Para reduzir o
impacto ambiental das viagens aéreas, a indústria aeronáutica vem fazendo
grandes investimentos em pesquisa. O setor é considerado um dos vilões do
aquecimento global por causa da elevada carga de poluentes emitida pelos
aviões. O querosene, principal combustível usado pelas aeronaves, dá origem a
diversos gases (dióxido de carbono, óxido de nitrogênio e hidrocarbonetos) que
contribuem para o aquecimento do planeta.
No ano passado,
os voos comerciais lançaram 689 milhões de toneladas de CO2 na atmosfera,
segundo a Air Transportation Action Group, organização formada por empresas do
setor aéreo (de onde? Do mundo?). Para reduzir esse impacto, as companhias
selaram o compromisso de reduzir pela metade as emissões de CO2 até 2050.
O
desenvolvimento de combustíveis sustentáveis, menos agressivos ao meio
ambiente, é uma das apostas da indústria aeronáutica. Até hoje, mais de 1 500
viagens aéreas pelo mundo usaram misturas de querosene renovável e fóssil. Um
dos primeiros voos comerciais com bioquerosene foi realizado pela americana
United Airlines, em 2011. No voo de 1 700 quilômetros entre Houston e Chicago,
o Boeing 737-800 da empresa deixou de emitir entre 10 e 12 toneladas de CO2.
Microalgas alimentadas com açúcares foram usadas como matéria-prima do
combustível.
Óleo de cozinha – No Brasil,
as empresas nacionais também têm testado combustíveis alternativos à base de
óleo de cozinha reciclado e de cana-de-açúcar. A Gol saiu na frente e fez o
primeiro voo comercial no país, em outubro deste ano, com bioquerosene – no
caso, uma mistura do querosene tradicional de aviação com óleo de cozinha
reciclado. A Gol planeja realizar cerca de 200 voos movidos a biocombustível
durante a Copa do Mundo de 2014.
A Azul também
está testando um novo combustível renovável e menos agressivo ao ambiente. Em
junho do ano passado, a empresa fez voos experimentais no Rio de Janeiro
durante a Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, a
Rio+20. O combustível usado nos jatos E195 da Azul foi uma mistura de querosene
de aviação comum com bioquerosene obtido a partir da fermentação da
cana-de-açúcar. Desenvolvido pela empresa americana de biotecnologia Amyris, o
biocombustível pode reduzir em mais de 80% a emissão de CO2 em comparação ao
querosene de origem fóssil.
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