Aviação brasileira faz primeiro voo comercial com biocombustível
quinta-feira, novembro 07, 2013
O passo decisivo foi dado pela GOL Linhas Aéreas no dia 23 de outubro (quarta-feira), com a realização do primeiro voo comercial no Brasil utilizando biocombustível - uma mistura de 25% de óleo de milho e de gorduras residuais junto ao tradicional combustível de origem fóssil.
O voo inédito, realizado na mesma data em que se comemora o Dia do Aviador, partiu às 12h42 do Aeroporto de Congonhas em São Paulo (SP) e pousou às 14h30 no Aeroporto Internacional Presidente Juscelino Kubitschek, em Brasília.
"Esse voo abre uma boa perspectiva para o bioquerosene de cana-de-açúcar, o único, quando comparado com o combustível fóssil, capaz de reduzir as emissões de gases de efeito estufa (GEEs) em até 80%", destacou a presidente da União da Indústria de Cana-de Açúcar (UNICA), Elisabeth Farina.
Esta não é a primeira vez que a GOL utiliza biocombustíveis em seus aviões. Por ocasião da Rio+20, encontro sobre mudanças climáticas organizado pela Organização das Nações Unidas (ONU) em junho de 2012 no Rio de Janeiro, a empresa fez o seu primeiro voo-teste, não comercial, usando combustível resultante do processamento de óleo vegetal e gordura animal.
Segundo o vice-presidente Técnico da companhia aérea, Alberto Bogsan, as ações refletem a preocupação da empresa com uma aviação mais eficiente e sustentável. "Foi um passo importante para direcionarmos ainda mais nosso trabalho e avançarmos na busca por soluções renováveis, " explicou.
Há mais de três anos realizando testes com combustíveis renováveis, o setor aéreo tem até 2050 para deixar as emissões de gases efeito estufa nos patamares de 2005, oque significa atingir uma redução de quase 50% em relação às emissões de hoje.
Para cooperar com a meta, a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) permitiu, em resolução adotada em junho deste ano, a adição de até 50% de querosene alternativo ao querosene convencioanl de aviação (QAV1).
Combustível de cana
O evento marcou ainda o lançamento de uma parceria da GOL com a empresa de biotecnologia Amyris Inc., celebrada em Brasília com a assinatura de um memorando de entendimento que poderá resultar na utilização, já em 2014, de bioquerosene produzido a partir da cana-de-açúcar em vôos comerciais. A substituição de combustível fóssil deve ser implementada após as validações das especificações técnicas pela indústria aeronáutica e por órgãos como a própria ANP e a ASTM Internacional, empresa que desenvolve padrões técnicos para diversos setores e ramso de atividade.
A expectativa da GOL e da Amyris é que ao menos 200 rotas com essa tecnologia sejam disponibilizadas durante a Copa do Mundo de 2014. "Estamos comprometidos em trabalhar com a indústria de aviação para tornar os céus mais limpos, começando pelo Brasil em 2014", disse o Presidente da Amyris, John Melo.
A parceria segue parâmetros sugeridos pela Plataforma Brasileira do Bioquerosene, iniciativa lançada em 2012 durante a Rio+20 e que teve seus objetivos reforçados com o primeiro voo comercial brasileiro utilizando biocombustível. A Plataforma visa promover o uso crescente de combustíveis renováveis na aviação.
Fazem parte do conselho, e lideram o desenvolvimento do programa da Plataforma, as empresas GOL, Boeing, General Electric, Amyris, e entidades como
a Associação Brasileira das Empresas Aéreas (ABEAR) e a União Brasileira do
Biodiesel e Bioquerosene (UBRABIO). A União da Indústria de Cana-de-Açúcar
(UNICA) é também uma das apoiadoras.
“O setor sucroenergético acredita que o bioquerosene de cana pode fazer para a aviação o mesmo que o etanol de cana fez pelos veículos leves, ao reduzir a dependência dos combustíveis fósseis com um produto inovador que combate o aquecimento global e gera divisas," destacou Farina.
Viagens mais sustentáveis
Em 2010, a TAM completou uma viagem de 45 minutos utilizando querosene tradicional e 50% de combustível feito a partir de pinhão manso em uma das turbinas. Os resultados do voo atestaram um consumo menor.
Mas foi a Empresa Brasileira de Aeronáutica (Embraer), em 2005, a pioneira com o lançamento do Ipanema, primeiro avião a ser produzido em série com motor movido a etanol. A mesma Embraer, em parceria com a Azul, realizou um voo de demonstração em junho de 2012, durante a Rio +20, com um jato EMB 195 abastecido com 50% de combustível renovável, feito à base de cana-de-açúcar e produzido no Brasil pela Amyris.
No exterior, desde 2008 mais de 1.500 voos comerciais e militares já foram realizados com misturas de querosenes renovável e fóssil. Empresas como a Virgin Atlantic Airways, Air New Zealand, Continental Airlines, Japan Airlines e a United Airlines já realizaram voos para comprovar sua viabilidade.
“Os biocombustíveis são a prova de que é possível manter as características energéticas, dando mais qualidade de vida e sustentabilidade para a sociedade,” definiu a presidente da UNICA.
“O setor sucroenergético acredita que o bioquerosene de cana pode fazer para a aviação o mesmo que o etanol de cana fez pelos veículos leves, ao reduzir a dependência dos combustíveis fósseis com um produto inovador que combate o aquecimento global e gera divisas," destacou Farina.
Viagens mais sustentáveis
Em 2010, a TAM completou uma viagem de 45 minutos utilizando querosene tradicional e 50% de combustível feito a partir de pinhão manso em uma das turbinas. Os resultados do voo atestaram um consumo menor.
Mas foi a Empresa Brasileira de Aeronáutica (Embraer), em 2005, a pioneira com o lançamento do Ipanema, primeiro avião a ser produzido em série com motor movido a etanol. A mesma Embraer, em parceria com a Azul, realizou um voo de demonstração em junho de 2012, durante a Rio +20, com um jato EMB 195 abastecido com 50% de combustível renovável, feito à base de cana-de-açúcar e produzido no Brasil pela Amyris.
No exterior, desde 2008 mais de 1.500 voos comerciais e militares já foram realizados com misturas de querosenes renovável e fóssil. Empresas como a Virgin Atlantic Airways, Air New Zealand, Continental Airlines, Japan Airlines e a United Airlines já realizaram voos para comprovar sua viabilidade.
“Os biocombustíveis são a prova de que é possível manter as características energéticas, dando mais qualidade de vida e sustentabilidade para a sociedade,” definiu a presidente da UNICA.
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