Pesquisadores da Petrobras e da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) vêm trabalhando para encontrar formas de agregar mais valor à glicerina coproduto do biodiesel.
O professor do departamento de química da UFMG, Luiz Carlos Oliveira, explica que, com o aumento da produção de biodiesel e, consequentemente, da disponibilidade da glicerina aumentou o interesse em encontrar novas formas de aproveitar essa molécula em compostos com interesse da indústria petroquímica.
Devido à presença de impurezas na glicerina gerada pelas usinas de biodiesel o produto acaba barrado em alguns mercados o que reduz seu valor. Com os estudos, o que se pretende é transformar a glicerina resultante do processo em produtos usados pela própria indústria petroquímica e na produção de plásticos.
O gerente de gestão tecnológica da Petrobras Biocombustível, João Norberto Noschang Neto, explica que “o projeto visa o aproveitamento da glicerina loira para transformá-la em ácido acrílico, via oxidação seletiva, em catalisadores proprietários. O ácido acrílico é o monômetro precursor do metacrilato de metila, ou simplesmente acrílico – polímero de alto uso”.
Durante o processo de transformação, o professor Luiz esclarece que é utilizado um processo químico chamado catálise, empregando compostos de nióbio. “No nosso caso, os catalisadores de nióbio reagem quimicamente com o glicerol, transformando-o no produto desejado”, revela.
Viabilidade
Segundo o professor, as quantidades desse material são grandes e vêm aumentando. “Ainda não temos o estudo da viabilidade econômica do processo, pois estamos finalizando os trabalhos em escala de bancada. A próxima etapa deverá realizar as reações em escala piloto, para avaliarmos os custos do processo”, ressalta.
De acordo com João Noschang, a Petrobras Biocombustível apoiou o projeto pela capacitação e pela experiência na área. O gerente revela que a Petrobras, por meio de seu Centro de Pesquisas (Cenpes), também investe em pesquisa para o desenvolvimento de novos usos, produtos e aplicações para a glicerina produzida nas unidades de biodiesel da Petrobras Biocombustível. “A purificação mais eficiente e com menor custo é a base dos projetos de pesquisa e desenvolvimento nesta área.”
Fonte: BiodieselBR
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