Representantes da comunidade científica e da indústria do
Brasil e da Holanda interessados em bioenergia e no uso de biocombustíveis na
aviação civil realizaram, nesta quinta-feira (03), na sede da Fapesp em São
Paulo, o workshop Brazil-Netherlands Advanced Sustainable Integral Biofuels
Systems. O objetivo do encontro foi discutir a estruturação de um programa de
pesquisa e inovação nessa área chamado BASIS Programme.
A iniciativa propõe a criação de infraestrutura para alavancar a cooperação
entre os dois países a partir da colaboração existente entre o Programa Fapesp
de Pesquisa em Bioenergia (BIOEN) e a Fundação BE-Basic, consórcio
público-privado holandês composto principalmente por universidades, instituições
científicas e empresas holandesas.
O BASIS Programme é também inspirado pelo Plano de voo para biocombustíveis de
aviação no Brasil – relatório preparado pela Boeing, pela Embraer e pela Fapesp
sob a coordenação da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). O estudo foi
divulgado em junho de 2013 e apontou caminhos para que o país ocupe uma posição de
destaque internacional no mercado, por meio da pesquisa sobre matérias-primas e
produção de biocombustíveis, logística de distribuição e adequação da
legislação, entre outros temas.
“A Fapesp criou o Programa BIOEN em 2009 porque a bioenergia e os
biocombustíveis são dois temas muito importantes para o Brasil e para o Estado
de São Paulo, que é o segundo maior produtor de etanol no mundo”, disse Carlos
Henrique de Brito Cruz, diretor científico da Fapesp, na abertura do workshop.
O BIOEN congrega hoje cerca de 400 pesquisadores em projetos em bioenergia, 60
deles ligados a centros de pesquisa de países como Holanda, Reino Unido,
França, Estados Unidos e Dinamarca, e mantém parcerias com empresas como
Braskem, Oxiteno, Microsoft, Boeing e Dedini.
Luuk van der Wielen, presidente da Fundação BE-Basic e coordenador do workshop,
destacou a importância da cooperação do consórcio holandês com a Fapesp,
firmada em 2010. No âmbito do acordo entre as duas instituições, pesquisadores
holandeses e brasileiros investigam a sustentabilidade da produção de etanol,
os impactos da produção de biocombustíveis e o manejo sustentável do solo na
produção de biomassa, entre outros temas, em projetos selecionados em duas
chamadas de propostas, desde 2010.
“Estamos muitos satisfeitos com as pesquisas que apoiamos em colaboração com a
Fapesp. O BE-Basic quer agora estender essa importante parceria, que significa
um bom ponto de partida para avançarmos com a participação de outras
organizações holandesas e brasileiras”, afirmou Wielen.
Participaram do workshop os professores Heitor Cantarella, membro da
coordenação do Programa BIOEN; Cylon Gonçalves da Silva, membro da coordenação
adjunta de Programas Especiais da Fapesp; Francisco Nigro, da Escola
Politécnica da Universidade de São Paulo (USP) e um dos coordenadores do
relatório Plano de voo para biocombustíveis de aviação no Brasil; Onofre
Andrade, coordenador de pesquisa para biocombustíveis da Boeing Brasil; e
Otávio Cavalett, do Laboratório Nacional de Ciência e Tecnologia do Bioetanol
(CTBE).
A programação do workshop ainda teve a participação de pesquisadores associados
ao BE-Basic e apresentações de Dirk Kronemeijer, diretor da SkyNRG, empresa
holandesa voltada para a sustentabilidade na aviação, de Al Bryant,
vice-presidente da Boeing Tecnologia e Pesquisa, de Ignaas Karyn, diretor de
Inovação da KLM, de Rob Huyser, do Ministério da Infraestrutura e Meio Ambiente
da Holanda, e de Nico Schiettekatte, do Ministério da Economia da
Holanda.
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