Embriogênese somática em macaúba: indução, regeneração e caracterização anatômica
domingo, fevereiro 09, 2014
Elisa Ferreira Moura, Sérgio Yoshimitsu Motoike, Marília Contin Ventrella, Wagner Campos e Cláudio Horst Bruckner.
Resumo
Dentre as espécies oleaginosas que poderiam
ser usadas na produção de biodiesel, a macaúba (Acrocomia aculeata (Jacq.)
Lodd. ex Martius) se destaca por ser uma palmeira altamente produtiva e adaptada
a regiões semi-áridas. Entretanto, esta espécie apresenta problemas quanto à
sua propagação e a embriogênese somática pode ser uma alternativa. Sendo assim,
o objetivo deste trabalho foi contribuir para o desenvolvimento de protocolos
de embriogênese somática nesta espécie. Massas embriogênicas de macaúba foram
obtidas após a inoculação de embriões zigóticos maduros em meio de cultivo Y3 contendo picloram ou 2,4-D combinados ou não com TDZ, na
ausência de luz. Após 60 dias de cultivo em meio de regeneração, com a mesma
composição do meio de indução, mas contendo carvão ativado, as massas
embriogênicas regeneraram estruturas globulares semelhantes a embriões
somáticos (EGSE). Após 120 dias de cultivo em meio contendo picloram e carvão ativado, embriões somáticos se formaram
a partir do calo nodular. Estes embriões possuíam protoderme característica,
cordões de procâmbio, meristema apical e germinaram em meio de cultura Y3, na ausência de reguladores de crescimento.
Contudo, muitos embriões não apresentaram desenvolvimento completo da parte
aérea. Quando inoculados no meio original de indução, estes embriões somáticos
geraram embriogênese secundária, originando novos embriões somáticos por
brotação. O estudo anatômico do processoda indução da embriogênese somática em
embriões zigóticos de macaúba evidenciou o surgimento de muitos pró-embriões de
origem unicelular no meristema fundamental. Esses pró-embriões se originaram preferencialmente
na região distal do embrião, que corresponde à região cotiledonar. Alguns
pró-embriões de origem unicelular chegaram às fases mais avançadas, como a fase
globular. Os pró-embriões começaram a se formar entre o 10º e o 20º dia, e aos 40
dias já chegavam à fase globular. Entre 30 e 40 dias, houve a formação de
massas meristemáticas originadas do crescimento das células procambiais. Essas
massas sofreram fragmentação e geraram as EGSEs, que se formaram a partir da
massa embriogênica. Algumas das estruturas formadas a partir da massa
meristemática sofreram “epidermização”, levando à formação de
embriões somáticos de origem multicelular.
Palavras-chave
Acrocomia aculeata; embriogênese; regeneração
Clique para acessar
0 comentários
Agradecemos seu comentário! Volte sempre :)