Energia: Gás de xisto inviabiliza sonho de etanol como commodity
sexta-feira, janeiro 24, 2014
A
notícia: ” Em apenas quatro anos, a exploração de gás de xisto nos Estados
Unidos iniciou uma revolução energética capaz de alterar o cenário econômico do
país. A atração de investimentos produtivos, antes vista como impossível,
tornou-se inevitável, assim como a autossuficiência em fontes de energia. Com
ou sem cota – tema polêmico e ainda não definido -, os EUA estarão em poucos
anos exportando gás natural em volume suficiente para mudar o panorama mundial.
A reserva americana de gás de xisto é estimada em 2,7 trilhões de metros
cúbicos, nos cálculos da Administração de Informação sobre Energia (EIA) de
dezembro de 2010. É suficiente para abastecer o mercado por mais de 100 anos.
Mas pode ser maior. A extração começou há poucos anos, está em constante avanço
tecnológico e contribuiu para a produção de 27,4 quatrilhões de BTUs (British
Thermal Unit, unidade de energia para medir quantidades de gás) no ano passado.
Tamanha oferta de gás de xisto, a custos relativamente baixos de produção,
permite a venda do gás natural americano a US$ 4 por milhão de BTUs – o menor
preço do mercado mundial. Em 2020, serão 31,3 quatrilhões de BTUs – 14% mais,
nas previsões da EIA. Atualmente, essa nova fonte responde por 34% do total de
gás natural extraído no país. “ (Fonte: Denise Chrispim Marin em O
Estado de São Paulo).
O
comentário: Um efeito paralelo importante deste desenvolvimento imparável
parece ser a quebra definitiva do sonho de um dia transformar-se o etanol em
uma commodity internacional. Aliás este trabalho sempre se revelou hercúleo e
as indicações que se tem é o que o etanol combustível acabará sendo basicamente
um produto para consumo interno nos países produtores. Mas o lado triste da
equação vem do fato que a própria Agência de Proteção Ambiental Norte-Americana,
em seu relatório de atualização sobre as emissões de gases de efeito
estufa da indústria de óleo e gás dos EUA, concluiu em 2010 que a extração
de gás de xisto emite mais metano que aquela de gás convencional. Mas em
tempos da severa crise econômica em que vivemos, as preocupações
ambientais acabaram por cair, lamentavelmente, em um segundo plano. De toda
forma é uma situação no equilíbrio energético mundial que devemos acompanhar
com atenção, pela sua implicação em diferentes setores de produção de energia,
renovável ou não.
Foto: Preparada
pelo EIA/EUA, mostra as formações de xisto argiloso em todo o mundo. De se
notar que o Sul do Brasil tem importante área de formação (encontrada em
commons.wikimedia, preparada pela Energy Information Administration, não
confundir com Environmental Investigation Agency). A ANP (Agencia Nacional do
Petróleo) realizou em outubro o primeiro leilão de blocos do gás não
convencional, que inclui o gás de xisto.
/Fonte:
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