Postos têm prazo de 90 dias para comercializar
os estoques adquiridos até 31 de dezembro. Desde o dia 1º de janeiro os
combustíveis diesel S1800 e S50, usados em caminhões, estão proibidos no
Brasil. A resolução da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e
Biocombustíveis (ANP) foi publicada em dezembro e faz parte do Programa de
Redução de Emissão de Poluentes, que começou ainda em 2009. Os postos de
combustíveis têm prazo de 90 dias para comercializar os estoques adquiridos até
31 de dezembro.
Os óleos diesel S1800 e S50 vão ser substituídos pelos tipos S10 e S500. Os
combustíveis já são encontrados em cerca de 12 mil postos de revenda, em todo o
país. Com a mudança, os setores que dependem do transporte de cargas, como a
agricultura e a pecuária, já podem esperar um aumento no valor do frete.
Segundo coordenador do movimento pró-logística da Aprosoja, Edeon Vaz Ferreira,
os novos combustíveis são 5% mais caros do que os vendidos anteriormente.
– O combustível é responsável por 50% do custo de transporte. Como
ele impacta em 50%, existe a previsão do aumento do valor do diesel com a troca
de 5%. Então, ele poderá provocar o aumento de 2,5% no custo do frete. Isso,
obviamente, é repassado ao custo do frete – disse.
Especialistas afirmam que a troca não vai comprometer a logística
do país, já que os dois tipos podem ser usados por toda a frota, que hoje é de
cerca de 2,5 milhões de caminhões.
– É um combustível que pode ser usado em qualquer veículo,
inclusive os mais antigos, então, não teremos problemas – destaca.
– Sem dúvida é uma vitória. O Brasil com a comercialização do S10
se alinha em qualidade aos países mais avançados, como Estados Unidos e União
Europeia. Então passamos a contar com um elemento positivo para o transporte
brasileiro – salienta o diretor executivo da Confederação Nacional do
Transporte, Bruno Braz.
Os óleos S10, que contém biodiesel, e S500, têm menor teor de
enxofre e reduzem em até 90% a emissão de poluentes. Além dos benefícios ao
meio ambiente, eles apresentam rendimento melhor, podendo diminuir o consumo em
15%.
– Na prática vai depender da distância percorrida, da forma de
condução, das condições das rodovias e também do carregamento. Existe uma série
de fatores que podem impactar se esse percentual vai ser maior ou menor –
conclui Braz.
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