O primeiro voo vai ocorrer no dia 05 de junho
O voo do avião da Gol que sairá do Recife para Fernando de Noronha no próximo dia 5 de junho usará, em forma de teste, uma mistura com bioquerosene. O combustível é fabricado a partir do açúcar – que vem da cana – enquanto o querosene fóssil é produzido a partir do petróleo e, por isso, é mais poluente. Inicialmente, o bioquerosene virá de São Paulo, mais especificamente da cidade de Brotas, onde é fabricado pela empresa de origem americana Amyris.
"Esse bioquerosene é um clone do hidrocarboneto, que é o petróleo. É fabricado a partir de um processo de fermentação do açúcar”, conta o integrador da Plataforma Brasileira de Bioquerosene, Mike Lu. A ideia é criar uma infraestrutura para fazer a mistura com o bioquerosene no Aeroporto do Recife e depois certificar os voos que usam o produto como verdes. A classificação pode ser feita porque a mistura vai diminuir as emissões de carbono dos aviões. Pela lei, podem ser adicionados até 10% desse produto, cujas características são iguais às do querosene fóssil usado na aviação.
O governo do Estado também estuda a possibilidade de oferecer um incentivo fiscal (diminuição do imposto) que reduziria o preço do bioquerosene usado nos voos para Noronha. “Isso deixaria o preço do bioquerosene similar ao do querosene de origem fóssil”, conta o secretário estadual de Meio Ambiente e Sustentabilidade, Sérgio Xavier.
A Gol diz que os testes serão iniciados no dia 5 de junho caso o governo do Estado conceda o incentivo que torne o preço do bioquerosene igual ao do querosene fóssil.
Depois de um tempo, a produção do combustível verde será feita em Pernambuco. “Temos uma indústria sucroalcooleira consolidada e há alguns investidores interessados, mas não podemos divulgar”, explica Sérgio. É necessária a implantação de uma biorrefinaria que demandaria um investimento de R$ 100 milhões para transformar o açúcar em bioquerosene.
A iniciativa de fazer voos para Noronha com bioquerosene surgiu depois do Projeto Carbono Neutro, o qual mostrou que 55% das emissões de carbono do arquipélago são geradas por aviões. O levantamento foi realizado pela Secretaria estadual de Meio Ambiente.
Por JC Online - retirado de Ubrabio
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