Enquanto a briga política continua e a inspeção veicular deixa de ser feita, quem mais sente nos pulmões o problema da poluição é o paulistano. De acordo com Paulo Saldiva, do laboratório de poluição atmosférica da Faculdade de Medicina da USP (Universidade de São Paulo), a fiscalização dos veículos representa uma redução de 3% a 4% no nível de poluição da cidade. Isso significa que cerca de 200 pessoas morrem a mais na capital por ano sem a inspeção.
Enquanto a briga política continua e a inspeção veicular deixa de ser feita, quem mais sente nos pulmões o problema da poluição é o paulistano. De acordo com Paulo Saldiva, do laboratório de poluição atmosférica da Faculdade de Medicina da USP (Universidade de São Paulo), a fiscalização dos veículos representa uma redução de 3% a 4% no nível de poluição da cidade. Isso significa que cerca de 200 pessoas morrem a mais na capital por ano sem a inspeção.
“Mesmo assim, seria ainda melhor que a inspeção fosse instituída em toda a região metropolitana, porque grande parte da poluição que é produzida nas cidades da Grande São Paulo acaba vindo para a capital”, afirma Saldiva. “E todos os veículos, ou seja, 100% da frota, incluindo caminhões e motos, deveriam passar pelo procedimento.”
Ainda de acordo com o especialista, a poluição causa quatro mil mortes por ano na cidade de São Paulo. Saldiva fez parte de uma pesquisa da OMS (Organização Mundial da Saúde) que confirmou a poluição ambiental como uma das principais causas ambientais de morte por câncer.
Somente em São Paulo, 10% dos casos da versão pulmonar da doença já têm o ar sujo como vilão. “Enquanto o número de fumantes tende a diminuir, hoje, com menos de 20% da população, todos estão expostos aos malefícios dos poluentes no ar”, explica Saldiva.
De acordo com ele, que foi um dos 22 pesquisadores responsáveis pelos estudos, a agenda ambiental no Brasil é muito voltada para a preservação de florestas, mas a poluição, inclusive a causada por veículos, também deveria ter um papel central na área denominada saúde ambiental.
“Quase não se fala que as mortes por causa do fumo vêm diminuindo, enquanto as por conta da poluição vêm aumentando”, diz o médico.
Saldiva confirma que os carros passaram a emitir menos poluentes – justificativa usada pelo governo municipal para afrouxar a inspeção e liberar da fiscalização, por exemplo, de carros novos –, mas salienta que esse mecanismo saturou porque a frota de veículos aumentou demais.
“E os carros agora permanecem cada vez mais tempo ligados sem ir para lugar nenhum, presos nos congestionamentos. E quem está preso no tráfego respira um ar de duas a três vezes mais poluído do que em um local arejado.”
Elétricos
A Prefeitura, na tentativa de melhorar a qualidade do ar, ainda no início na gestão anterior, de Gilberto Kassab (PSD), implantou táxis elétricos. Dois veículos começaram a circular na capital em junho de 2012.
Segundo a Nissan, responsável pelos automóveis do modelo Leaf utilizados nos primeiros seis meses do projeto piloto, foram transportados 2,4 mil passageiros e cada carro percorreu cerca de dez mil quilômetros. Se os 32 mil táxis que rodam em São Paulo fossem elétricos, eles deixariam de queimar 640 mil litros de gasolina e produzir 1,3 tonelada de monóxido de carbono, além da economia com o combustível.
Fonte: BiodieselBR
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