Minas Gerais quer ser pioneira na produção e utilização de
biocombustível na aviação nacional. Como primeiro passo da meta sustentável, o
governador Antonio Anastasia assinou memorando com 17 empresas e instituições,
visando ao desenvolvimento e à consolidação de uma cadeia produtiva de
bioquerosene para o setor.
O plano de ação para implementação da plataforma mineira deverá ser discutido e
acordado pelos participantes em até 60 dias. De forma geral, o plano é
impulsionar a estrutura agrícola, transformando Minas Gerais em um grande
fornecedor de matéria-prima para produção de biocombustíveis, implantando uma
cadeia de suprimento apoiada pela academia e institutos de pesquisa. A meta é
ter unidades de biomassa nos municípios de Jaíba e Montes Claros, no Norte de
Minas, e usinas de prensagem do óleo em vários municípios.
De acordo com Anastasia, entre os objetivos, está o de transformar o Aeroporto
Internacional Tancredo Neves (AITN), em Confins, na Região Metropolitana de
Belo Horizonte (RMBH), no primeiro aeroporto "verde" do Brasil. Para
isso, haverá o desenvolvimento de estudos e projetos, passando pela pesquisa,
refino, certificação, produção e utilização do bioquerosene pelas empresas
aéreas que operam no terminal.
"Traçamos estas metas não somente para gerar menos ou quase nenhuma
poluição, mas também para criar novas alternativas de renda para nosso Estado e
todo o Brasil", explica o governador.
Segundo Anastasia, o programa deverá desenvolver toda a cadeia de valor do
bioquerosene a partir de diversas matérias-primas, como cana-de-açúcar,
pinhão-manso e camelina. Outro objetivo é ter uma indústria sustentável para
aviação que vai desde a produção da biomassa até sua utilização no voo. A
Plataforma Brasileira de Biocombustível foi formalmente estruturada em agosto
de 2013.
Além do governo de Minas, assinaram o documento a Acrotech Sementes e
Reflorestamento Ltda, Amyris Brasil Ltda, Associação Brasileira das Empresas
Aéreas (Abear), Azul Linhas Aéreas Brasileiras S/A, Banco de Desenvolvimento de
Minas Gerais (BDMG), Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), The Boeing
Company, Boeing Brasil Serviços Técnicos Aeronáuticos Ltda, Byogy do Brasil
Ltda, Camelina Company Brasil, Companhia Mineira de Açúcar e Álcool, Consórcio
AeroBrasil, Curcas Diesel Brasil Ltda, Embraer, Empresa Brasileira de
Infraestrutura Aeroportuária (Infraero), Federação da Agricultura e Pecuária do
Estado de Minas Gerais (Faemg) e Federação das Indústrias do Estado de Minas
Gerais (Fiemg).
Sustentabilidade
O presidente da Abear, Eduardo Sanovicz, destacou a
importância da assinatura do documento e a iniciativa de Minas Gerais. Ele
lembrou a liderança do país na produção de combustível fóssil e ressaltou o
potencial de contribuição para o setor aeronáutico de maneira sustentável.
"A produção do bioquerosene é absolutamente possível, mas há desafios a
enfrentar, como a infraestrutura, logística e a cadeia produtiva. E Minas se
coloca como um instrumento que aponta para um futuro sustentável e de
contribuição ao país neste sentido", avaliou.
Já o presidente da Faemg, Roberto Simões, acredita que se trata de uma nova
oportunidade para o setor de produção agrícola de Minas Gerais. "São novas
oportunidades para os produtores mineiros, principalmente aqueles que estão em
áreas não tradicionais do cultivo do Estado, como no Norte e Nordeste",
observou.
Conforme ele, a assinatura do memorando foi um passo inicial que colocou as
entidades interessadas em contato. "Agora virão as definições dos projetos
específicos. E na medida em que se defina a indústria produtora, teremos
condições de partir para os projetos agrícolas de commodities, que
certamente serão a base de produção do bioquerosene. Acredito que ainda em 2014
nós teremos consolidação desses projetos e em 2015 o início da produção",
previu.
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