Sob pressão, companhias aéreas dos EUA investem em biocombustíveis
segunda-feira, julho 13, 2015
Em breve, um voo da United Airlines vai decolar do Aeroporto Internacional de Los Angeles com destino a San Francisco usando combustível gerado a partir de resíduos agrícolas e óleos derivados de gordura animal.
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Há anos, os biocombustíveis são considerados parte importante da solução para reduzir as emissões de gases do efeito estufa.
A United diz que pretende investir US$ 30 milhões em uma das maiores produtoras de biocombustíveis para aviação, a Fulcrum BioEnergy, o maior investimento em combustíveis alternativos já feito por uma companhia aérea americana. O valor, no entanto, representa uma gota do gasto da empresa com combustíveis. Em 2014, a frota da United gastou 14,8 bilhões de litros de combustível, ao custo de US$ 11,6 bilhões.
Cada vez mais, as companhias aéreas são pressionadas a reduzir as emissões de carbono. O governo Obama propôs no mês passado que sejam definidos novos limites para as emissões da aviação, e a Organização Internacional de Aviação Civil, órgão da ONU, deverá concluir negociações sobre a limitação da poluição por carbono em fevereiro de 2016.
"Os biocombustíveis devem cumprir um papel importante no setor de aviação, por reduzirem as emissões de carbono", disse Debbie Hammel, especialista em recursos no Conselho de Defesa dos Recursos Naturais, que se concentra nos biocombustíveis.
As companhias aéreas dizem que têm motivos para se adaptar, não apenas para reduzir as emissões, mas também para cortar o que costuma ser seu principal custo, o combustível dos jatos.
A Fulcrum, sediada na Califórnia, desenvolveu uma tecnologia que transforma os resíduos residenciais em combustível sustentável para aviação, um tipo que pode ser misturado diretamente aos combustíveis tradicionais para jatos. Ela está construindo uma refinaria de biocombustíveis em Nevada, a ser inaugurada em 2017, e tem planos para mais cinco fábricas. A Fulcrum disse que sua tecnologia pode reduzir em 80% as emissões de carbono de uma companhia aérea.
O acordo da United com a Fulcrum é um dos muitos feitos pelas companhias aéreas nos últimos anos. A Alaska Airlines pretende usar biocombustível em pelo menos um de seus aeroportos até 2020. A Southwest Airlines anunciou no ano passado que adquiriria cerca de 11 milhões de litros por ano de combustível feito de resíduos de madeira pela Red Rock Biofuels.
No ano passado, a British Airways se uniu à Solena Fuels para construir uma refinaria de combustível perto do Aeroporto de Heathrow em Londres, que ficará pronta em 2017.
O acordo da United foi o segundo grande passo da empresa em direção aos combustíveis alternativos. Em 2013, a companhia concordou em comprar cerca de 57 milhões de litros de biocombustível em três anos de uma produtora da Califórnia chamada AltAir Fuels, que fabrica biocombustível a partir de óleos naturais não comestíveis e resíduos agrícolas.
A United espera que os primeiros 19 milhões de litros da AltAir sejam entregues até setembro.
Nas duas primeiras semanas, quatro a cinco voos por dia vão utilizar uma mistura de 30% de biocombustível com 70% de combustível tradicional para jatos. Depois disso, o combustível será misturado ao estoque geral, segundo a United. "O projeto da AltAir serve como catalisador destinado a abrir caminho para a indústria", disse Angela Foster-Rice, diretora da United para assuntos ambientais e sustentabilidade.
Ao queimar produtos de biocombustíveis como resíduos agrícolas, que já absorveram carbono durante sua vida útil, os motores a jato evitam lançar na atmosfera mais carbono de combustíveis fósseis, disse Foster-Rice.
As companhias aéreas não parecem ter muita opção.Elas não podem recorrer a alternativas como a eletrificação, disse Hammei, do Conselho de Defesa dos Recursos Naturais. Daí a importância de que os combustíveis sejam produzidos de forma sustentável.
Apesar do interesse das companhias aéreas, ainda há obstáculos para o desenvolvimento de biocombustíveis em larga escala -com custo racional e suprimentos confiáveis.
E. James Macias, executivo-chefe da Fulcrum, disse que a empresa poderá produzir seu biocombustível por "muito menos" de US$ 0,26 por litro. (A United comprou seu combustível para jatos por cerca de US$ 0,55 o litro, em média, no primeiro trimestre, e disse que seu acordo com a Fulcrum é competitivo em relação ao preço do combustível tradicional.)
Em 2050, a indústria de aviação pretende cortar suas emissões de gases do efeito estufa pela metade em relação aos níveis de 2005, segundo a Associação Internacional de Transportes Aéreos.
Mas não será fácil chegar lá. "Por isso é muito importante investir e se dispor a assumir parte do risco", disse Foster-Rice, "e incentivar as companhias a se concentrarem no combustível para jatos a um preço competitivo."
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Há anos, os biocombustíveis são considerados parte importante da solução para reduzir as emissões de gases do efeito estufa.
A United diz que pretende investir US$ 30 milhões em uma das maiores produtoras de biocombustíveis para aviação, a Fulcrum BioEnergy, o maior investimento em combustíveis alternativos já feito por uma companhia aérea americana. O valor, no entanto, representa uma gota do gasto da empresa com combustíveis. Em 2014, a frota da United gastou 14,8 bilhões de litros de combustível, ao custo de US$ 11,6 bilhões.
Cada vez mais, as companhias aéreas são pressionadas a reduzir as emissões de carbono. O governo Obama propôs no mês passado que sejam definidos novos limites para as emissões da aviação, e a Organização Internacional de Aviação Civil, órgão da ONU, deverá concluir negociações sobre a limitação da poluição por carbono em fevereiro de 2016.
"Os biocombustíveis devem cumprir um papel importante no setor de aviação, por reduzirem as emissões de carbono", disse Debbie Hammel, especialista em recursos no Conselho de Defesa dos Recursos Naturais, que se concentra nos biocombustíveis.
As companhias aéreas dizem que têm motivos para se adaptar, não apenas para reduzir as emissões, mas também para cortar o que costuma ser seu principal custo, o combustível dos jatos.
A Fulcrum, sediada na Califórnia, desenvolveu uma tecnologia que transforma os resíduos residenciais em combustível sustentável para aviação, um tipo que pode ser misturado diretamente aos combustíveis tradicionais para jatos. Ela está construindo uma refinaria de biocombustíveis em Nevada, a ser inaugurada em 2017, e tem planos para mais cinco fábricas. A Fulcrum disse que sua tecnologia pode reduzir em 80% as emissões de carbono de uma companhia aérea.
O acordo da United com a Fulcrum é um dos muitos feitos pelas companhias aéreas nos últimos anos. A Alaska Airlines pretende usar biocombustível em pelo menos um de seus aeroportos até 2020. A Southwest Airlines anunciou no ano passado que adquiriria cerca de 11 milhões de litros por ano de combustível feito de resíduos de madeira pela Red Rock Biofuels.
No ano passado, a British Airways se uniu à Solena Fuels para construir uma refinaria de combustível perto do Aeroporto de Heathrow em Londres, que ficará pronta em 2017.
O acordo da United foi o segundo grande passo da empresa em direção aos combustíveis alternativos. Em 2013, a companhia concordou em comprar cerca de 57 milhões de litros de biocombustível em três anos de uma produtora da Califórnia chamada AltAir Fuels, que fabrica biocombustível a partir de óleos naturais não comestíveis e resíduos agrícolas.
A United espera que os primeiros 19 milhões de litros da AltAir sejam entregues até setembro.
Nas duas primeiras semanas, quatro a cinco voos por dia vão utilizar uma mistura de 30% de biocombustível com 70% de combustível tradicional para jatos. Depois disso, o combustível será misturado ao estoque geral, segundo a United. "O projeto da AltAir serve como catalisador destinado a abrir caminho para a indústria", disse Angela Foster-Rice, diretora da United para assuntos ambientais e sustentabilidade.
Ao queimar produtos de biocombustíveis como resíduos agrícolas, que já absorveram carbono durante sua vida útil, os motores a jato evitam lançar na atmosfera mais carbono de combustíveis fósseis, disse Foster-Rice.
As companhias aéreas não parecem ter muita opção.Elas não podem recorrer a alternativas como a eletrificação, disse Hammei, do Conselho de Defesa dos Recursos Naturais. Daí a importância de que os combustíveis sejam produzidos de forma sustentável.
Apesar do interesse das companhias aéreas, ainda há obstáculos para o desenvolvimento de biocombustíveis em larga escala -com custo racional e suprimentos confiáveis.
E. James Macias, executivo-chefe da Fulcrum, disse que a empresa poderá produzir seu biocombustível por "muito menos" de US$ 0,26 por litro. (A United comprou seu combustível para jatos por cerca de US$ 0,55 o litro, em média, no primeiro trimestre, e disse que seu acordo com a Fulcrum é competitivo em relação ao preço do combustível tradicional.)
Em 2050, a indústria de aviação pretende cortar suas emissões de gases do efeito estufa pela metade em relação aos níveis de 2005, segundo a Associação Internacional de Transportes Aéreos.
Mas não será fácil chegar lá. "Por isso é muito importante investir e se dispor a assumir parte do risco", disse Foster-Rice, "e incentivar as companhias a se concentrarem no combustível para jatos a um preço competitivo."
Jad Mouawad e Diane Cardwell
Fonte: The New York Times
Texto extraído do jornal Folha de S. Paulo
Fonte: The New York Times
Texto extraído do jornal Folha de S. Paulo
Fonte: Udop
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