Fortalecimento da Cadeia Produtiva da Bocaiúva (Macaúba) é destaque em evento no MS
terça-feira, abril 14, 2015
A polpa pode ser usada na alimentação, casca para a obtenção de ração animal, o endocarpo pode gerar produtos para a geração de energia e carvão ativado
Afim de alavancar e fortalecer a cadeia produtiva da Bocaiúva no estado de Mato Grosso do Sul, foi realizado em Campo Grande (MS) entre os dias 25 e 26 de março, o “II Encontro sobre a Cadeia da Bocaiúva no Mato Grosso do Sul”. Os pesquisadores da Embrapa Pantanal Fábio Galvani e Aurélio Vinicius Borsato participaram do evento, onde apresentaram palestras sobre a potencialidade da cadeia da bocaiuva e sobre o extrativismo na região de Corumbá e Ladário(MS) para especialistas renomados provenientes de São Paulo, Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso do Sul e Colômbia presentes no encontro.
Fábio Galvani destaca que, entre os resultados esperados com o evento, está a formatação e estruturação de um grande programa de longa duração de pesquisa, desenvolvimento e inovação sobre a Bocaiúva no MS. “A bocaiuva apresenta-se como fonte de biomassa para biorrefinarias devido o grande potencial de exploração econômica imediata. Para tanto, são necessárias ações de pesquisas que busquem o fortalecimento e desenvolvimento da cadeia de forma sustentável com maior aproveitamento dos potenciais da planta e obtenção de produtos e coprodutos que vão além da farinha”, explicou o pesquisador.
Em sua apresentação “Potencialidades da cadeia produtiva comercial e desenvolvimento de novos produtos”, Fábio destacou o potencial da planta, que segundo ele é muito vasto. “Na planta tudo pode ser aproveitado. Do fruto por exemplo: a polpa pode ser usada na alimentação, além do óleo para produção de biodiesel; a casca para a obtenção de ração animal; com o endocarpo pode gerar produtos para a geração de energia e carvão ativado; o óleo extraído da amêndoa pode ser usado na alimentação e na indústria de cosméticos, etc. As fibras das outras partes da planta, por exemplo o cacho e ráquis são matérias primas para a geração de energia – em forma de briquetes, ou para a produção de álcool de segunda geração; além de serem utilizadas como insumos na confecção de madeira plástica ou na obtenção de nanocelulose”.
Durante o evento foi comentado que, entre as várias espécies de Bocaiúva existentes no Brasil, 7 podem ser encontradas em Mato Grosso do Sul, o que faz com que o Estado seja o mais indicado ao desenvolvimento de um Banco de Germoplasma da espécie.
Já Aurélio Borsato falou em sua palestra sobre “Extrativismo da bocaiuva na região de Corumbá e Ladário – MS”.
Além das apresentações dos dois pesquisadores da Embrapa, o evento contou com palestras sobre temas como: “Estado da arte de domesticação da macaúba no Brasil e no MS”, “Conservação, manejo e sustentabilidade das cadeias extrativista e produtiva”, entre outros, além da realização da Reunião Técnica de discussão e trabalhos para a estruturação de um Programa de pesquisa que envolva todo o Estado.
O evento foi uma realização da Fundação de Apoio ao Ensino, Ciência e Tecnologia de Mato Grosso do Sul (Fundect), contou com a coordenação do professor Ruy Caldas, diretor da agência de inovação da UCDB, S Inova, e docente do Programa de Mestrado em Biotecnologia.
Pesquisas desenvolvidas no Pantanal
Desde 2012 a Embrapa Pantanal vem realizando pesquisas relacionadas às diferentes etapas que envolvem a cadeia produtiva da bocaiuva: germinação da planta, quebra de dormência da semente, produção de mudas, aspectos botânicos e de qualidade dos produtos advindos da espécie até o processamento do fruto e pós-colheita.
Além disso, está para se iniciar os testes de validação de um processamento de despolpa mecânica visando comparar a eficácia do método com a despolpa manual, junto à Comunidade de Antônio Maria Coelho, para a obtenção da Farinha de Bocaiuva.
Fonte: Diário Digital
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