Minas Gerais está na liderança das pesquisas brasileiras relacionadas à macaúba, que ganhou evidência depois da realização do primeiro voo comercial abastecido com 50% de bioquerosene produzido a partir do óleo da planta, no último dia 5, partindo do Aeroporto de Confins. Aqui, os estudos estão concentrados na Universidade Federal de Viçosa, na Zona da Mata.
Mas, apesar, do potencial do Estado, representantes do setor afirmam que faltam políticas públicas de incentivo para que a produção possa ser feita em larga escala.
De acordo com o superintendente de Agropecuária e Silvicultura da Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa), Lucas Carneiro, ainda não existem plantios comerciais no Estado nem levantamentos que indiquem a área plantada.
“Temos (plantios) experimentais, em pequenas áreas. Existe a intenção de se plantar alguns hectares em João Pinheiro e Dores do Indaiá, por exemplo, mas não são números estatisticamente levantados pela Conab, pela Emater ou pelo IBGE”, diz Carneiro.
Projeção
Para o professor do Departamento de Fitotecnia da UFV, Sérgio Yoshimitsu Motoike, Minas precisa avançar no desenvolvimento e na transformação do cultivo da macaúba em agronegócio para alavancar a produção local.
“Se isso acontecer, não haverá nada que a segure, porque essa é a planta mais impressionante que eu conheço, em termos de óleo, de alimento, de energia sólida na forma de carvão. Mas, precisamos partir para o cultivo, não podemos achar que vamos fazer agronegócio catando coquinho”, afirma o professor.
Segundo ele, a UFV está avançada nas pesquisas, tanto no aspecto agrícola quanto genético. “Costumo dizer que a universidade está, pelo menos, uns sete anos à frente de outras em termos de pesquisas referentes à macaúba. Todo o trabalho do Estado está concentrado na instituição”, diz Motoike.
De acordo com o professor, além de inúmeras qualidades, a planta ainda oferece a possibilidade de cultivo concomitante à pecuária, uma característica importante, tendo em vista as exigências do novo Código Florestal.
Incerteza
Apesar das variadas possibilidades de utilização da macaúba, o superintendente de Agropecuária e Silvicultura da Seapa ressalta que o destino da produção no Estado vai depender da disposição e do interesse do empreendedor.
“A partir do momento que ele perceber que a macaúba é um bom negócio é que haverá investimentos para produzir o coco. E como é uma cultura de longo prazo, a gente precisa avaliar muito o mercado futuro. O arranjo produtivo tem que ser muito bem costurado, dimensionando quem é quem, quais são os players do mercado”.
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