo de energia e transformação de determinado produto, isso com o auxílio de algumas ferramentas. Gilmar explica que, “quando se faz um estudo de analise, observando a entrada de materiais, energia, água e insumos, verifica-se que tudo isso tem impacto e há emissões durante todo o processo. Contabilizando tudo, no final chega-se aos indicadores de impacto ambiental”.
Após essa análise, a elaboração de ciclo de vida é utilizada para comparar produtos de mesma função, como etanol e gasolina. Assim, verificam-se quais adaptações podem ser feitas no processo. É nesse momento, também, que se estuda a ecoeficiência, fazendo-se o comparativo não só ambiental como econômico.
Fonte: Canal-Jornal da Bioenergia - retirado de Ubrabio
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