Avaliação da microbiota presente na polpa da macaúba com ou sem sanitização durante armazenamento dos frutos

quinta-feira, julho 24, 2014

Artigo publicado nos anais do Congresso Brasileiro de Macaúba, em 2013.

Luiz Henrique Gomes Pereira; Simone Palma Favaro; Rafael Bandeira; Francilina Araújo Costa

INTRODUÇÃO

Nas regiões tropicais, a umidade e as temperaturas elevadas são favoráveis ao crescimento e desenvolvimento de micro-organismos, fazendo com que sementes das espécies nativas dessas regiões tornem-se vulneráveis ao ataque dos mesmos. Para a maioria das espécies florestais nativas do cerrado, existem poucas informações sobre a ocorrência de micro-organismos, tanto internos quanto externamente às sementes e frutos (NASCIMENTO et al., 2006).

Toda a cadeia produtiva de macaúba necessita de desenvolvimento de informações para se consolidar. O fruto da macaúba, uma vez maduro, desprende-se do cacho, e como a maturação é desuniforme, os frutos caem em períodos diferentes e o cacho não pode ser colhido de uma vez. Com isso, a não ser que sejam coletados diariamente, os frutos ficam em contato com o solo, sofrendo influência de umidade e presença de micro-organismos, o que provoca uma rápida degradação da polpa e consequente perda quantitativa e qualitativa de seu óleo. Esse processo é crítico e resulta em óleos com elevada acidez livre.

Os fungos e bactérias que atacam a polpa dos frutos e as sementes de espécies florestais não têm recebido a devida atenção ao longo dos anos. O aumento na taxa de deterioração do fruto é decorrente da transferência da microbiota da casca para a polpa, onde os micro-organismos encontram condições favoráveis ao seu crescimento. A contaminação por fungos pode ocorrer no campo e durante os processos de coleta, secagem, transporte e armazenamento do produto. O crescimento fúngico e bacteriano é determinado por vários fatores, entre os quais, destacam-se: o teor de umidade, aeração, dano provocado por insetos e ácaros, temperatura e tempo de armazenamento (LAZZARI, et al., 1998).

De acordo com MOTTA (2002), variações no índice de acidez do óleo extraído da polpa de macaúba são mais acentuadas após a queda do cacho, quando a matéria prima é exposta ao ar ambiente e ação microbiana. No entanto, nestes trabalhos a população microbiana, envolvidas na degradação do óleo não foi investigada.

O cloro, nas suas várias formas, é o sanitizante mais utilizado em alimentos. Os compostos à base de cloro são germicidas de amplo espectro de ação, que reagem com as proteínas da membrana das células microbianas, interferindo no transporte de nutrientes e promovendo a perda decomponentes celulares químicos de maior utilização, em função de sua rápida ação, fácil aplicação e completa dissociação em água (BRECHT, 1995). A sanitização dos frutos de macaúba assume um papel de grande importância na conservação do material. Neste trabalho objetivou-se avaliar a microbiota presente em frutos de macaúba quando submetidos a agente sanitizante, visando aumentar o tempo de armazenamento do fruto, para otimizar o processamento em escala industrial.

Confira mais detalhes a seguir.