Identificação e mapeamento da ocorrência de macaúba no estado do Paraná – resultados preliminares
segunda-feira, setembro 22, 2014
Artigo publicado nos anais do Congresso Brasileiro de Macaúba, em 2013.
Ruy Seiji Yamaoka; Alex Carneiro Leal; João Henrique Caviglioni; Juliana Sawada Buratto; Carolina Maria Gaspar de Oliveira; Andre Luiz Medeiros Ramos; Mateus Carvalho Basilio de Azevedo; Walter Miguel Kranz
INTRODUÇÃO
O Plano Nacional de Agroenergia, lançado pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, coloca a pesquisa a buscar novos patamares de rendimento de óleo de modo a propiciar o adensamento energético da matéria prima, passando do nível atual de 500 a 700 kg/ha de óleo obtido com as culturas tradicionais com domínio tecnológico, como soja e mamona, para 2.000 kg/ha de óleo no médio prazo e 5.000 kg/ha no longo prazo (MAPA, 2006).
A macaúba é uma das espécies que apresenta reais perspectivas de ser matéria prima para produção de biodiesel no Brasil, pelo seu potencial para produção de grandes quantidades de óleo por unidade de área, além da possibilidade de utilização em diversos sistemas de produção, inclusive em sistemas agrosilvopastoris.
A macaúba (Acrocomia aculeata (Jacq.) Lood ex Mart) é uma palmeira nativa das Florestas Tropicais que se distribui ao longo da América tropical e subtropical, desde o sul do México e Antilhas até o sul do Brasil, chegando ao Paraguai e Argentina. Ocorre preferencialmente em regiões com estação chuvosa bem definida e de baixas altitudes, apesar de registros de sua ocorrência nos Andes Colombianos, cuja altitude é de 1.200 m. Sua área de distribuição tem sido fortemente influenciada pelas atividades humanas. Fonte de óleos e frutos comestíveis para as comunidades indígenas pré-colombianas, sua dispersão pelo continente americano provavelmente foi realizada pelo homem, embora os animais, que apreciam seus frutos, tenham colaborado na disseminação da espécie. Existem divergências entre autores sobre a classificação botânica da macaúba, embora sua inclusão no gênero Acrocomia seja consensual. A questão da determinaçãodas espécies e possíveis variedades ou ecotipos no gênero Acrocomia ainda carece de concordância entre os especialistas.
No Brasil, é considerada como a palmeira de maior dispersão, com ocorrência de povoamentos naturais em quase todo território. Contudo as maiores concentrações estão localizadas em Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, fortemente espalhadas nas áreas de Cerrados e matas semidecíduas (LORENZI, 2010). No estado de Minas Gerais ocorrem grandes populações de macaúba, apontadas como economicamente promissoras (MOTTA et al., 2002). No passado, Novaes (1952), citado por Von Linsingen e Cervi (2009), relata a ocorrência em abundância também em São Paulo, mas comenta que as populações naturais foram sistematicamente substituídas pelo cultivo do café. Até então a espécie não era citada na flora paranaense. Von Linsingen e Cervi (2009) mostram que durante levantamento da vegetação das formações de cerrado no Paraná, Hatschbach et al. (2005) e Von Linsingen (2006) observaram a ocorrência restrita da espécie Acrocomia aculeata (Jacq.) Lodd ex Mart, em uma área de cerrado no município de Sengés. Entretanto, a ocorrência de macaúbas no Paraná, mais especificamente ao longo do rio Paraná, foi registrada por Maack (1968), que se refere à espécie pelo seu sinônimo botânico A. sclerocarpa Mart. Observações recentes revelam que a macaúba cresce espontaneamente no Noroeste do Paraná, onde pode-se encontrar com facilidade indivíduos vegetando nas pastagens.
Gray (2011) avalia que muitas das espécies de Acrocomia (mais de 30) são provavelmente variantes de A. aculeata, mas registra A. hassleri, A. media e A. totai como espécies diferentes e que esta última, que ocorre no norte da Argentina e no Paraguai, é a espécie mais resistente ao frio.
Motoike et al. (2013) consideram que, do ponto de vista agronômico, a espécie A. aculeata possui três populações com características morfológicas distintas e colocam as plantas da ‘espécie’ A. totai como ocorrendo principalmente nas regiões Centro-Oeste e Norte, as de A. intumescens na região Nordeste e as de A. aculeata na região Sudeste, principalmente no estado de Minas Gerais.
O objetivo deste trabalho é identificar e relacionar a ocorrência da macaúba (Acrocomia aculeata Lodd. Ex Martius) no Estado do Paraná a atributos climáticos, pedológicos e vegetacionais, identificando/mapeando os maciços naturais e/ou concentração de plantas.
Confira mais detalhes a seguir.
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