Árvore incrementa renda do sistema Integração Lavoura-Pecuária-Floresta
terça-feira, maio 19, 2015
A versatilidade do componente florestal dos sistemas de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF) pode trazer mais renda para o produtor e aumentar a eficiência do sistema de produção. Além de reduzir a pressão sobre as matas nativas, o cultivo de árvores no sistema é uma poupança para uso no médio prazo, com o fornecimento de madeira, celulose ou carvão vegetal, além de outras finalidades não-madeireiras como frutos, resinas e sementes.
Os sistemas de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF) são uma estratégia de produção sustentável que integra atividades agrícolas, pecuárias e florestais na mesma área em cultivo consorciado, em sucessão ou rotação. Além de respeitarem o meio ambiente, valorizam o produtor e são economicamente rentáveis, podendo ser utilizados em propriedades de qualquer porte e região do País. As combinações podem ser as seguintes: integração agropastoril (lavoura e pecuária), silviagrícola (floresta e lavoura), silvipastoril (pecuária e floresta), ou agrossilvipastoril (lavoura, pecuária e floresta).
Em geral, as árvores são implantadas logo na introdução dos sistemas de integração silvipastoril, silviagrícola e agrossilvipastoril ou ILPF. Na região Centro-Norte do País, elas devem ser plantadas preferencialmente no sentido Leste-Oeste, mas sempre respeitando a conservação da água e do solo. O espaçamento das árvores varia de acordo com as condições locais e a finalidade desejada pelo produtor. "No caso da produção de madeira para serraria, os espaçamentos entre as árvores são maiores. O plantio mais adensado é indicado para o produtor que deseja utilizar as árvores como fonte energética e celulose", explica a pesquisadora Karina Pulrolnik, da Embrapa Cerrados (Planaltina, DF).
Os sistemas de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF) são uma estratégia de produção sustentável que integra atividades agrícolas, pecuárias e florestais na mesma área em cultivo consorciado, em sucessão ou rotação. Além de respeitarem o meio ambiente, valorizam o produtor e são economicamente rentáveis, podendo ser utilizados em propriedades de qualquer porte e região do País. As combinações podem ser as seguintes: integração agropastoril (lavoura e pecuária), silviagrícola (floresta e lavoura), silvipastoril (pecuária e floresta), ou agrossilvipastoril (lavoura, pecuária e floresta).
Em geral, as árvores são implantadas logo na introdução dos sistemas de integração silvipastoril, silviagrícola e agrossilvipastoril ou ILPF. Na região Centro-Norte do País, elas devem ser plantadas preferencialmente no sentido Leste-Oeste, mas sempre respeitando a conservação da água e do solo. O espaçamento das árvores varia de acordo com as condições locais e a finalidade desejada pelo produtor. "No caso da produção de madeira para serraria, os espaçamentos entre as árvores são maiores. O plantio mais adensado é indicado para o produtor que deseja utilizar as árvores como fonte energética e celulose", explica a pesquisadora Karina Pulrolnik, da Embrapa Cerrados (Planaltina, DF).
O espaçamento entre os renques vai depender do tamanho dos implementos utilizados na fazenda, mas não deve ser menor que 20 metros. Já o número de linhas de árvores vai depender da espécie arbórea utilizada. "Se a espécie escolhida tiver a finalidade de produzir madeira, o ideal será utilizar renques de linha simples ou de múltiplas linhas (três ou mais)", diz Karina.
No sistema ILPF completo ou apenas na modalidade silvipastoril, as árvores trazem conforto térmico aos animais graças ao sombreamento da pastagem, e as folhas e galhos que caem no solo contribuem para o aumento da matéria orgânica.
A desrama e o desbaste são duas importantes medidas de manejo das árvores, sendo realizadas principalmente para aumentar a luminosidade para as culturas que estão intercaladas – seja pastagem ou lavoura. O desbaste é a retirada de árvores suprimidas ou defeituosas para favorecer o crescimento das demais e obter toras de maiores diâmetros. A desrama (ou poda dos ramos) também é feita para evitar a formação de nós nos troncos, o que compromete a qualidade da madeira caso o propósito seja a utilização por serrarias.
Quando as árvores são cortadas, os tocos são deixados na área para que possam se decompor junto com as raízes e ambos se transformarem em matéria orgânica para o solo. A condução da rebrota não é recomendada nos sistemas de ILPF. Novas mudas poderão ser plantadas nos espaços entre os tocos. Uma alternativa é retirar os tocos com uma máquina de destoca e utilizá-los como fonte energética. "Mas a destoca, além de ter alto custo, promove um revolvimento significativo do solo e medidas devem ser tomadas para evitar a erosão após a operação, especialmente em áreas declivosas", explica Karina.
Eucalipto
Quando as árvores são cortadas, os tocos são deixados na área para que possam se decompor junto com as raízes e ambos se transformarem em matéria orgânica para o solo. A condução da rebrota não é recomendada nos sistemas de ILPF. Novas mudas poderão ser plantadas nos espaços entre os tocos. Uma alternativa é retirar os tocos com uma máquina de destoca e utilizá-los como fonte energética. "Mas a destoca, além de ter alto custo, promove um revolvimento significativo do solo e medidas devem ser tomadas para evitar a erosão após a operação, especialmente em áreas declivosas", explica Karina.
Eucalipto
No Brasil, as espécies mais utilizadas nos sistemas ILPF são as de eucalipto, oriundas principalmente da Austrália. Segundo a pesquisadora, o eucalipto é estudado há mais de 50 anos no País, e existem clones adaptados para as diferentes regiões brasileiras. Muito já se sabe sobre o manejo das pragas e doenças que acometem as espécies de eucalipto, que por sinal não se comportam como invasoras. As mudas oferecidas pelo mercado são de boa qualidade, de baixo custo, de fácil transporte (são acondicionadas em tubetes) e plantio, e têm rápido crescimento – o primeiro desbaste geralmente é feito aos quatro anos, dependendo do desenvolvimento da planta.
"O eucalipto é multiproduto e tem alta eficiência de uso da água. Ele pode absorver de 900 a 1.200 mm por ano", diz Karina. Estudos mostram que o eucalipto pode produzir 1 kg de madeira com 350 litros de água, enquanto algumas espécies nativas podem utilizar em torno de 2.500 litros. "A questão é onde ele será plantado e como será manejado", pontua a pesquisadora.
Karina lembra ainda que espécies nativas do Brasil, como o paricá, a seringueira, a macaúba e o pau-de-balsa, e outras árvores exóticas como o mogno africano e a teca também podem ser usadas nos sistemas ILPF. No entanto, o desenvolvimento dessas espécies é mais lento se comparado ao eucalipto.
Os pesquisadores apontam, ainda, a necessidade de estudar quais espécies arbóreas podem fornecer produtos economicamente promissores para cada região. "Há um enorme potencial regional para espécies nativas frutíferas, por exemplo, mas ainda faltam estudos para adaptação dessas espécies aos sistemas de produção", acrescenta Karina.
Agricultura de baixa emissão de carbono
"O eucalipto é multiproduto e tem alta eficiência de uso da água. Ele pode absorver de 900 a 1.200 mm por ano", diz Karina. Estudos mostram que o eucalipto pode produzir 1 kg de madeira com 350 litros de água, enquanto algumas espécies nativas podem utilizar em torno de 2.500 litros. "A questão é onde ele será plantado e como será manejado", pontua a pesquisadora.
Karina lembra ainda que espécies nativas do Brasil, como o paricá, a seringueira, a macaúba e o pau-de-balsa, e outras árvores exóticas como o mogno africano e a teca também podem ser usadas nos sistemas ILPF. No entanto, o desenvolvimento dessas espécies é mais lento se comparado ao eucalipto.
Os pesquisadores apontam, ainda, a necessidade de estudar quais espécies arbóreas podem fornecer produtos economicamente promissores para cada região. "Há um enorme potencial regional para espécies nativas frutíferas, por exemplo, mas ainda faltam estudos para adaptação dessas espécies aos sistemas de produção", acrescenta Karina.
Agricultura de baixa emissão de carbono
Estudos apontam que o arranjo normalmente adotado pelas empresas florestais – com o espaçamento 3x2 metros, que corresponde a 1.666 plantas por hectare – é capaz de estocar, em média, 190 toneladas de carbono por hectare considerando o carbono do solo até 1 metro de profundidade do solo e das plantas (parte aérea e raízes) num ciclo de cultivo de seis anos.
Nos experimentos de longa duração realizados pela Embrapa Cerrados, são avaliados não apenas o crescimento anual das plantas como também toda a dinâmica do carbono e as emissões de gases de efeito estufa (GEE)* nos diferentes sistemas.
"A ideia é conciliar todas essas medidas para fazer o balanço de carbono nos diferentes sistemas visando identificar quais são os mais sustentáveis do ponto de vista das emissões", afirma Karina.
Congresso Mundial
Nos experimentos de longa duração realizados pela Embrapa Cerrados, são avaliados não apenas o crescimento anual das plantas como também toda a dinâmica do carbono e as emissões de gases de efeito estufa (GEE)* nos diferentes sistemas.
"A ideia é conciliar todas essas medidas para fazer o balanço de carbono nos diferentes sistemas visando identificar quais são os mais sustentáveis do ponto de vista das emissões", afirma Karina.
Congresso Mundial
A Embrapa vai promover, de 12 a 17 de julho, o Congresso Mundial sobre os Sistemas de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (www.wcclf2015.com.br), que será realizado em Brasília (DF). O evento vai reunir os principais especialistas do mundo em agricultura sustentável para mostrar os avanços nas pesquisas em preservação, impactos, resultados econômicos e inovações tecnológicas, tendo como eixos temáticos Tecnologia, Meio Ambiente e Socioeconomia.
As emissões de gases do efeito estufa (GEEs) são expressas em toneladas de CO2equivalente (tCO2eq), medida padronizada pela ONU para quantificar as emissões globais, usando como parâmetro o gás carbônico (CO2). Os seis gases considerados causadores do efeito estufa (gás carbônico, gás metano, óxido nitroso, perfluorcarbonetos, hexafluoreto de enxofre e hidrofluorcarbonetos) têm potenciais de poluição diferentes. O cálculo do CO2 leva em conta essa diferença e é resultado da multiplicação das emissões de um determinado GEE pelo seu potencial de aquecimento global.
Fonte: Embrapa - retirado do Cenário MT
As emissões de gases do efeito estufa (GEEs) são expressas em toneladas de CO2equivalente (tCO2eq), medida padronizada pela ONU para quantificar as emissões globais, usando como parâmetro o gás carbônico (CO2). Os seis gases considerados causadores do efeito estufa (gás carbônico, gás metano, óxido nitroso, perfluorcarbonetos, hexafluoreto de enxofre e hidrofluorcarbonetos) têm potenciais de poluição diferentes. O cálculo do CO2 leva em conta essa diferença e é resultado da multiplicação das emissões de um determinado GEE pelo seu potencial de aquecimento global.
Fonte: Embrapa - retirado do Cenário MT
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