Governo Federal assegura mais de R$ 100 milhões para promover uso do carvão vegetal
quinta-feira, fevereiro 13, 2014
Investimento significativo do governo federal reduzirá as
emissões de gases de efeito estufa geradas pela siderurgia no país. Encabeçadas
pelos ministérios do Meio Ambiente (MMA) e do Desenvolvimento, Indústria e
Comércio Exterior (MDIC), as ações para a promoção do carvão vegetal, matéria
prima renovável disponível para a produção de aço e ferro, foram lançadas na
sexta-feira da semana passada(07/02), em Belo Horizonte, pelos ministros
Izabella Teixeira e Fernando Pimentel, respectivamente, e por representantes de
federações e entidades que representam os empresários do segmento.
Apesar de ser considerado um fenômeno natural, o efeito
estufa tem sofrido alterações que se tornaram as causadoras do aquecimento
global. As mudanças decorrem do aumento descontrolado das emissões de gases
poluentes, entre eles o dióxido de carbono e o metano. A liberação dessas
substâncias na atmosfera ocorre por conta de diversas atividades humanas e
econômicas, entre elas o transporte, o desmatamento, a agricultura e a
pecuária.
RECURSOS
A medida destinará US$ 43,95 milhões (R$ 105 milhões) para
projetos de aumento da eficiência e diminuição das emissões na cadeia produtiva
de ferro e aço do estado. Do total, R$ 9,5 milhões são recursos próprios do MMA
e R$ 60 milhões serão assegurados pelo MMA, MDIC e pelo Banco Nacional do
Desenvolvimento (BNDES). O projeto conta ainda com U$ 7,15 milhões (R$ 16,5
milhões) de recursos do Fundo Global para o Meio Ambiente (GEF), além de R$ 11
milhões do governo de Minas Gerais.
O fomento ao carvão vegetal aumentará a eficiência no setor,
diminuirá as emissões e incentivará o desenvolvimento da siderurgia. A ministra
do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, destacou a parceria com o GEF para o
programa. “A comunidade internacional está apostando em uma solução que agrega
vontade política, competência técnica e científica, inovação tecnológica,
viabilidade social e econômica para modernizar a carbonização e tornar a
indústria mais competitiva”, analisou.
A liderança brasileira na agenda ambiental foi destacada
pelo ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Fernando
Pimentel. “Podemos reduzir as emissões em vários setores”, afirmou. “O Brasil é
o único país capaz de construir um modelo de desenvolvimento que garanta a
segurança do ponto de vista energético ao alimentar e assegure o meio
ambiente.”
DIFERENCIAL
O segmento produtivo classificou como positivo o conjunto de
ações. “Temos, hoje, 100% das usinas do setor de ferro fazendo uso do carvão
vegetal. O fato de ser um recurso renovável e menos poluente é um diferencial”,
declarou o presidente do Sindicato das Indústrias de Ferro (Sindfer), Fausto
Varela. “A indústria do aço está engajada na expansão do uso do carvão vegetal.
Entre as nossas propostas, está a construção de um projeto de certificação
nacional de empresas sustentáveis”, emendou o presidente do Conselho Diretor do
Instituto Aço Brasil, Benjamin Batista Filho.
As ações contribuirão para o atingimento do compromisso
internacional de redução das emissões de gases de efeito estufa da siderurgia a
carvão vegetal, assumido pelo Brasil, em 2009, na Conferência de Copenhague.
Com lançamento do pacote de medidas, estima-se que sejam retirados o mínimo de
450 mil toneladas de CO2 equivalente da atmosfera até 2018.
SAIBA MAIS
O uso do carvão vegetal na produção de 100 toneladas de aço
ou ferro gera os seguintes indicadores:
. Redução de 190 toneladas de CO2 equivalente em relação à
siderurgia mundial
. 90 empregos gerados no campo e nas zonas urbanas
(atividades de plantio, colheita de madeira e produção de carvão e produtos
siderúrgicos)
. Produção florestal de cerca de 140 hectares de floresta
plantada, o que representa investimento de R$ 700 mi
. Proteção de, no mínimo, 28 hectares de floresta nativa
(áreas de reserva legal)
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