O aumento da mistura de biodiesel ao óleo diesel comercializado com o consumidor final para 7% (B7), iniciado em novembro de 2014, trouxe um novo fôlego para o setor. De acordo com União Brasileira do Biodiesel e Bioquerosene (Ubrabio), o incremento na mistura obrigatória reduz em 5% a emissão de Gases de Efeito Estufa (GEE), cria 133 mil postos de trabalho e aumenta R$ 13,5 bi no Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro. Com o B7, o Brasil pode tornar-se o segundo maior produtor global de biodiesel, com mercado projetado em 4,2 bilhões de litros, atrás apenas dos Estados Unidos, com produção de cerca de 4,5 bilhões de litros. O B7 também reduz a dependência brasileira do diesel importado em 1,2 bi de litros, o que representa uma economia de aproximadamente U$ 1 bi aos cofres públicos. O presidente do Conselho Superior da Ubrabio diz que “a progressão do Programa de biodiesel é fundamental para o País. Os discursos de parlamentares de diferentes partidos revelaram que há um consenso em relação à importância e à urgência do aumento da produção e do uso do biodiesel”.
O Brasil já foi detentor de uma patente para fabricação de biodiesel, registrada a partir de estudos, pesquisas e testes desenvolvidos na Universidade Federal do Ceará, nos anos de 1970. Essa patente acabou expirando, sem que o País adotasse o biodiesel, mas a experiência ficou e se consolidou ao longo do tempo. Hoje o Brasil conta com uma indústria de biodiesel consolidada, com mais de 50 usinas aptas a produzir e comercializar o combustível, com uma capacidade instalada superior a seis milhões de metros cúbicos. Conforme define o Ministério de Minas e Energia (MME), o biodiesel é um combustível biodegradável derivado de fontes renováveis. Ele é produzido pela reação do óleo vegetal com um álcool de cadeia curta (metanol ou etanol) e substitui total ou parcialmente o óleo diesel de petróleo em motores ciclodiesel automotivos ou estacionários. Pode ser usado puro ou misturado ao diesel em diversas proporções. Segundo o MME, desde o início do Programa Nacional de Produção e Uso do Biodiesel (PNPB), de 2004, o Brasil produziu 8,2 milhões de metros cúbicos de biodiesel. O programa, durante seus sete primeiros anos de lançamento, reduziu as importações de diesel em um montante de US$ 5,3 bilhões, contribuindo positivamente para a Balança Comercial brasileira.
Segundo a Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), o Rio Grande do Sul liderou a produção de B-100 no ano de 2014, seguido por Goiás, Mato Grosso e Paraná. Em 2014, a produção do biodiesel atingiu 2.746.154 metros cúbicos, enquanto que em 2013, a produção foi de 2.437.948 metros cúbicos. Julio Cesar Minelli considera que no cenário brasileiro – em que as usinas térmicas, antes concebidas para acionamento em caso de necessidade e que hoje operam permanentemente a ponto de técnicos do MME considerarem a matriz energética do país “hidrotérmica” – o biodiesel entra no time das renováveis em ascensão, como eólica, solar e o consolidado etanol, apesar da grave crise que vive o setor sucroenergético.
Além dos ganhos ambientais com o aumento da utilização do biodiesel, sua utilização permite também uma economia financeira, já que minimiza a necessidade de importação de petróleo e óleo diesel. A perda na suficiência para refinar o petróleo no Brasil aumenta a nossa dependência do produto importado e as cifras envolvendo a importação de diesel são significativas. Certamente o aumento da mistura obrigatória contribuiu para evitar o aumento de nossa dependência do produto importado”, comenta Minelli.
O aumento da mistura reduziu a ociosidade do parque industrial de biodiesel de mais de 60% para 45%, conforme ressalta Minelli. “Foi positivo o aumento da mistura, mas a ociosidade ainda está elevada e preocupa. Mantido esse teor de mistura B7, só teremos necessidade de novos investimentos a partir de 2023”, afirma. Na visão do diretor superintendente da Aprobio, esse novo cenário é promissor, mas ainda carente de um conjunto de normas claras que regulamente a política de biocombustíveis do País para os próximos 10 anos, pelo menos. Nas atuais condições, comenta, se chegarmos com B15 em 2022, sendo B8 em 2016, B9 em 2017 e B12 em 2020, novas unidades produtivas serão necessárias apenas em 2017. “É que o setor acreditou demais no potencial do PNPB e do País como um todo no crescimento econômico, a ponto de já ter investido em torno de R$ 4 bilhões, o que gerou mais de 100 mil empregos na cadeia produtiva”. Assim, a julgar pelo Plano Decenal de Expansão de Energia para 2023, da Empresa de Pesquisa Energética, do MME, se até lá o Brasil estiver ainda no B7, a demanda será de 6 bilhões de litros, o que será facilmente atendido. Mas, caso tenha implantado o B10, serão necessários 8,6 bilhões de litros. “Aí será uma questão de planejamento de produção, os investimentos citados a partir de 2017 e, claro, disponibilidade de matéria-prima. Portanto, ainda há muito caminho para percorrer, com reais possibilidades de poluir cada vez menos”, finaliza Julio Cesar Minelli.
Fonte: Canal-Jornal da Bioenergia retirado de Biomercado
O Brasil já foi detentor de uma patente para fabricação de biodiesel, registrada a partir de estudos, pesquisas e testes desenvolvidos na Universidade Federal do Ceará, nos anos de 1970. Essa patente acabou expirando, sem que o País adotasse o biodiesel, mas a experiência ficou e se consolidou ao longo do tempo. Hoje o Brasil conta com uma indústria de biodiesel consolidada, com mais de 50 usinas aptas a produzir e comercializar o combustível, com uma capacidade instalada superior a seis milhões de metros cúbicos. Conforme define o Ministério de Minas e Energia (MME), o biodiesel é um combustível biodegradável derivado de fontes renováveis. Ele é produzido pela reação do óleo vegetal com um álcool de cadeia curta (metanol ou etanol) e substitui total ou parcialmente o óleo diesel de petróleo em motores ciclodiesel automotivos ou estacionários. Pode ser usado puro ou misturado ao diesel em diversas proporções. Segundo o MME, desde o início do Programa Nacional de Produção e Uso do Biodiesel (PNPB), de 2004, o Brasil produziu 8,2 milhões de metros cúbicos de biodiesel. O programa, durante seus sete primeiros anos de lançamento, reduziu as importações de diesel em um montante de US$ 5,3 bilhões, contribuindo positivamente para a Balança Comercial brasileira.
Segundo a Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), o Rio Grande do Sul liderou a produção de B-100 no ano de 2014, seguido por Goiás, Mato Grosso e Paraná. Em 2014, a produção do biodiesel atingiu 2.746.154 metros cúbicos, enquanto que em 2013, a produção foi de 2.437.948 metros cúbicos. Julio Cesar Minelli considera que no cenário brasileiro – em que as usinas térmicas, antes concebidas para acionamento em caso de necessidade e que hoje operam permanentemente a ponto de técnicos do MME considerarem a matriz energética do país “hidrotérmica” – o biodiesel entra no time das renováveis em ascensão, como eólica, solar e o consolidado etanol, apesar da grave crise que vive o setor sucroenergético.
Além dos ganhos ambientais com o aumento da utilização do biodiesel, sua utilização permite também uma economia financeira, já que minimiza a necessidade de importação de petróleo e óleo diesel. A perda na suficiência para refinar o petróleo no Brasil aumenta a nossa dependência do produto importado e as cifras envolvendo a importação de diesel são significativas. Certamente o aumento da mistura obrigatória contribuiu para evitar o aumento de nossa dependência do produto importado”, comenta Minelli.
O aumento da mistura reduziu a ociosidade do parque industrial de biodiesel de mais de 60% para 45%, conforme ressalta Minelli. “Foi positivo o aumento da mistura, mas a ociosidade ainda está elevada e preocupa. Mantido esse teor de mistura B7, só teremos necessidade de novos investimentos a partir de 2023”, afirma. Na visão do diretor superintendente da Aprobio, esse novo cenário é promissor, mas ainda carente de um conjunto de normas claras que regulamente a política de biocombustíveis do País para os próximos 10 anos, pelo menos. Nas atuais condições, comenta, se chegarmos com B15 em 2022, sendo B8 em 2016, B9 em 2017 e B12 em 2020, novas unidades produtivas serão necessárias apenas em 2017. “É que o setor acreditou demais no potencial do PNPB e do País como um todo no crescimento econômico, a ponto de já ter investido em torno de R$ 4 bilhões, o que gerou mais de 100 mil empregos na cadeia produtiva”. Assim, a julgar pelo Plano Decenal de Expansão de Energia para 2023, da Empresa de Pesquisa Energética, do MME, se até lá o Brasil estiver ainda no B7, a demanda será de 6 bilhões de litros, o que será facilmente atendido. Mas, caso tenha implantado o B10, serão necessários 8,6 bilhões de litros. “Aí será uma questão de planejamento de produção, os investimentos citados a partir de 2017 e, claro, disponibilidade de matéria-prima. Portanto, ainda há muito caminho para percorrer, com reais possibilidades de poluir cada vez menos”, finaliza Julio Cesar Minelli.
Fonte: Canal-Jornal da Bioenergia retirado de Biomercado
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